Os chilenos foram às urnas e aceitaram mudar a constituição. Os primeiros resultados, com 90% das urnas apuradas, indicaram que 78% votaram pela alteração constituinte contra 22% que rejeitaram a ideia de substituí-la.
Os eleitores também votaram pela escolha do organismo que vai redigir a convenção constitucional. 79% optaram pela convenção mista, que seria composta por 172 membros, entre cidadãos e parlamentares.
O movimento chileno não é liderado pelas instituições clássicas, como partidos e sindicatos. Portanto, nenhuma força política poderia reivindicar uma vitória que, acima de tudo, foi protagonizada pelos cidadãos.
A diferença entre os que aprovaram e rejeitaram a ideia de substituir a Constituição vigente não constitui, portanto, um espelho da correlação de forças entre o situacionismo do Governo de direita de Sebastián Piñera e a oposição. Entre os que votaram por um novo texto também fazem parte os eleitores de direita, não apenas de esquerda e de centro-esquerda, embora aqueles que se opuseram à mudança sejam principalmente da direita doutrinária. Nesta segunda-feira (26.out), portanto, começa a verdadeira batalha na política chilena com vistas à eleição dos 155 convencionais no próximo dia 11 de abril, em menos de seis meses.