Inaugurada desde fevereiro deste ano, a Central de Abastecimento (Ceasa) de Itabaiana ainda continua sem funcionar de fato. Os comerciantes e a administração do empreendimento, assim como os gestores públicos, não chegaram a um consenso.
De um lado, os comerciantes que firmaram contrato com a Central alegam que o preço da taxa cobrado é exorbitante; além de falta de estrutura no setor de cargas e descargas. O que fez com que os mesmos quisessem cancelar o contrato com a empresa que hoje administra a Ceasa.
Por outro lado, o prefeito Adailton Sousa está sendo pressionado para retirar esses comerciantes atacadistas do Mercadão, o que os forçariam ir pra Ceasa sem opção. Apesar da movimentação de caminhões para o Mercadão ser um problema de mobilidade urbana dentro de Itabaiana, já que o local fica localizado bem no centro da cidade, o prefeito se nega a expulsá-los. Pois, entende que o problema deve ser resolvido pelo governo do Estado.
“Foram 35 milhões de reais oriundos de empréstimo para a construção e já faz cinco meses sem funcionamento. Se não houver bom senso por parte do governo e da empresa que administração, pode acontecer com o Mercadão o mesmo que aconteceu com o Matadouro Municipal”, comentou o radialista Roosevelt Santana durante o programa Jornal da Manhã, na FM Itabaiana 93.1.
O ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, concedeu entrevista ao radialista, na manhã desta sexta-feira, 25, e falou sobre o assunto: “Ao meu ver, o município não tinha nem que está nessa discussão sobre a Ceasa porque o povo é livre. O comerciante que quer ir para a Ceasa pega e vai porque o município não está proibindo. Agora, todo mundo sabe de quem é a Ceasa. Quem está lá administrando são os cabos eleitorais do presidente da Assembleia. E, eles quererem transferir essa responsabilidade para a Prefeitura, quando na verdade é de responsabilidade do Estado. É necessário dizer à população a verdade”.
Valmir de Francisquinho comentou ainda que o presidente da Alese, Luciano Bispo, diz que quem manda no Estado de Sergipe é ele: “E manda mesmo! Só não manda para trazer saúde e obras para o município de Itabaiana. Se o prefeito Adailton expulsa os trabalhadores do Mercadão, no outro dia está no rádio que é perseguidor, ditador. Ele já foi até chamado ao Ministério Público, como eu fui chamado pela questão do Matadouro”, disse acrescentando que a semelhança de ambas as situações não passa de um jogo de interesses financeiro e político por parte dos opositores.
O ex-prefeito lembrou ainda que o povo é sempre o maior prejudicado: “A população de Itabaiana, em geral, ainda não despertou para a gravidade da cobrança dessas taxas exorbitantes, que sobra é pro consumidor final. Por exemplo: uma caixa de tomate cobrada aqui por 100 reais, lá vai ser 200. O cara, então, vai pra Cesasa de Aracaju, onde o preço cobrado será bem mais baixo, já que a taxa lá também é bem abaixo da daqui. Consequentemente, isso tudo vai acabar com a maior feira a céu aberto, que é a de Itabaiana. E, os feirantes se preparem porque esse tipo de política vai acabar com as feiras livres, da mesma forma que acabaram com os matadouros municipais”, alertou.
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