Deputado federal em terceiro mandato, Laércio Oliveira, PP, não esconde seu projeto político-eleitoral para o próximo ano. “Eu quero ser governador de Sergipe”, diz ele, sem meios termos. Mas, apesar da forma direta como fala, não há neste querer de Laércio Oliveira espaço para imposição e nem intransigência política.

“Eu vou procurar me credenciar para ser o candidato escolhido a governador de Sergipe pelo grupo. Nada de senador. E sabemos hoje que não tem nenhum nome escolhido. Comandado pelo governador Belivaldo Chagas, na hora certa o agrupamento vai disparar o processo”, atenua o pré-candidato.

“Quando o governador startar essa etapa, vai analisar dentro do grupo quem é aquela pessoa política mais qualificada para disputar, em nome do bloco inteiro, o mandato de govenador. Eu quero me preparar para neste momento ser o mais credenciado - embora ache que o atual instante seja o que a gente tem de trabalhar sem pensar em 2022”, pondera.

Laércio Oliveira não se julga atualmente “o mais credenciado”. “Não diria que hoje reúno as condições políticas para tanto, mas vou me credenciar para tal. Vou continuar fazendo o trabalho que estou fazendo, com a finalidade de receber o apoiamento geral do agrupamento”, afirma.

Mas também não se coloca em desvantagem em relação a ninguém que tenha os mesmos objetivos que ele. “De forma alguma. Não me sinto menor que ninguém. Digo que não me sinto em desvantagem em relação a nenhum dos pré-candidatos hoje. E nem irei com uma candidatura de governador que não seja consensual no grupo inteiro. Só vou com todo mundo junto”, diz ele.

E quem seriam hoje os supostos concorrentes dele? São só Ulices Andrade e Fábio Mitidieri? “Não sei se Ulices Andrade é pré-candidato. Nunca tratei de qualquer assunto com ele referente à política. As pessoas especulam, mas dele eu pelo menos nunca ouvi nenhuma conversa dizendo que seria candidato. Sei que ele deu uma entrevista recentemente dizendo que não seria. Não posso colocá-lo na pauta de candidato”, afirma Laércio.

“Diferentemente da minha posição e da de Fábio Mitidieri que, quando perguntado, diz que está à disposição, que vai procurar se preparar para ser o candidato - assim como digo eu agora. Eu só acho muito cedo. Estou fazendo meu trabalho parlamentar direitinho e sei que isso é um processo que vai ser deflagrado pelo governador Belivaldo Chagas, que é quem vai conduzir a sucessão de 2022. Mas nós saberemos escolher o melhor dentro do grupo e esse escolhido vai ter o apoiamento de todos”, filosofa.

Laércio Oliveira não descarta uma manutenção do PT na aliança dos governistas de 2022. “Na política, tudo é possível, no nosso bloco não vale a opinião do eu, vale a opinião do nós. Avaliar se o PT virá ou não junto conosco em 2022 é, no entanto, uma decisão que a gente vai necessitar de mais tempo para fazê-la. Isso vai depender muito de quais são as sinalizações que o PT venha a dar dentro dessa aliança que existe hoje”, diz ele.

“O que é fato é que o PT de Sergipe é da base do Governo de Sergipe, porque contribuiu para eleger o atual governador, tem uma vice-governadora e não pode ser considerado como algo descartado, algo que não vai fazer parte. Não é assim. A não ser que ele venha a lançar um candidato próprio ao Governo, como fez na sucessão de Aracaju, e isso é um direito que ele tem enquanto partido. Mas até agora, não o vejo assim diante da disputa pelo futuro Governo do Estado”, diz.

O deputado Laércio Oliveira também não subestima a oposição sergipana, que muitos apontam como destroçada para 2022. “Nós teremos oposição e certamente ela vai se organizar e se fortalecer dentro do ambiente dela para fazer uma boa disputa, o que na minha opinião é saudável e necessário”, afirma.