Presidente do CSA, Rafael Tenório decidiu detalhar os valores que envolvem a negociação com a Braskem. Desde a indenização pela saída do Mutange até a construção do novo CT, os números foram divulgados nesta terça à noite, durante reunião com conselheiros, torcedores e imprensa no Hotel Intercity, na Ponta Verde.
Executiva financeira do CSA, Thaísa Moraes apresentou um painel e revelou quanto o clube recebeu da Braskem, empresa mineradora que extraiu sal-gema do bairro do Mutange. Em razão do afundamento do bairro, o clube precisou deixar o CT Gustavo Paiva em 2020.
- O valor da indenização paga pela Braskem foi de R$ 31,8 milhões. Foram gastos até agora R$ 7,7 milhões. Assim, o saldo disponível na conta específica do clube para a construção do novo CT é de R$ 23,8 milhões - detalhou Thaíse, acrescentando que o clube ainda teve uma rentabilidade, por juros, de R$ 292 mil.
No segundo momento da reunião com conselheiros, Rafael Tenório fez um balanço da sua gestão à frente do CSA e citou uma frustração.
- Quando assumi o CSA, em 2015, disse que tinha três objetivos: dar calendário ao clube, zerar o passivo trabalhista e transformar o CSA em S/A. Eu consegui realizar dois: dei calendário ao clube, isso seria fácil, face à torcida que a gente tem, e consegui zerar o passivo do CSA. Mas isso foi feito com planejamento, porque eu sou especialista nisso.
"Vou sair frustrado porque não consegui transformar o CSA numa S/A. Eu queria ver o CSA em cinco anos sendo um dos maiores clubes do futebol brasileiro".
O presidente projetou os próximos passos após a sua saída do CSA.
- Eu tenho 75 dias para encerrar o meu mandato. Vou sair torcendo para que o meu sucessor faça um trabalho melhor do que eu fiz, porque sou torcedor do clube. Não sou de torcer contra, muito pelo contrário.
Uma das responsáveis pela construção do novo centro de treinamento, a arquiteta Bianca Tenório comentou também a elaboração do projeto.
- O projeto começou da nossa saída do Mutange. A ideia era alavancar o CSA e tirar o clube de onde estava, que era lugar nenhum. Como diziam: um clube sem série. Fizemos um trabalho de melhorias no Mutange, tínhamos um projeto de construir um hotel dentro do Mutange, mas fomos obrigados a sair por conta da tragédia urbana - disse Bianca, e continuou:
- Feito isso, fomos em busca de um terreno (no bairro do Benedito Bentes, perto do aeroporto Zumbi dos Palmares), conseguimos e pretendemos construir o maior centro esportivo do Nordeste. Nele, teremos hotel, centro ecumênico, museu, vestiários, campos oficiais, quadra poliesportiva, academias...
"O nosso CT está em um dos maiores patamares. A torcida pode ficar descansada em relação a isso".