O deputado federal e novo candidato a prefeito de Lagarto no lugar do irmão Sérgio Reis desde a última sexta-feira, Fábio Reis, ambos MDB, disse nesta segunda, 28, não ter dúvida de que vai se eleger em 15 de novembro e ainda ensaia conduzir o irmão interditado agora à Câmara Federal em 2022, numa espécie de sucessão.
“Sérgio Reis já deixou tudo pavimentado. Sem exagero: Sérgio já estava com a bola na marca do pênalti, e sem goleiro, só faltando chutar e fazer o gol. E, com certeza absoluta, eu vou fazer esse gol. Estamos aí e não tenho dúvida de que levarei o espólio político dele”, disse Fábio à Coluna Aparte.
Sérgio Reis teve a candidatura cassada por condenação no Superior Tribunal de Justiça - STJ. Ele já foi gestor público, como secretário de Saúde de Lagarto, secretário de Agricultura do Estado de Sergipe e teve um mandato de deputado federal.
Fábio Reis trabalhou o tempo todo a ideia de que elegeria o irmão prefeito de Lagarto e faria, como deputado federal, dobradinha com ele em atos de ajuda ao município - o mesmo que o deputado federal Gustinho Ribeiro pensa em fazer com Hilda Ribeiro, a esposa, reelegendo-a prefeita de Lagarto.
“Eu estava focado na campanha dele, estava muito motivado, feliz e esperançoso de que eu e Sérgio pudéssemos fazer uma das maiores parcerias que Lagarto já viu, comigo na Câmara Federal e ele na Prefeitura de Lagarto. Mas, lamentavelmente, a gente planeja uma coisa, porém a decisão nunca é nossa. É sempre de Deus”, diz o deputado e agora candidato a prefeito.
Decisão “de Deus” ou da Justiça, o certo é que teve de haver uma mudança radical de rota em cima da hora. Para Fábio, essa mudança não afeta o projeto da família Reis de chegar à Prefeitura de Lagarto este ano. “No início, foi muito difícil, eu fui bastante resistente a essa possibilidade de sucedê-lo na candidatura. Mas missão dada tem de ser missão cumprida”, diz.
“Não tenho um pingo de dúvida de que não parto do zero nesta candidatura. Sérgio foi um guerreiro. Sérgio Reis se tornou um pré-candidato competitivo desde o início deste ano de 2020”, diz Fábio.
“Em 2019, o povo lagartense tinha ainda uma certa desconfiança com ele, pela ausência na cidade, mas Sérgio, sozinho, sem precisar de mim e de nem meu pai, Jerônimo, e de minha tia Goretti Reis, quebrou arestas, pavimentou terreno, virou a página, e as pessoas começaram a acreditar realmente nele e no projeto que tinha - e é por isso que eu senti muito por essa decisão”, diz Fábio Reis.
“Falo do fundo do meu coração: esse foi um momento mais difícil para mim do que para ele. Sérgio Reis tem uma capacidade extraordinária de se adaptar a todos os momentos, como ele mesmo diz, sem apego nenhum a mandatos e a cargos políticos”, diz o deputado federal.
Mas de onde vem a convicção de Fábio Reis de que fará o gol de um pênalti sem goleiro. “Essa certeza vem da reação das pessoas desde que saiu o resultado sobre a situação de Sérgio. O que tenho ouvido em todas as casas e de todos os lugares por onde eu tenho passado em Lagarto, e de uma boca só, é o seguinte: “Fábio, Sérgio já estava eleito, e com ele a gente ia só votar. Mas por você, a gente vai trabalhar e depois votar””, diz o deputado candidato.
“Não tenho dúvida de que a comunidade lagartense vê Sérgio Reis como uma vítima, e ele foi vítima mesmo. Sim, de forças ocultas. O direito de Sérgio nesse processo é muito bom, mas a gente não quis perder tempo e nem concorrer ao mandato subjudice. Ele ponderou muito, foi muito equilibrado, tomou a decisão dele ouvindo todo mundo, partindo do princípio de que não iria mentir e nem enganar e de que não queria de forma nenhuma disputar, ganhar e chegar lá na frente ter problema”, afirma Fábio Reis.
Para Fábio Reis, a luta do irmão para garantir os direitos políticos dele vai ser incessante de agora em diante. “Sérgio vai trabalhar para ajustar esse processo, tenho certeza de que daqui a dois anos ele volta e vai assumir, se Deus quiser, a nossa cadeira lá em Brasília”, diz. Tem de, além de convencer a Justiça, combinar com o povo de Sergipe.