A eleição de 2020 consolidou uma afirmação sempre usada no meio partidário: com discurso e boas intenções não se vence eleição. É uma dura constatação, que põe um balde de água fria nos que se iludiram com um suposto “processo de mudança”, que se fortaleceria diante de um ainda lento amadurecimento e da fraca consciência do eleitorado.
Para vencer uma eleição majoritária é preciso estrutura financeira e grupo político, entre estes dois fatores não existe predominância, um ajuda o outro. Fora disso, são raras exceções que não se repetem a cada pleito.
Quem conhece Sergipe, sabe que foram essas duas variáveis que permitiram aos Francos e seu aliado João Alves Filho, a governarem o estado de 1979 a 2006. E são os mesmos fatores que viabilizam as vitórias consecutivas, desde 2006, deste grupo que é hoje liderado por Belivaldo Chagas.
O trabalho administrativo, os resultados das gestões e o marketing, foram, sem dúvida, importantes e necessários. Eles impactam na definição de parte dos eleitores, porém, sem a estrutura e o grupo político, não seriam suficientes.
A análise mais forte, feita hoje nos bastidores do mundo político sergipano, é que observando o vácuo de liderança no grupo governista, Rogério Carvalho e Laércio Oliveira se articularam em seus mandatos e enxergaram nas eleições de fevereiro próximo no Congresso Nacional, a oportunidade de consolidar seus nomes para 2022.
No Senado, Rogério Carvalho (PT) é apontado como o responsável pela concretização do apoio de seu partido ao candidato do Democratas, Rodrigo Pacheco, que é apoiado pelo presidente Bolsonaro.
Na Câmara Federal, Laércio Oliveira (Progressistas) faz parte da coordenação do candidato de seu partido, que é também apoiado por Bolsonaro. O alagoano Arthur Lira é apontado como favorito.
A vitória de seus candidatos pode render a Rogério e Laércio o acesso a liberação de recursos para Sergipe, um fator essencial para a criação e fortalecimento de um grupo político, especialmente, através da vinculação de acordos políticos com a chegada de emendas.
Laércio já deixa sua intenção de disputar o Governo transparente, já Rogério tem evitado um anúncio precipitado, afinal, não seria prudente uma movimentação sem antes concretizar o que supostamente teria planejado com seu fortalecimento no Senado.
Tudo é conjectura, os bastidores fervem, os mais próximos a Belivaldo estariam preocupados e atentos esperando uma reação habilidosa do líder e do grupo, que pretende um nome do PSD. Os personagens não revelarão suas estratégias, só o tempo confirmará.
NOTAS DA SEMANA
2022 já chegou – Com a possibilidade de permanência da proibição de coligações partidárias nas chapas proporcionais, os candidatos que pretendem vaga no Legislativo em 2022, já estão em campanha. A movimentação foi antecipada, quem esperar o segundo semestre terá problemas. O custo da campanha aumentou. Lideranças municipais, comunitárias e candidatos medianos estão faturando, é mercado aquecido.
Prefeitos e seus candidatos – Os prefeitos de Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão e Itaporanga D’ajuda terão candidatos de suas cidades para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Sergipe. Eles são apenas exemplos do que diversos outros gestores podem fazer, ampliando desta forma, as conjecturas de renovação no parlamento estadual.
A escolha dos prefeitos – Em Socorro, Padre Inaldo (Progressitas) deve lançar a esposa, Maria do Carmo, que é secretária de Assistência Social, ou o vice-prefeito, Manelito Franco, ou até apoiar Zé Franco, caso ele esteja liberado judicialmente. O prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana, pensa em dois nomes, o vice-prefeito, Paulo Júnior, ou sua filha, a secretária de Saúde, Fernanda Santana. Marcelo Sobral, atual secretário de Assuntos Jurídicos de Itaporanga, deve ser o candidato do pai, o prefeito Otávio Sobral. Na Barra, Alberto Macedo (MDB) manterá apoio ao deputado estadual, Adailton Martins (PSD).
Denuncie quem ‘furar fila’ da vacina – A procuradora do Ministério Público Federal, Martha Carvalho, explicou em entrevista ao Jornal da Fan, como podem ser denunciadas as irregularidades. Confira.
Kitty instiga novos membros da oposição – A deputada estadual, Kitty Lima (Cidadania) foi escolhida como líder da oposição em 2021. Em entrevista ao Jornal da Fan, ela instigou os dois novos membros da oposição, Zezinho Guimarães (MDB) e Capitão Samuel (PSC). “Uma coisa é você dizer que saiu da base, mas quero ver como é que vai ser o comportamento na Alese”, futucou.
André Moura tranquilo – Bem articulado junto ao Governo Federal, André Moura continua liberando recursos para Sergipe, com isso, permanece um dos mais fortes nomes para 2022. A situação de Moura é até o momento tranquila. Ele fortaleceu seu grupo com a chegada do PSL, presidido por sua filha, Yandra Moura. O ex-deputado federal trabalha e aguarda a movimentação dos demais partidos para decidir em que agrupamento estará e cargo disputará. Os elogios que tem feito a Rogério Carvalho e Fábio Mitidieri deixam transparecer que tudo é possível.
Direita e esquerda num só grito – Partidos e movimentos de direita e esquerda estão articulando em todo país, uma série de atos que pedem o “Fora Bolsonaro”. Carreatas ocorreram nesse sábado, 23, e devem continuar nos próximos dias. Com queda de popularidade apontada por pesquisas recentes e uma crise financeira que tende a se aprofundar, após a não prorrogação do auxílio emergencial, o desgaste de Bolsonaro só tende a aumentar. É muito difícil prever se o impedimento do presidente cresce no Congresso. O certo é que as eleições no Congresso ganham mais importância nesta conjuntura.
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