O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, PSD, tem conduzido a gestão do Estado num momento de pandemia, visto as coisas darem certo no aspecto financeiro e, ao mesmo tempo, e tem conseguido manter um grupo grande em torno dele e do projeto político que ajuda a tocar no Estado.
De divergente mesmo até agora, somente a parte do PT, que apresenta a pré-candidatura do senador Rogério Carvalho como promessa de uma dissidência sem retorno. Mas as tensões no entorno específico de Belivaldo Chagas não têm sido leves.
Na esfera dele, pelo menos quatro grupos armam possibilidades políticas e eleitorais visando 2022 - o de Fábio Mitidieri, de Laércio Oliveira, de Ulices Andrade e de Edvaldo Nogueira. E se bicam.
A partir daí, os meios de mídia criam diariamente uma desconexa Torre de Babel de confabulações sobre quem será ungido o candidato do grupo governista.
Isso ocorre mesmo à revelia de uma manifestada intenção de Belivaldo Chagas de não decidir sobre isso agora e nem fazê-lo monocraticamente - embora seja ele a quem todos reconhecem a condição de coordenador soberano e final do que vai acontecer em 2022.
Diante desse esticar de cordas, Belivaldo Chagas às vezes se sente impaciente. E pede moderação. Nesta segunda-feira, 20, ele fez um desabafo numa conversa direta e franca com a Coluna Aparte, na qual pediu que ninguém lhe atribua apadrinhamento e nem desapadrinhamento de pré-candidatura de qualquer aliado.
“Eu nunca disse que A é candidato e nem que B não é candidato. Mas no dia em que eu disser “meu candidato é fulano”, fulano será o candidato. Não vou discutir política nesse sentido agora. Eu só discutirei política efetivamente depois que fizer a reunião do grupo. Do bloco inteiro. Até o momento, não fiz essa reunião e nem merquei a data dela com o bloco”, pondera o governador.
“Está tão claro o tempo todo o esforço que eu empreendo para dizer a todos que o momento é da pandemia. Agora, graças a Deus, a pandemia está indo embora. Eu não tenho nada definido em relação à sucessão e nem nunca disse que tinha. Será que é difícil entender que eu só vou discutir política depois que eu fizer a primeira reunião com o grupo? Eu vou reunir o bloco, o que nunca fiz até hoje”, disse Belivaldo Chagas.
Apesar da falta desse momento específico para botar o bloco na rua e embora afirme que, “por enquanto, tudo não passa de um jogo de conjecturas” quando se referencia essa ou aquela candidatura, o governador não rifa e nem criminaliza quem queria se mobilizar em busca de construir espaços futuros. “Sim, todo mundo tem o direito de se movimentar. Todo mundo tem o direito de dizer que é candidato. Todo mundo tem o direito de querer ser candidato”, pondera Belivaldo.
Mas, ao mesmo tempo, Belivaldo Chagas acha estranho e pouco produtivo que lhe atribuam os candidatos e as candidaturas apadrinhadas. Essa é uma queixa que ele dirige mais aos conjecturadores da mídia do que aos políticos e seus iguais.
“Porque o fato concreto é: nunca reuni o grupo para tratar especificamente da sucessão estadual. Vamos reunir, sim, o grupo que se achar que é grupo. Quem se achar que não é mais grupo, no dia em que for convidado, não vá. Mas não quer dizer que no dia a dia não se discuta política. Você está viajando, encontra um prefeito amigo, um deputado, você discute política. Você conjectura. Agora, decisões políticas? Reuniões políticas para startar efetivamente o processo político-sucessório por parte do governador? Isso em nenhum momento se deu. Decisão nenhuma foi tomada. Mas vou, sim, na hora certa, discutir a candidatura”, avisa Belivaldo Chagas.