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Política

EDIVAN AMORIM DIZ QUE NÃO QUER MORRER SOLITÁRIO COMO JOÃO ALVES E FECHA CONTA DAS ATIVIDADES POLÍTICAS

Edivan Amorim: “Pense num cara animando! Agora, animado por aquilo que ele tem propósito. Este sou eu”

Publicada em 10/04/21 às 10:44h - 237 visualizações

Jozailto Lima JL Politíca É jornalista há 38 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração Tanuza Oliveira.


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EDIVAN AMORIM DIZ QUE NÃO QUER MORRER SOLITÁRIO COMO JOÃO ALVES E FECHA CONTA DAS ATIVIDADES POLÍTICAS
 (Foto: Reprodução)
O empresário Edivan Amorim, 59 anos, presidente licenciado da Executiva do Partido Republicano no Estado de Sergipe, é hoje um homem desiludido com a política e disposto a estar à margem dela nas eleições do ano que vem.

No atual estágio a que chegou a política brasileira, encontrar alguém desiludido com ela e indisposto a subscrevê-la não é algo tão raro. Mas, quando esta apatia atinge a uma figura como Edivan Amorim, é sinal de que há febre no organismo político.

Sem nunca ter disputado um único mandato eletivo, Edivan operou nos bastidores da política e chegou a fazer milagres - como os de eleger como mais votado o irmão médico para a Câmara Federal em 2006 e para o Senado, em 2010.

Na eleição de 2010, Edivan Amorim liderou, ou potencializou, uma coalisão de apoio à reeleição de Marcelo Déda, PT, ao Governo de Sergipe e viu, por ela, Eduardo Amorim sair com a maior votação que um sergipano já obteve para o Senado – 625.959 votos -, e ainda fazer 10 dos 24 deputados estaduais e um federal, na figura de André Moura. Ali, Déda se reelegeu no primeiro turno com 537.223 votos – bem menos que Eduardo.

Mas esse animal político chamado Edivan hoje é morto, por opção própria - apesar de ter sido fragorosamente derrotado em 2014 e em 2018 com o mesmo irmão pesadão na disputa pelo Governo do Estado. “De política, eu estou fora. Não tenho discutido isso com ninguém. Já fiz nela o que tinha de fazer. Minha parte na política já fiz e agora é com o presidente do PR, que é o ex-prefeito Valmir de Francisquinho”, diz Edivan.

Ex-genro do ex-governador João Alves Filho e com quem fez política até 2002, Edivan Amorim toma de empréstimo o quase abandono com o qual aquele líder estadual chegou ao fim da vida para dizer que não quer para si o mesmo destino tão trágico.

“O cara mais realizador no plano político de Sergipe foi João Alves - não se vai encontrar outro igual a ele tão cedo. E foi o cara que morreu sozinho - tirando aí meia dúzia de pessoas. Veja que o homem mais importante de Sergipe foi o mais sofrido e o mais abandonado. E pra que quero isso? Eu vou querer um destino final deste para mim? Para que?”, diz Edivan.

Edivan Amorim nega, por exemplo, que esteja na coordenação da candidatura do plutocrata deputado estadual Zezinho Guimarães, MDB, a deputado federal no ano que, como é boato corrente no mercado político.

“Em Sergipe, as coisas são assim: as que faço, ninguém divulga, e as que eu não faço, me atribuem. Não é (apoiado por ele o projeto do Guimarães). Zezinho objeto pessoal meu? Jamais. Não sei nem pra qual partido ele vai. Sinceramente, não estou participando de nada disso. Nós não temos um candidato único a deputado federal. Vai ter uma lista do partido e todos que estiverem nela vão ser candidatos do partido. Todos. E outra: eu não vou conduzir nada. Não quero mais saber disso. Política é tudo interesse. Política só dá desgaste”, diz Edivan.

Mas o senhor abandonou o projeto de seu irmão Eduardo Amorim, de disputar vaga na Câmara em 2022? “Não abandonei meu irmão. Eu abandono projetos. O que você não quer pra você, não quer pra mais ninguém. E nessa parte política, eu abandonei todo mundo. Não quero saber de nada”, diz.

“Sabe do que estou cuidando? De Amorinzinho aqui. Eu. Dos meus filhos e de minha mulher, e pronto. O resto é tudo jogo de interesses. Estou fora. Não vivo disso. Não quero saber disso não. Já fiz a minha parte, tchau. O péssimo jogador é aquele que não sabe a hora de avançar e a de recuar”, reitera Edivan Amorim.

“Você tem de saber estabelecer suas prioridades - estou com 59 anos e no momento a minha prioridade é a de fazer as coisas que gosto de fazer, como ficar com meus filhos. Neste momento de pandemia, até dever de casa da escola deles eu estou fazendo, coisa que eu nunca tinha feito. É a isso que estou me dedicando e achando uma maravilha”, reafirma.

Edivan Amorim, que já foi dono de transportadora de porte grande em Sergipe, que viu seu nome envolvido nos escândalos do Banestado - Banco do Estado do Paraná - na década de 1990, hoje mantém uma grande fazenda no Norte de Minas, no Vale do Jequitinhonha, onde prática pecuária e agricultura, e tem em Sergipe emissoras de rádio do antigo Grupo Ilha, que estão arrendadas em sua maior parte a dois grupos de radiofonia local.

“Da fazenda, a minha mulher é quem toma conta, com o gerente. Ali é uma máquina que funciona com normalidade”, diz ele. Apesar desse esfriamento para com a política - será que está falando a verdade? -, Edivan Amorim não vende pessimismo perante a vida pessoal. “Pense num cara animando! Agora, animado por aquilo que ele tem propósito. Este sou eu”, diz ele.



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