O grupo liderado por Belivaldo Chagas (PSD) ainda não definiu. O governador almeja decisão para setembro ou outubro, mas não é unanimidade esta possibilidade, tudo ainda é incerto. O cenário de hoje mostra um duelo de dois grandes nomes da política sergipana, na disputa pelo comando dos destinos de mais de 2 milhões de sergipanos de 2023 a 2026.
O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) está na dianteira como possível candidato escolhido do governador e seu agrupamento. São mais de 60 prefeitos, lideranças importantes do interior e três dos quatro prefeitos da Grande Aracaju.
"Lula disse a Rogério que a candidatura em Sergipe era missão", revelou uma pessoa próxima ao senador petista, Rogério Carvalho. Isso indica o que todos já esperam: com ou sem apoio de Belivaldo, o Partido dos Trabalhadores vai disputar com alianças de partidos de esquerda, adesões do centro e o importante cabo eleitoral que tem crescido nas pesquisas para à Presidência da República, o ex-presidente Lula.
"Lula garantiu que só tem um palanque em Sergipe e este é o nosso", disse Rogério ao Jornal da Fan.
Ambos fazem mandatos com boa repercussão nacional. Ambos tiveram vitórias maiúsculas nas eleições de 2018. Esse duelo foi antecipado em 2020, quando o PT rachou em Aracaju e disputou cidades importantes como Itabaiana e Canindé do São Francisco.
Em 2020, o saldo positivo é de Mitidieri. Somente de seu partido foram 20 prefeituras, o PT só fez seis.
Isso não intimida Rogério, o senador é um bom articulador, tem dialogado muito e não vai a passeio para a eleição. Mitidieri não calça o salto alto, sabe do peso que Lula significa, mas acredita na força do grupo, nos bons resultados que Belivaldo tem conquistado para Sergipe e na sua capacidade de aglutinar forças políticas.
Teremos uma grande eleição, que contará com outros candidatos fortes como o senador Alessandro Vieira (Cidadania). Não tenho bola de cristal e nem procuração do eleitorado, mas em se confirmando esse cenário, quem conhece política sabe que, dificilmente, esse duelo, essa polarização, será ultrapassada.
NOTAS DA SEMANA
PT deve ir a Belivaldo - Um membro da direção estadual do PT em Sergipe, revelou que o partido deve procurar o governador Belivaldo Chagas para propor que as conversas para definição de nomes seja postergada para 2022. A tentativa é ganhar tempo para convencer o agrupamento a apoiar Rogério.
Mitidieri quer decisão já - Ele não externa publicamente para não tensionar, mas Fábio Mitidieri tem trabalhado para que Belivaldo reúna o grupo e defina os nomes ou exclua nomes até outubro. Na avaliação dele e aliados, seria um tempo necessário para movimentação. "Postergar pode criar uma disputa interna que seja prejudicial ao projeto", avaliou um governista.
Alessandro e o fico sem alternativas - O anúncio de que deixaria o Cidadania foi mais uma demonstração da imaturidade política de Alessandro Vieira. Partido é coletividade, não um espaço para imposições. Na democracia se ganha e se perde e é preciso respeitar as decisões. Alessandro fez birra, recebeu convites de outras agremiações, mas viu a tempo o erro que cometeria e atendeu ao apelo do partido. Ficou sem nem ter saído, apenas demonstrou um pouco mais de seu perfil.
A Fan quer a transparência - Gerou muita repercussão as declarações do prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Padre Inaldo (PP), de que estaria sendo vítima de chantagem e extorsão. A Fan ingressou com pedido de esclarecimento na Justiça. A interpelação pede que Inaldo diga nomes e apresente provas. Após a Fan divulgar, quem seguiu o exemplo foi o radialista e deputado estadual Gilmar Carvalho (PSC). As duas interpelações querem apenas a transparência.
Quando o assessor se torna maior que o assessorado - É comum quando o assessor é potencialmente vaidoso, uma estratégia para se tornar maior que seu assessorado. Ele aparece mais e amarra o assessorado de tal forma, que a relação passa a ser de dependência e não mais de técnica e profissionalismo. Uma análise em alguns casos pode trazer bons exemplos de como o assessorado precisa ficar mais atento para não estar sendo usado.