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GOL DE VICENTE DESESTABILIZOU O SANTOS

Publicada em 21/05/24 às 14:19h - 65 visualizações

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GOL DE VICENTE DESESTABILIZOU O SANTOS
 (Foto: TRIBUNA CULTURAL/Divulgação)
Carlos Pierin, o Lalá*

“Paranaense de Lapa e vindo do Atlético Ferroviário (hoje Paraná Clube, depois de algumas fusões e diversas mudanças de nome) estava com 25 anos e em plena forma. Não era titular absoluto do Santos no início dos anos 60, mas fui escalado para a decisão contra o Bahia, no Maracanã, porque o veterano Manga (que participara do compromisso na Vila Belmiro) estava perdendo espaço no elenco diante de seguidas contusões e o ex-palmeirense Laércio (que atuou na Fonte Nova e era o plano A do treinador Lula) se machucara.

Fiquei entusiasmado com a oportunidade. Qual o jogador que não gostaria de participar da final do primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol (Taça Brasil de 1959) e com grandes chances de sair com o título, mesmo sem contar com Pelé ?

Apesar do bom começo do Bahia, tínhamos o jogo sob controle, principalmente depois de fazermos 1 x 0, com Coutinho (27 minutos do primeiro tempo). Nem mesmo a contusão de Pagão, substituído por Tite, tirou nosso foco. O problema foi o gol de empate, resultado de uma cobrança de falta da intermediária, bem executada por Vicente, ainda na fase inicial (37 minutos).

Durante muitos anos, inclusive já afastado do futebol profissional, toda vez que encontrava com Chico Formiga (que, naquela noite, jogou de quarto-zagueiro, ao lado de Mauro, e não como volante) eu o questionava por ter saído da frente da bola na hora do tiro, o que praticamente determinou o gol, pois acabei saltando atrasado. Paguei uma conta que não era minha.

Mas vamos também dar méritos ao Vicente, que, mesmo distante da meta, chutou forte e com precisão, acertando o ângulo. O Bahia, que possuía um grande time e não atuava mal, cresceu e por pouco não chegou ao segundo gol, ao acertar uma bola no travessão (num arremesso de Alencar) e que por sorte voltou para meus braços.

Da equipe baiana, lembro-me muito bem de Biriba, um ponta esquerda arisco e valente. Baixinho, rápido, driblador e que deu uma dor de cabeça sem tamanho a Getúlio e também a Zé Carlos, quando trocava de posição com o outro extrema (Marito) e caía pela direita.

Enquanto os baianos voltaram animados para o segundo tempo, por conta do empate, o Santos, apesar de toda experiência, retornou desconcentrado, a ponto de sofrer o segundo gol no primeiro lance da etapa final, numa falha coletiva da defesa. (Pequeno, medindo 1,59 metro, Biriba ganhou no alto de Getúlio e Mauro, após a cobrança de um escanteio feita por Marito e cabeceou para a meta. Formiga ainda conseguiu salvar em cima da linha, mas a bola sobrou para Léo empurrar, também de cabeça, para as redes).

Procuramos reagir de imediato e não fosse o seguro goleiro Nadinho, com defesas arrojadas, poderíamos ter empatado e até virado o placar. O Bahia atuava com muita disposição, era o jogo da vida dele, afinal enfrentava e vencia merecidamente o quase imbatível Santos, que goleara o Barcelona (dos húngaros Sandor Kocsis e Zoltán Czibor e do brasileiro Evaristo de Macedo) por 5 x 1, no Camp Nou, no ano anterior, numa exibição memorável, da qual participei e, sem modéstia, com um excelente desempenho.

Com o tempo passando e diante das dificuldades para ultrapassar a defesa adversária em busca do empate, começamos a nos impacientar e a achar que o juiz (Frederico Lopes), que era do Rio de Janeiro, estava fechando os olhos para algumas jogadas mais ríspidas dos laterais do Bahia (Beto e Nenzinho).

Caímos numa armadilha. Passamos a reclamar de tudo e a ir com muita sede ao pote, fazendo diversas faltas, algumas violentas. Isto acabou provocando as expulsões de Getúlio (por atingir Biriba, aos 23 minutos) e Formiga (por atingir Alencar, aos 26).

Naquele momento complicado do jogo, muitos de nós perguntávamos o porquê da ausência de Pelé. Entendíamos que o Rei, apenas com fadiga muscular (fruto de uma estafante excursão do Santos por 33 dias, pela América do Sul) teria tranquilamente condições de entrar em campo e jogar, pelo menos, 45 minutos. E só ele, somente ele, reuniria condições de fazer um milagre e mudar panorama tão desfavorável.

Nossas reduzidas esperanças por uma reação desapareceram por completo com a marcação do terceiro gol do Bahia (Alencar, com o chute que acertou o ângulo da meta santista, aos 31 minutos) e a, seguir, com a expulsão de Dorval (ao tentar agredir Marito, com um soco, aos 38 minutos).

Claro que queríamos muito aquele título, mas tenho certeza que ele ficou em boas mãos”.

*Carlos Pierin, o Lalá, goleiro do Santos de 1959 a 1961, 89 anos, é  empresário em Santos e professor aposentado de Educação Física.



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