O Senado aprovou ontem (17) a medida provisória que viabiliza a privatização da Eletrobras. Segundo o ex-deputado federal Valadares Filho, dois pontos aprovados causam uma preocupação maior porque deixarão as contas de energia mais caras: a exigência da contratação de usinas termelétricas movidas a gás natural e a criação de reserva de mercado para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
“As termelétricas produzem uma energia mais cara se comparada às hidrelétricas, eólicas e solares. Já em relação às pequenas centrais, especialistas dizem que a medida pode encarecer a conta porque a reserva de mercado contraria o princípio da livre concorrência nos leilões. Além disso, a energia produzida pelas PCHs não é controlada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, pontua.
Valadares Filho vê com preocupação essa possibilidade de aumento do custo, uma vez que a energia é um insumo básico do setor produtivo. “As mudanças aprovadas devem impactar o serviço, a agricultura e a indústria, aumentando o custo de vida dos brasileiros, já impactados pelos efeitos da pandemia na nossa economia”, afirma.
“A MP da Eletrobras voltará para a Câmara, e como integrante do PSB, farei um apelo aos colegas de parlamento do partido para que rejeitem as mudanças e tornem o impacto da privatização da estatal – que devido à força do governo federal no Congresso deve ser aprovada – menos nocivo para o bolso dos brasileiros”, disse o ex-deputado federal.