O Vitória com três zagueiros não funcionou. Tampouco o time com três atacantes. Com problemas que não se resumem a uma troca de peças ou sistema, o Rubro-Negro perdeu por 1 a 0 para o Coritiba, na noite desta terça-feira, e segue sem vencer jogando fora de casa na Série B.
Diante do Coxa, Ramon Menezes voltou a montar um time com três zagueiros, como fez nos dois jogos anteriores fora de casa. Além disso, promoveu o retorno de Pedrinho, destaque no jogo contra o Brusque. Mas nada disso chega a ser surpresa. Nem as mudanças no segundo tempo para desfazer o sistema e melhorar a criação.
Importante tentar entender esse Vitória. Na fase defensiva, o time tinha uma linha de cinco jogadores, uma linha de quatro à frente e Dinei como referência. Na fase ofensiva, a equipe jogava com os dois volantes alinhados, liberava os dois laterais, que se juntavam a uma linha de ataque com David e Soares.
O Vitória de Ramon Menezes adiantou as linhas e pressionou a saída de bola do Coritiba - estratégia que funcionou, mas que também foi problema. Contando com a participação ativa dos seus jogadores de frente, o Rubro-Negro conseguiu roubar a bola no campo de ataque, mas faltou capacidade para aproveitar.
Só que a marcação adiantada tem seu risco. Quando a bola quebra alguma dessas linhas, o espaço se apresenta rapidamente para o adversário. E o Vitória já tinha visto o tamanho do problema aos 27 minutos do primeiro tempo, quando Waguininho perdeu oportunidade.
Na segunda chance que teve, ele não desperdiçou. Repare, no lance do gol, como o Vitória se adianta e a linha de cinco jogadores deixa de existir. O time leva a bola nas costas e acaba sofrendo o gol.O lance alterou de vez o panorama de um jogo em que o Coritiba não precisou fazer muito (nem jogar bem) para vencer.
Assim como aconteceu contra Internacional e Remo, Ramon desfez o sistema com três zagueiros no segundo tempo para aumentar a produtividade da equipe. Colocou Ygor Catatau, voltou a ter um time com três atacantes, mas que em nada significou uma maior produção. Carente na criação, o Vitória viveu de cruzamentos e ligações diretas no segundo tempo.
Derrotado por um adversário que esteve longe de ser brilhante, o Rubro-Negro chega ao terceiro jogo sem vencer fora de casa na Série B e com apenas um gol marcado. A atuação mostra que nem mesmo as mudanças nas peças e no sistema resolvem os problemas. E talvez o problema seja esse.