A semana foi marcada pela celebração dos 62 anos de Marcelo Déda. As comemorações a memória do ex-governador uniu políticos de diversas correntes. Passados oito anos de seu falecimento, Déda continua sendo um personagem político com influência nas decisões da sociedade?

Não é uma simples resposta. Por isso, vamos usar os fatos históricos para mostrar de que forma Déda influenciou em alguns processos eleitorais. Em 1996, o PT foi ao segundo turno das eleições em Aracaju com Ismael Silva. Ismael foi a um diálogo com Maria do Carmo tendo a intenção de receber a sua declaração de voto. Déda liderou um manifesto detonando essa atitude de Ismael. O fato, sem dúvidas, influenciou no resultado, quando Ismael perde para Gama. Eleito em 1998 deputado federal com expressiva votação, Déda foi convencido a disputar Aracaju em 2000 com apoio de Gama, que não disputou a reeleição, e saiu eleito.

José Eduardo Dutra foi o nome escolhido pelo PT para disputar Sergipe em 2002. Ao final do pleito, Déda foi bastante criticado por um suposto 'corpo mole'. Se Zé Eduardo se elege, Déda veria seu sonho de governar Sergipe retardado. Reeleito prefeito em 2004 com mais de 70% dos votos, se consolidou o nome mais forte para 2006.

Governador em 2006, reeleito em 2010, partiu em 2013. No pleito de 2014 sua memória foi fundamental para fortalecer o intento de Jackson Barreto (MDB), que conquistou a vitória.

E seguem as influências, em 2016 a figura de Eliane Aquino na chapa de Edvaldo Nogueira foi decisiva. Em 2018, para manter a memória de Déda no pleito, Eliane é convencida e ao final se torna vice-governadora. É fácil concluir que o espólio de Déda contribuiu.

Em 2020 um intervalo, Márcio Macedo disputa Aracaju mas não consegue vencer. Final da influência? 

A resposta teremos neste pleito. Eliane Aquino disputa até aqui uma vaga na Câmara Federal, apesar de deixar transparecer que seu desejo era a permanência do PT na coligação governista e que não exitaria em disputar o Senado. Com serviços prestados e militância ativa na área social desde os mandatos do PT em Aracaju, Eliane está incitada a mostrar que é forte eleitoralmente e que soube, mais que qualquer um, defender o chamado 'legado de Marcelo Deda'.

A vice-governadora já avisou a aliados e assessores que não pretende fazer a disputa nos moldes tradicionais. Quer o voto consciente das pessoas. Sua presença na área social do governo Belivaldo com certeza deverá lhe proporcionar algum benefício eleitoral. A derrota de Aquino pode pôr fim no misticismo ‘dedista’ que paira nos pleitos. E a idolatria e reverência são tão grandes que quase a totalidade dos pré-candidatos não deixaram de fazer memória com postagens nas redes sociais. Aguardemos outubro.

NOTAS DA SEMANA

PT e o Senado
Nos bastidores comenta-se que Rogério Carvalho já fechou aliança com um 'nome surpreendente' e já tem sua opção para o Senado. Durante a semana, o senador comemorou muito a aprovação do PL 1472 que amplia auxílios e muda a política de preços da Petrobras.

Henri Clay animado 
O pré-candidato ao Senado Henri Clay (PSOL) está muito animado com a recepção do seu projeto eleitoral. É perceptível nas redes sociais pela intensa agenda no interior. Guilherme Boulos, maior liderança do partido, afirmou que Henri Clay é prioridade para a agremiação.

PMN veta Binho
Pré-candidatos do PMN estariam vetando a participação do vereador Binho na chapa que deve ser formada para concorrer a vagas na Assembleia Legislativa. O motivo? Não cumprimento de palavra, de acordos com a direção partidária. Não é uma imagem boa para o jovem vereador de primeiro mandato.

Alessandro deixa o Cidadania 
Numa posição individual e sem discutir com demais membros do partido, o senador Alessandro Vieira decidiu se desfiliar do Cidadania. A motivação foi a reeleição de Roberto Freire para a presidência da agremiação. Alessandro comunicou a decisão pelas redes sociais e pegou todos de surpresa.

Decisão esta semana 
Alessandro comunicou aos aliados que esta semana já poderá estar com o destino partidário definido. Um membro do Cidadania, bem próximo a Alessandro, informou que o PSDB pode ser o destino. "Não consigo ver outro partido em que ele possa se encaixar a essa altura", disse pedindo sigilo.

Amorim desconhece 
O presidente do PSDB em Sergipe, Eduardo Amorim, afirmou desconhecer a filiação de Alessandro. "Não fui comunicado pela direção nacional, não recebi ligação de Alessandro sobre o assunto. Desconheço e acho difícil que as coisas fossem feitas desta forma", afirmou o ex-senador.

PSDB renovou
Eduardo Amorim disse ainda que, recentemente, a direção do diretório estadual do partido foi reconduzida pela Executiva nacional e que prepara as bases para a disputa das eleições deste ano. Em 2020, o partido definhou nas eleições municipais.

Bulhões x Rossi
O MDB está numa intensa disputa para o pleito de 2022. Em 2018, o partido elegeu três estaduais e um federal. Todos os eleitos avaliam deixar a agremiação. Sérgio Reis desmente perda do comando. Rogeristas garantem a conquista do partido. Por trás de tudo uma briga nacional, entre Baleia Rossi e Isnaldo Bulhões. Sérgio Reis garante seguir liderando o partido.

Costa e o 'dinheiro vivo'
O deputado federal Bosco Costa (PL) sofreu busca e apreensão na última sexta-feira. A suspeita é de que o parlamentar participou de um esquema para desvio de verbas em esquemas de licitação com recursos de emendas. Segundo a PF, o pacto era a devolução de 25% do contrato em 'dinheiro vivo'. Costa teria sido beneficiado com R$ 1 milhão.

Expectativa governista
A grande expectativa para esta segunda-feira, 14, não é quanto ao nome que será escolhido pelo grupo governista, mas, sim, quanto a forma de anúncio. Haverá coletiva após reunião? Ou uma postagem na rede social deve ser utilizada? Como fará Belivaldo o anúncio de que Fábio Mitidieri consolidou seu nome e será o candidato governista? Lideranças e presidentes de partidos da base estarão presentes no encontro.

Queda de arrecadação
Preocupado com a queda na arrecadação, consequência da isenção de IPI da linha branca e da mudança na cobrança do ICMS nos combustíveis, o governador Belivaldo Chagas reuniu a bancada e apresentou os números que podem trazer dificuldades para Sergipe.