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CHINA CELEBRA SUA GESTÃO DO CORONAVÍRUS; EUROPA TENTA CONTER NOVOS SURTOS

Profissionais da saúde diante do Grande Palácio do Povo de Pequim após cerimônia de homenagem organizada pelo governo

Publicada em 08/09/20 às 10:35h - 187 visualizações

AFP


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 (Foto: AFP)
Difícil, mas histórica. Assim o presidente chinês, Xi Jinping, classificou nesta terça-feira (8) a vitória de seu país contra a pandemia de coronavírus, que surgiu em seu território em dezembro, antes da propagação para o restante do mundo, onde as mortes, o medo, as quarentenas e os novos focos continuam marcando as vidas de milhões de pessoas.

A Europa registra importantes e preocupantes novos surtos da doença e o número de contágios aumenta significativamente na França, Reino Unido e Espanha – este último país superou a marca meio milhão de contágios registrados e contabiliza entre 7.000 e 8.000 novas infecções diárias.

A pandemia já matou mais de 893.000 pessoas desde o fim de dezembro e infectou mais de 27 milhões, de acordo com um balanço da AFP que compila os dados oficiais dos países.

Na China, marco zero da covid-19, Xi Jinping afirmou que o país superou “um teste histórico e extremamente difícil”, em uma grande cerimônia organizada em Pequim para homenagear os profissionais da saúde.

A China registra oficialmente apenas 4.634 mortes por covid-19 desde a detecção da doença em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan (centro do país).

“Travamos uma grande batalha contra a epidemia que foi avassaladora para todos. Superamos um teste histórico e extremamente difícil”, afirmou Xi Jinping em seu discurso

“Agora estamos na vanguarda mundial em termos de recuperação econômica e de luta contra a covid-19”, completou.

A China, no entanto, está no alvo do governo dos Estados Unidos, que questiona a gestão de Pequim na epidemia e acusa o país de ter ocultado a gravidade do novo coronavírus.

Uma posição criticada por Xi Jinping: “O egoísmo, atribuir a responsabilidade a outros e a distorção dos fatos correm o risco de provocar danos a seu próprio país e ao resto do mundo”, advertiu.

– A pandemia e a campanha –

Justamente nos Estados Unidos, país com o maior número de contágios e mortes por coronavírus (6,3 milhões de infecções e quase 190.000 mortes), a pandemia entrou de modo inevitável na campanha da eleição presidencial de novembro.

Na segunda-feira, o presidente Donald Trump chamou de “estúpido” o rival democrata, Joe Biden, e o acusou de ter uma “retórica antivacina”.

Trump especulou sobre a possibilidade de ter uma vacina antes das eleições, algo que os especialistas consideram muito improvável.

“Não confiaria em Donald Trump e teria que ser uma fonte confiável de informação a falar sobre a eficácia e confiabilidade da vacina”, afirmou Kamala Harris candidata democrata à vice-presidência, ao canal CNN.

“Quero transparência total sobre esta vacina”, declarou Biden, que acusou o presidente de politizar os problemas de saúde.

Ao mesmo tempo que vários laboratórios trabalham para desenvolver uma vacina, os cientistas celebram o uso de alguns medicamentos para atenuar os efeitos do coronavírus.

Oxigenoterapia, corticoides ou anticoagulantes já demonstraram sua eficácia, à medida que os médicos ampliaram os conhecimentos sobre o vírus e suas consequências.

De acordo com uma série de trabalhos publicados na revista médica americana Jama, os corticoides permitem reduzir em 21% a mortalidade após 28 dias entre os pacientes afetados gravemente pela covid-19, ao combater a inflamação.

– Europa sofre –

Na Europa, onde a pandemia matou mais de 218.000 pessoas e infectou mais de 4,2 milhões, o número de novos casos aumenta.

Na Espanha, país de 47,3 milhões de habitantes, a proporção de casos em comparação à população é o dobro da registrada em nações vizinhas como França ou Itália, de acordo com os cálculos da AFP. A região mais afetada continua sendo Madri, com 16.501 casos detectados nos últimos sete dias.

Apesar dos números, a taxa de mortalidade é muito inferior a do pior momento da pandemia na Espanha, em março e abril.

A França, que contabilizou mais de 4.000 novos contágios nas últimas 24 horas, contempla reduzir de duas semanas para apenas uma o tempo de isolamento domiciliar das pessoas com covid-19.

“O contágio é maior nos cinco primeiros dias e depois diminui. Após uma semana continua presente, mas é muito reduzido”, argumentou o ministro da Saúde, Olivier Véran.

América Latina e Caribe seguem à frente como região mais afetada: mais de 298.000 vítimas fatais e 7,8 milhões de contágios.

No Brasil, que tem mais 126.000 mortes por covid-19 e mais de 4,1 milhões de casos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o presidente Jair Bolsonaro de ter transformado a pandemia em uma “arma de destruição em massa” e disse que “teria sido possível evitar tantas mortes”.

– Jogos Olímpicos a “qualquer preço” –

O mundo do esporte foi abalado nas últimas horas pela pandemia. O diretor da Volta da França, Christian Prudhomme, testou positivo para covid-19 e terá que abandonar o evento durante uma semana.

De acordo com a organização, todos os ciclistas testaram negativo e podem continuar na prova.

Além disso, a líder do ranking mundial do tênis, a australiana Ashleigh Barty, anunciou que não vai disputar o torneio de Roland Garros, que ela venceu no ano passado, devido à epidemia.

“Há dois motivos para minha decisão: primeiro os riscos de saúde ainda existentes pela covid. O segundo é minha preparação, que não foi adequada”, afirmou a tenista. Roland Garros deve começar no fim de setembro.

O atacante Kylian Mbappé, do PSG e da seleção francesa, foi diagnosticado com a covid-19 e está fora da partida entre França e Croácia nesta terça-feira.

Apesar das incertezas, os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados pelo coronavírus, devem acontecer no próximo ano “a qualquer preço”, dados os esforços dos atletas na preparação, afirmou a ministra japonesa responsável pelo evento, Seiko Hashimoto.



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