O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza, nesta segunda-feira (31), o primeiro dia do seminário “Resistência, Travessia e Esperança”. Conduzido pelos líderes do partido no Congresso Nacional, o deputado federal Reginaldo Lopes (MG) e o senador Paulo Rocha (PA), o evento conta com a participação, de maneira virtual, dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
O objetivo do seminário é debater o legado dos governos petistas, analisar a conjuntura atual e traçar estratégias para as eleições de 2022. Em sua fala no começo desta tarde, Lula voltou a dar um recado à militância no sentido que sua candidatura tem de ir além do partido. O presidenciável tem sido criticado pelos setores mais à esquerda que o apoiam por negociar uma possível aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, e apoios mais ao centro e à direita, como com o PSD. “Eu tenho de ser o candidato de um movimento que ultrapasse as fronteiras do PT.
De um movimento que quer redemocratizar o país de verdade”, afirmou o ex-presidente. O presidenciável, que lidera as pesquisas de intenção de voto, afirmou que deseja reestabelecer os direitos do trabalhador e o acesso à educação e que irá “tratar a saúde e a educação como investimento e não como gasto”. O ex-presidente criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), e afirmou que ele é submisso ao Congresso Nacional. “Nunca vimos, desde a proclamação da República, um presidente tão subserviente, tão submisso aos partidos que lhe sustentam. Nem o Orçamento da União ele faz”, apontou o petista. Lula também criticou o processo que levou à deposição da ex-presidente Dilma Rousseff. Não citou, mas indiretamente fez críticas ao ex-presidente Michel Temer, citando o seu programa de governo, “Ponte para o Futuro”.
“Nós alertamos que, com o golpe da companheira Dilma, as coisas iriam piorar neste país. Criaram uma coisa chamada ponte para o futuro que, na verdade, não era uma ponte, era um abismo, pois eles cavaram o buraco e não fizeram a ponte”, criticou. Para o ex-presidente, o partido tem a responsabilidade de eleger pessoas novas para a política, principalmente mulheres, estudantes, membros da comunidade LGBT e trabalhadores do movimento social e sindical que estejam comprometidos com os interesses da população. “Precisamos convencer o povo brasileiro de que não basta eleger o presidente da República, é preciso eleger um Congresso Nacional progressista, com mais senadores e senadoras, mais deputados e deputadas comprometidos com os trabalhadores, para que a gente possa, então, realizar o nosso sonho de ver este país feliz outra vez”, destacou. O senador Paulo Rocha, líder do PT no Senado, concorda que é necessário que o partido reforce a base no Congresso. “Para essa campanha, não basta ter apenas o Lula, que é nosso grande goleador.
Nesse campeonato, precisamos de um time unido e afinado com o que há de melhor em todas as posições, para que nosso grande goleador retome o poder em nome da classe trabalhadora”, afirmou o senador. Líder do partido na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes destacou que a bancada “tem a responsabilidade de contribuir com esse grande movimento pela candidatura do presidente Lula e de trabalhar para obter um resultado legislativo parecido com o que teve o Partido Socialista de Portugal”. Na eleição realizada nesse domingo (30), o partido de esquerda do país europeu conquistou 41,68% dos votos e elegeu 117 deputados, um a mais do necessário para obter maioria absoluta nas 230 cadeiras do Parlamento.
Fonte: JC