O ex-prefeito de Estância, Ivan Leite, definitivamente rompido com o prefeito Gilson Andrade, que vai à reeleição, garantiu nesta terça-feira, 29, que apoiará, ativa e não passivamente, a candidatura de Márcio Souza, PSOL, projeto no qual obviamente embarca com o mesmo empenho a sua esposa, a professora e vice-prefeita atual de Estância, Adriana Leite.
“Cruzar os braços não atenderia exatamente ao meu perfil. Eu estive acompanhando, juntamente com a professora Adriana, o Márcio Souza em visita à feira do bairro Cidade Nova no último domingo. Nesta segunda, 28, o acompanhamos na feira da cidade de Estância, de modo que não só digo que o apoio, como efetivamente participo da campanha”, justificou Ivan.
Mas, tudo isso sem nada em troca? “Não tem nenhum toma-lá-dá-cá nessa situação. Não condiciono isso a nenhuma ocupação de espaço. Pelo contrário: a opção por Márcio Souza foi tomada conscientemente, em função do quadro político que se apresentava em Estância. Havia três opções possíveis de candidatura: a minha, a de Gilson Andrade e a de Márcio Souza”, diz Ivan.
“Uma quarta opção seria manter a neutralidade nesta campanha. Como já de há muito tempo eu vinha dizendo que uma candidatura minha não fazia parte do meu desejo e nem do da professora Adriana Leite - de modo que nem seria uma quarta opção uma candidatura dela -, optamos por Márcio”, afirma.
Ivan Leite pondera que a sua não-candidatura pessoal nunca esteve ligada à falta de perspectivas eleitorais. “Nas pesquisas feitas, mesmo sem eu ser candidato, havia um empate técnico entre aqueles três prováveis candidatos - eu, Márcio e Gilson - isso antes do período de convenções eleitorais. De modo que a minha não-candidatura não foi por falta de chances de ser eleito. Ao contrário, havia essa chance real e concreta, evidentemente que cada eleição é uma história e só teríamos certeza depois do pleito”, exemplifica ele.
“Mas, em eu não sendo candidato, restavam dois pré-candidatos com possibilidades concretas, que seriam o prefeito atual, em reeleição, e Márcio Souza. Mas o prefeito atual, além de ter pisado na bola, do ponto de vista pessoal e de grupo, também pisou na bola no aspecto administrativo, prejudicando muito a cidade de Estância, na medida em que foi omisso na decisão do terreno para a implantação do Frigorífico Maratá e no instante em que, de uma forma absurda, ele rejeitou a implantação da Escola Cívico-Militar que a professora Adriana Leite já tinha oficialmente solicitado ao presidente da República, Jair Bolsonaro. E tudo isso, caracteriza-se que Gilson não estava agindo pensando no bem comum de Estância. Estava agindo pensando numa conveniência política”, reforça Ivan Leite.
Diante da constatação de que toda a oposição de Estância a Gilson – excetuando-se o PT e mais o Cidadania - somou-se ao projeto político-eleitoral de Márcio Sousa, incluindo aí Carlos Magno, na semana passada esta Coluna Aparte produziu a seguinte reflexão: “Se esse “mói” de gente unida perder para Gilson Andrade, o reeleito prefeito poderá erguer para si um panteão de herói e Márcio Souza socar-se num sarcófago e dormir o sono da eternidade. Ivan Leite e Carlos Magno, chamuscados, seguirão suas vidas em paralelo, e meio intactos”.
Nesta terça, 29, Ivan Leite foi confrontado com essas duas perspectivas. Deu uma desconversada, mas não vislumbrou Márcio Sousa em sarcófago algum. “Eu não gosto dessa comparação de virar múmia e nem de morrer. Mas na questão do panteão, acho que Márcio está muito mais para construir sua história, porque vem subindo gradativamente nas pesquisas, num crescente de votos, mantendo uma postura coerente, com sua forma de pensar e de agir. É preciso deixar claro que o Márcio está recebendo apoios, e não mudando de posição. E, evidentemente, ninguém se nega a receber apoios quando são legítimos”, disse o ex-prefeito.