Diante de questionamentos feitos por alguns parlamentares sobre os trabalhos na Casa, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Luciano Bispo (MDB), retrucou algumas críticas e fez a defesa do Poder. Sobre o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, Bispo entende que existem “radicalismos de direita e de esquerda” que não ajudam, que é preciso ter muito equilíbrio neste momento e que só a vacinação em massa vai ajudar a contornar o cenário difícil.
“A Assembleia Legislativa é forte e tem agido com muita maestria, com muita firmeza, defendendo o povo de Sergipe. Estamos avançando com alguns projetos e indicações. Vamos tratar da resolução para a retomada das Comissões Temáticas e das votações, mas não há má vontade contra o projeto de ninguém aqui”, retrucou o presidente da Alese.
Luciano seguiu fazendo a defesa do Poder Legislativo em relação aos ataques que estão sendo feitos ao Poder. “É muito fácil uma pessoa chega na porta da Alese e fazer um protesto, gravar um vídeo. Somos uma casa política! Fala como se a gente não tivesse uma folha para pagar, como se não tivesse funcionários”.
“Nós, aqui, agimos com seriedade, com responsabilidade! Aqui a gente tenta votar da melhor forma e da forma mais rápida possível! Todos aqui estamos correndo riscos! Isso aqui é uma loteria e ninguém está livre de se infectar com este vírus. Todos nós corremos esse risco quando estamos aqui, presencialmente. Alguns colegas acham que eu deveria abrir todos os gabinetes para atendimento, mas eu não posso fazer isso! Temos que ter muita calma e paciência”, completou.
Vacinas
Sobre as manifestações de alguns parlamentares defendendo que algumas categorias de trabalhadores sejam priorizadas na vacinação, Luciano Bispo disse que compreende a aflição de todos, mas enfatizou a necessidade do equilíbrio. “Ontem o deputado Capitão Samuel (PSC) anunciou que os profissionais da Segurança Pública serão priorizados na vacinação e isso nos deixou muito satisfeitos”.
“Mas quanto chego em casa, assistindo os programas de televisão, vem a notícia que em abril a previsão é que tenhamos 10 milhões de doses da vacina a menos! Nós queremos sim que os profissionais da Segurança Pública e que os professores sejam priorizados. É justo! Eles estão em contato com as crianças, com o povo! Mas quando o governo federal fala que podemos ter 10 milhões de vacinas a menos em abril, isso nos deixa ainda mais aflitos”, completou Luciano.
O presidente da Assembleia Legislativa disse que vem conversando com alguns prefeitos sergipanos e que, em alguns municípios, a vacinação está mais atrasada do que em outros. Ele pontuou também entende as cobranças dos colegas parlamentares, das categorias, e reconheceu que é um assunto que está preocupando a todos. “Eu entendo as razões de todos. Só vamos vencer a pandemia com a vacina”.
Mortalidade
Luciano também externou seu nervosismo com a taxa de mortalidade diária por COVID que vem aumentando em todo o País. “Ontem foram mais de 3,2 mil pessoas! Hoje, lamentavelmente, teremos muitas outras. Isso deixa todo mundo atônito! O governo fala que vamos produzir vacinas com os nossos próprios insumos, mas quando? Até lá teremos mais quantas vidas perdidas?”, questionou.
O presidente admitiu que vem para as sessões remotas da Alese preocupado, tomando todos os cuidados e orientações estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde. “Quando eu saio daqui (Alese) eu vou direto para casa! Fico acompanhando os noticiários! Estamos em meio a uma pandemia. É uma doença nova e não existe ainda uma ciência exata para a cura. Estamos vendo pais, filhos e netos sendo infectados e nos deixando”.
Sem radicalismos
Por fim Luciano também reconheceu a preocupação de alguns empresários e de algumas categorias de trabalhadores que fazem apelos desesperados. “Precisamos ter cautela! A gente vê na imprensa, notícias de novas cepas e é muito difícil para todos nós. É preciso ter calma, paciência. Infelizmente existem radicalismos de direita e de esquerda que não ajudam, temos que pesar tudo o que é noticiado. É preciso ter muito equilíbrio neste momento e que só a vacinação em massa vai ajudar a contornar o cenário difícil.