Conseguir traduzir em poesia os sentimentos que surgiram desde o início da pandemia da COVID-19 foi um dos desafios enfrentados pelo psicanalista Ricardo Azevedo Barreto ao escrever seu livro ‘O Sol Ruivo em Pandemia’. Na obra, lançada em junho, Ricardo Azevedo Barreto se conecta consigo mesmo para transformar em versos os mais diversos sentimentos, sobretudo a perseverança, tão necessária neste momento de incertezas.
“Diante do contexto de calamidade da vida humana frente à Covid-19 e do sofrimento inerente à situação atual, a linguagem poética de minha alma em busca de um mundo melhor não cessou de lutar por sua inscrição de esperança na cultura atual em que as pessoas estão muito adoecidas”, recorda Ricardo sobre o início do processo criativo.
Ainda segundo o psicanalista, o título do livro já revela esse desejo de unir elementos que embora pareçam paralelos, têm uma força complementar, principalmente na maneira de olhar os pequenos detalhes da vida. “Para mim, o sol é um elemento da natureza que se traduz por força e calor. O ruivo traz a perspectiva da singularidade, sendo uma dimensão poética tão importante no mundo atual e em todos os tempos. O momento de pandemia é a expressão do tempo presente massificado que precisa dos raios ruivos solares para seu reencantamento”, explica Barreto.
Sobre a obra
As experiências de vida do autor em uma biografia da busca de liberdade de expressão poética dos sentimentos humanos são retratadas nesta obra, que conta com o prefácio do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o notável sergipano Carlos Ayres Britto. “Admiro muito Dr. Carlos Ayres Britto como ser humano, intelectual, pensador, cidadão e poeta, entre vários outros aspectos. Para mim, foi um presente que ele tenha prefaciado de forma tão generosa e brilhante meu livro de poesias”, comemora Ricardo Azevedo Barreto.
Além do amor pela literatura, Ricardo escreve com frequência trabalhos científicos e está mergulhado em outros projetos. Confessa que ter se dedicado a seu livro de poesias trouxe muitas reflexões sobre o sentido da vida. “‘O Sol Ruivo em Pandemia’ é uma produção poética. A linguagem da poesia é ingrediente da minha alma”, conta. “Penso que a literatura e a psicanálise falam da permanente invenção de mim mesmo e do mundo inacabado em uma busca de desenvolvimento sem fim… Fui escolhido e escolhi a linguagem como um dos instrumentos centrais na construção de uma vida melhor”, acrescenta.
Em momentos como esse, de muitas incertezas em relação aos caminhos da vida, principalmente no pós-pandemia, Ricardo reflete que a leitura pode nos trazer conforto e direções, sobretudo no tocante a se pensar na reorganização da vida para o futuro, trazendo para o íntimo uma grande força motivacional para dar seguimento aos planos que foram interrompidos. “Considero que a obra poética ´O Sol Ruivo em Pandemia’ evidencia a dimensão trágica do momento atual da humanidade. Por outro lado, expressa a esperança de desenvolvimento do humano e do mundo por meio da sensibilidade artística. Tanto na psicanálise, como na literatura, nas artes, no exercício da cidadania, entre outros exemplos, precisamos do sensível na criação diária do existir”, salienta o escritor e psicanalista.
Ficou curioso pela leitura? O livro ‘O Sol Ruivo em Pandemia’ está disponível em todas as unidades da livraria Escariz, inclusive no site de vendas, e também na Galeria Mário Britto, em Aracaju.
Sobre o autor
Ricardo Azevedo Barreto graduou-se em psicologia, fez mestrado e doutorado pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). É psicanalista do Círculo Psicanalítico de Sergipe e foi presidente do Círculo Brasileiro de Psicanálise (2014-2017), filiado à International Federation of Psychoanalytic Societies (IFPS). Escritor e poeta. Autor do livro de poesias O Sol Ruivo em Pandemia (2021).