Valmir Miguel Soares, nasceu em Estância, no dia 18 de fevereiro de 1951. Era filho do casal Raimundo Miguel e Dulcinéia Soares. Ele nasceu, se criou e sempre morou no bairro Bomfim, localizado na mesma cidade em que nasceu.
Valmir, quando garoto, costumava jogar bola nos campos de várzea de sua comunidade, que se localiza do outro lado da Ponte do Bomfim. No estádio “Zé Pequeno” (primeiro campo de futebol do Estado a funcionar no período noturno), que pertencia à Fábrica de Tecidos Senhor do Bonfim, foi justamente de onde Valmir se despontou para o futebol sergipano. Chegou a jogar pelo Atlético Clube Bonfim e pelo Piauitinga.
Valmir marcou época nos anos 70 e 80. Pelo Estanciano Esporte Clube, ele ficou lembrado pelo gol de placa, que fez em cima do Sergipe, no Estádio Lourival Baptista (Aracaju), em uma partida decisiva, que levou o "Canarinho do Piauitinga", para a final do Campeonato contra o Confiança
O gol que Valmir fez, foi um daqueles que a imprensa costuma dizer que foi “o gol que Pelé não fez”. Um chute certeiro do meio de campo. Na fase boa de Valmir, a torcida sabia que o jogo não sairia empatado porque ele era 'matador nato' e sempre balançava as redes.
No tempo de Valmir, durante os treinos, o time titular, costumava enfrentar o time dos reservas, que mesclado com os juvenis.
O Clube Esportivo Sergipe era vítima de Valmir, e um dos jogos mais marcantes das duas equipes, além daquele, da final de turno, no Batistão, quando ele fez o gol de placa.
Outro jogo memorável aconteceu em Estância, no conhecido campo do Cruzeiro, e Valmir, fez dois gols contra o forte time do Sergipe e tomou três de virada.
O Sergipe à época, jogou com a seguinte escalação: Marcelo (Goleiro), Tota, Dorgival, Onça, Edson e Carlos Augusto, Ricardo, Giraldo, Pêpeta, Carlinhos e Joãozinho.
O Estanciano tinha Valmir e mais dez. O time era bom, mas não segurou a “máquina rubra” e o jogo terminou em confusão, uma vez que a torcida equivocadamente suspeitou, que o goleiro Dimas (natural de Propriá e mais tarde se tornou técnico do Estanciano) como se dizia na época, “fez fole”, que era sinônimo de se vendeu.
O gol da discórdia, foi feito por Carlinhos, quase do meio campo, num chute certeiro e forte de costas, que a bola caiu na gaveta.
Valmir foi um talentoso jogador, ligeiro, driblador. Batia bem na bola. “A fase de Valmir era tão boa, que em qualquer bar que ele chegasse, tinha cerveja paga para ele pelos torcedores”, disse o professor Rubens Marques. “A diferença é que no passado, os atletas bebiam e jogavam muito e hoje só correm, e se beberem, a coisa piora”, acrescentou Rubens, lembrando que Sócrates e Afonsinho são dois exemplos de craques, que fumavam e bebiam, assim como muitos atletas pelo Brasil.
Além de jogar pelo Santa Cruz Esporte Clube e pelo Estanciano, Valmir também atuou pelo Cotinguiba de Aracaju.
Valmir era funcionário público municipal aposentado. Exerceu seu ofício laboral pela Junta do Serviço Militar.
Valmir se casou no dia 26 de novembro de 1977, com Maria Auxiliadora Silva Soares, filha do saudoso João Enfermeiro (que durante muitos anos exerceu o ofício de enfermeiro do Time Santa Cruz Esporte Clube). Com o matrimônio, nasceram: Valéria, Ortiz e Leila.
Valmir era o mais velho de uma prole do casal Raimundo e Dulcinéia. Valdir, José, Dilma, Lúcia, Lourdes, Raimundo e Valdenice, são os queridos irmãos do Craque Valmir. Ele era avô de Breno, Bruna, Levi e Lícia.
Aos 71 anos, Valmir Miguel Soares faleceu numa quinta-feira, 26 de janeiro de 2022, no Hospital Regional Dr. Jessé Fontes, em decorrência de complicações após uma cirurgia no intestino e foi sepultado no Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, em Estância.
Por Magno de Jesus
Vi jogar jogava muito
Vi Jogar no Estanciano e santa cruz jogava muito