O ex-governador de São Paulo João Doria, pré-candidato do PSDB à Presidência, anunciou nesta segunda-feira, 23, a desistência de sua candidatura à Presidência da República nas eleições deste ano. O pronunciamento aconteceu após uma reunião com a cúpula tucana para discutir o assunto.
“Hoje, neste 23 de maio, serenamente, entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Aceito esta realidade de cabeça erguida. Sou um homem que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio. Sempre busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que seja contrário a minha vontade pessoal”, declarou Doria em seu discurso.
“Me retiro da disputa com o coração ferido e a alma leve. Com a sensação inequívoca do dever cumprido e missão bem realizada. Com boa gestão e sem corrupção”, completou o ex-governador. Com isso, o nome da senadora Simone Tebet (MDB) deve ser consolidado como candidata da terceira via.
Doria foi escolhido como pré-candidato à Presidência da República em novembro do ano passado pelo Partido Social Democrata Brasileiro. Na ocasião, ele derrotou o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, em eleição interna do partido.
Até então, Doria tentava se manter como candidato, apesar de opiniões contrárias dentro do partido.
Fonte: Portal Terra
Diga-se primeiro que essa não foi uma decisão de livre e espontânea vontade do Dória.Na verdade, João Doria foi forçado a se retirar de cena por conta de pressão interna do próprio partido, como ele mesmo deixa claro em sua fala: “Não sou a escolha da cúpula do PSDB”.Por um lado, têm certa razão os líderes tucanos já que, como pré-candidato a Presidente, João Doria amarga altíssima rejeição, sobretudo em São Paulo e Minas Gerais, maiores colégios eleitorais.Essa elevada rejeição ao agora ex-pré-candidato João Doria divulgada nas pesquisas é sentida no dia a dia na região metropolitana de São Paulo, no contato direto com as pessoas é possível perceber que a rejeição a Doria é bem maior – muito maior -, do que os números mostrados, p. ex., na pesquisa CNT/MDA divulgada no último dia 10, cujo levantamento mostra que 68% dos eleitores não votariam de jeito nenhum no tucano.O fato é que, atualmente, na capital paulista e entorno, tem-se pouca simpatia pelo ex-governador João Doria, grande parte do eleitorado paulista está decepcionada com ele em razão sobretudo de promessas feitas a diversas categorias de profissionais e até hoje não cumpridas, entre tantas outras insatisfações.Nessa aspecto, portanto, o ultimato dado a João Doria pela cúpula tucana para que o mesmo se retirasse de cena tem, de certa forma, algum fundamento, pois com a alta rejeição que amargava nas pesquisas, o tucano dificilmente lograria algum êxito nas eleições de outubro.Por outro lado, trocar Dória por Simone Tebet não tem – na prática -, nenhum sentido, nenhuma razão lógica, não tem qualquer fundamento, sobretudo quando se sabe que neste momento, a poucos dias das eleições – seja com a senadora Simone Tebet, seja com Doria, Ciro Gomes ou quem mais seja – a terceira via tem pouquíssimas ou nenhuma chance no pleito que se avizinha.Trocar Dória por Tebet é trocar seis por meia dúzia !!