A procuradoria do STJD investiga cinco jogos das Séries B, C e D em 2022 por suspeitas de manipulação de resultados com objetivo de ganho em apostas. Os inquéritos foram abertos após denúncias feitas pela CBF com origem em monitoramento da agência Sportradar, contratada para observar movimentos atípicos de apostas em sites.
Quem confirmou a investigação foi o procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente. A informação tinha sido publicada anteriormente pelo “GE”.
Segundo Piacente, são três jogos da Série B, um da Série C e outro da Série D. Uma das partidas da Segundona também está na apuração do Ministério Público do Estado de Goiás: Londrina x Sampaio Correia. A suspeita é de que um jogador do Sampaio, Matheusinho, cometeu um pênalti proposital, após receber o pagamento de uma rede de apostas.
“As denúncias dos cinco jogos foram feitos pela CBF em monitoramento do Sportsradar sem relação com essa investigação. Não recebemos nada ainda do MP de Goiás. Já pedimos informações ao MP. Quando chegar, vamos analisar as provas”, afirmou o procurador Ronaldo Piacente.
O MP de Goiás investiga outras duas partidas da Série B, Criciúma x Tombense, e Vila Nova e Sport. Esses jogos não estão dentro das apurações da procuradoria do STJD. Isso deve ocorrer quando o órgão receber dados de Goiás.
A Sportsradar identifica movimentos de apostas atípicas. Depois disso, analisa as partidas para verificar se houve lances suspeitos. Faz um relatório e manda para a CBF que o repassa para o STJD para investigação.
Ao explicar o procedimento, Piacente conta que a Sportradar pode identificar que há um movimento mais alto de apostas em um time favorito contra uma equipe pequena. A partir daí, a empresa analisa se houve um pênalti cometido de forma desnecessária, um jogador que não se esforçou ou um cartão vermelho forçado para apurar se houver uma tentativa de manipular o jogo.
Com os inquéritos instaurados, a procuradoria vai analisar quais as provas de que houve uma tentativa de manipulação. Piacente reconheceu que é preciso contar com a colaboração de Ministério Públicos para analisar determinados dados aos quais a Justiça Desportiva não tem acesso. São os casos de dados telefônicos ou bancários.
Os eventuais envolvidos em determinado caso de manipulação de resultados podem ser denunciados nos artigos 243 do CBJD. Pelos artigos, há previsão de suspensões longas para jogadores.
Não haverá, no entanto, mudanças na tabela, mesmo que constatada a manipulação. Isso porque um artigo do CBJD prevê que não se altere competições já encerradas.
Fonte: Rodrigo Matos/Uol
Infonet
