Afastado de mandatos eletivos desde 2012, quando deixou a Prefeitura de Estância, no sul do Estado, o engenheiro e empresário Ivan Leite não esconde nem nega o gosto pela política.
E na eleição deste ano ele vai em dupla com a esposa, a professora e ex-vice-prefeita de Estância, Adriana Leite, para a disputa eleitoral. Ele a deputado federal e ela, a estadual.
Ivan já foi deputado estadual por dois mandatos, além de secretário de Estado de Indústria Comércio e Turismo no Governo Albano Franco, presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Indústria Comércio e Turismo e superintendente do Sebrae. Na esfera particular, presidiu a Sulgipe, empresa da família.
Nesse tempo sem mandato, ele tem atuado nos bastidores e diz que o faz por não exercer a política pela sede de poder e sim como uma forma de ajudar o desenvolvimento da região. Mas admite: “gosto mais da linha de frente”.
A dupla - Ivan e Adriana - tem em Estância seu principal e expressivo colégio eleitorado. “Não só pelas votações que lá e na região tenho tido, como também pela muito significativa reversão que fizemos para tirar Estância do caos e da bancarrota em que se encontrava antes da minha gestão como prefeito”, ressalta.
Ivan refere-se ao fato de, segundo ele, ter deixado a cidade “saneada financeiramente, organizada administrativamente, em posição de relevo na implantação de novas indústrias”.
Atributos que ele não vê na gestão atual do município, que tem à frente o prefeito Gilson Andrade. “Sem nenhuma iniciativa positiva a favor do futuro, perdeu a implantação do frigorífico da Maratá, fechou o abatedouro municipal, enfrentou a pandemia sem comprar notebooks para os alunos de forma a viabilizar a educação a distância, sucateou a frota de 33 ônibus escolares que comprei na minha gestão. Nada fez além de caras maquiagens em algumas praças, mesmo dispondo de um enorme volume de recursos em caixa”, critica. Confira a entrevista exclusiva dele à Coluna Aparte.
Aparte - São verdadeiras as informações que apontam o senhor como pré-candidato a deputado federal?
Ivan Leite - Sim, deverei ser candidato a deputado federal.
Aparte - Também há informações de que sua esposa, Adriana Leite, faria uma dobradinha com o senhor, candidatando-se a deputada estadual. Isso procede?
Ivan Leite - Sim. A professora Adriana Leite deverá ser candidata a deputada estadual, mandato para o qual quase foi eleita na última eleição, tendo obtido mais de 13 mil votos.
Aparte - O senhor está há quanto tempo sem mandato? O que tem feito nesse período?
Ivan Leite - Meu mandato de prefeito de Estância encerrou-se em 2012. Fui candidato a vice-governador em 2018, mantive atividades na área empresarial e pecuária, dediquei-me à atualização de leituras, escrevi poemas e tenho acompanhado a geopolítica global.
Aparte - O senhor acredita que esse hiato o beneficia ou prejudica de alguma forma?
Ivan Leite - Não exerço a política pela sede de poder e sim como uma forma de ajudar o desenvolvimento da nossa região para a melhoria de vida da população. O que graças a Deus consegui fazer nos vários mandatos e cargos que tive. Portanto, sob esta ótica deve ajudar.
Aparte - Atuar nos bastidores da política tem sido mais desafiador?
Ivan Leite - Gosto mais da linha de frente.
Aparte - O senhor é estanciano, já foi prefeito da cidade e tem uma relação empresarial sólida ali. Qual o peso do município em sua trajetória política?
Ivan Leite - Muito expressivo. Não só pelas votações que lá e na região tenho tido, como também pela muito significativa reversão que fizemos para tirar Estância do caos e da bancarrota em que se encontrava antes da minha gestão como prefeito. Deixá-la saneada financeiramente, organizada administrativamente, em posição de relevo na implantação de novas indústrias são parte dessa reversão.
Aparte - Como o senhor avalia a atual gestão da cidade?
Ivan Leite - Avalio a gestão de Estância como sem nenhuma iniciativa positiva a favor do futuro. Perdeu a implantação do frigorífico da Maratá, fechou o abatedouro municipal, enfrentou a pandemia sem comprar notebooks para os alunos de forma a viabilizar a educação a distância, sucateou a frota de 33 ônibus escolares que comprei na minha gestão e deve ter menos da metade atualmente. O atual prefeito não buscou parceria com o IFS, para atrair novos cursos. Ao contrário, deixou fechar o já existente de Recursos Pesqueiros. Parece que reduziu bastante o leque de variedade de remédios disponíveis na rede municipal. Nada fez além de caras maquiagens em algumas praças, mesmo dispondo de um enorme volume de recursos em caixa.
Fonte: JL Política
