Seguramente, estão errados os observadores e praticantes da política sergipana que pensam que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Estado de Sergipe e ex-deputado estadual Ulices Andrade, obviamente sem partido, estaria fora do processo pela sucessão estadual de 2020. Quer não quer isso para si.
Ulices Andrade mantém, sim, a intenção de suceder Belivaldo Chagas, PSD. Mas não aceita este debate agora. Uma fonte desta Coluna Aparte, que conhece Ulices Andrade muito de perto e que já conviveu com ele no tempo em que exerceu os mandatos de deputado estadual, garante com segurança que Ulices está mais pré-candidato do que nunca a suceder Belivaldo Chagas no Governo de Sergipe.
Mas esta mesma fonte adverte que ninguém espere movimentos bruscos de Ulices Andrade na afirmação de uma pré-candidatura agora. Ele não fará isso. E, pondera a fonte, não fará por três razões que o conselheiro considerariam como cláusulas pétreas. Que considera princípios imexíveis.
Razão 1 - Não admite como prudente e nem republicano que, do alto do cargo que exerce, de conselheiro do TCE, esteja costurando uma candidatura e uma campanha fora desta esfera.
Razão 2 - O Estado e o Brasil estão crivados por uma pandemia de coronavírus, marchando para a morte de quase 400 mil pessoas e, numa situação assim, a pauta principal de todos os poderes e de todas as instituições de Estado e da vida particular deve ser a do combate a esta estado de coisas.
Razão 3 - “O abril em questão é o de 2021 e não o de 2022”, afirma a fonte, ponderando que Ulices acha “imprudente” se sacudir nas ruas do Estado a campanha de uma eleição que está agendada para acontecer em outubro do ano que vem.
“Ulices Andrade entende que não é época de entrar em campanha e nem de se gastar dinheiro com ela. Não é época, pela distância e não é, na visão dele, muito mais pela pandemia”, diz o informante.
Segundo este informante, o deputado Fábio Mitidieri, que se posta como pré-candidato a governador em 2020, “quer porque quer que Ulices se afaste este ano para ele ser o possível ocupante da vaga. Mas Ulices reitera: este ano não se afasta por nada e nem para ninguém”.
A fonte da Coluna Aparte diz que Ulices Andrade tem repetido, entre amigos, o mantra de que “Belivaldo Chagas só foi candidato a governador em definitivo em abril de 2018, ano da eleição, e mesmo assim ganhou com aquela estupenda diferença de votos”.
“Se quiserem tratar desta questão a partir do começo do próximo ano, ele topa. Mas deste ano, não. Até admite que o mês de dezembro de 2021 seria um tempo bom para se começar a conversar. Para começar. Ele insiste que devemos primeiro vencer a pandemia, para só depois falar de política”, reforça a fonte.
De certo modo, ao pensar assim Ulices Andrade estaria agindo dentro de um campo lógico. De uma lógica que é a mesma, inclusive, de Belivaldo Chagas, que vai ter de ser sucedido em outubro do ano que vem, mas que tem deixado patente que 2021 não é ano apropriado para se discutir isso.
Como Ulices Andrade, Belivaldo Chagas costuma também citar a existência da pandemia como um impeditivo ao debate político do ano que vem. E, neste caso, ambos estão certos.