Com muita preocupação. É assim que o presidente do Democratas Sergipe, o ex-deputado federal José Carlos Machado, vê essa troca de farpas entre duas das principais lideranças do partido, o deputado federal carioca Rodrigo Maia e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, presidente nacional da sigla.
“Estão se digladiando por causa do resultado da eleição para a Câmara”, resume Machado. Para ele, Maia exagera quando culpa ACM Neto pela derrota do candidato dele.
“Os números não dizem isso, já que apenas 16 deputados do nosso partido votaram no Lira, que teve mais de 300 votos (foram 302). Então, não foi o DEM o responsável pela derrota do candidato dele. Foi o Governo”, pondera Machado.
Isso porque, de acordo com ele, o Governo se empenhou muito para eleger um candidato próprio. “O Governo entendeu que era importante a vitória, e conseguiu. Já aconteceu isso várias vezes”, relembra.
Segundo Machado, por outro lado, também não se pode esquecer o papel e Rodrigo Maia que, na sua visão, já faz parte da história do partido. “Isso tem que ser levado em conta”, ressalta. Machado diz que, diante dessas duas vertentes, o ideal é que o bom senso prevaleça.
“Saímos muito bem das eleições municipais deste ano, temos que aproveitar o momento e nos organizar em busca de protagonismo nas eleições presidenciais, em vez de estar brigando. Vamos marchar para um entendimento. E o que puder fazer, eu farei”, reforça.
Machado diz ter boa convivência com Maia e promete conversar com o ex-presidente da Câmara para tratar, inclusive, sobre a suposta saída dele do partido. “Se depender de mim, ele não sai. Maia teve papel crucial em pautas importantes, como a Reforma da Previdência, de iniciativa do Governo, e a da criação do auxílio emergencial. Ele tem espírito público”, define Machado.
Mas o presidente estadual do DEM de Sergipe garante não estar do lado nem de um nem de outro. Até porque, para Machado, essa crise não respinga em Sergipe.
“Estou é em busca do fortalecimento do partido. Vamos sair dessa crise tranquilamente. Tomara que sejam humildes para entender que é preciso pensar no partido, em participar das próximas eleições fortalecidos e eleger o maior número de governadores e deputados”, destaca Machado.
