Não bastasse a decepção esportiva pela eliminação na Libertadores, a queda do Flamengo para o Racing no Maracanã significa também um forte golpe no orçamento rubro-negro, já prejudicado pela pandemia e ausência de público nos estádios.
Em seu planejamento financeiro para 2020, clube previa chegar pelo menos às semifinais da competição. Com a saída nas oitavas de final, deixa de ganhar 3,5 milhões de dólares, o equivalente a R$ 18 milhões na cotação atual.
O prejuízo se soma ao da eliminação na Copa do Brasil, em que o clube previa chegar às fases finais. A derrota para o São Paulo significou que o Flamengo deixou de ganhar, no mínimo, R$ 7 milhões pelas semifinais. Somando as duas competições, são R$ 25 milhões a menos nos cofres rubro-negros em relação ao que foi previsto no início da temporada.
Por mais que boa parte das premiações seja direcionada como bônus a jogadores e comissão técnica, o baque financeiro não é desprezível, se soma à queda de receitas de bilheteria devido à pandemia de coronavírus e acontece num momento em que a diretoria precisa resolver pendências no futebol.
A mais imediata é a rescisão do técnico Domènec Torrent, demitido no início de novembro. O valor previsto em contrato era de cerca de 2 milhões de euros (R$ 12 milhões), mas o clube negocia para diminuir o montante.
No elenco, há outras duas situações em aberto: a renovação de Diego Alves, travada por ter sido fechada num valor superior ao autorizado pelo departamento financeiro; e a compra de Pedro, estipulada em 14 milhões de euros (R$ 88 milhões). Há também parcelas a serem quitadas de alguns dos atletas contratados no início do ano.
No caso da negociação com a Fiorentina, quem toca diretamente são os empresários de Pedro. O Flamengo sinalizou o desejo de ampliar as parcelas previstas para pagamento, mas o clube italiano fez jogo duro e não aceita mudar os moldes da negociação.
A eliminação também pode acarretar mudanças no dia a dia do clube. O departamento médico, alvo de questionamentos nos últimos meses, é um dos casos analisados internamente. A expectativa, também, é de que o tom das cobranças aumente, principalmente com apenas um título a ser disputado - o do Campeonato Brasileiro.
- O peso é gigantesco. A Libertadores tem o maior significado dos campeonatos que nós jogamos na América do Sul. Não há como mensurar o tamanho, o prejuízo financeiro, de confiança, o que pode afetar para o dia a dia. O que temos que fazer é continuar trabalhando firme, fazer com que a equipe produza mais para conquistar o último título, que é o Brasileiro - disse Rogério Ceni após a partida.
Com as atenções voltadas para o Campeonato Brasileiro, o Flamengo volta a campo no sábado. A equipe enfrenta o Botafogo às 17h (de Brasília), no estádio Nilton Santos, pela 24ª rodada. Atualmente, o time rubro-negro é o terceiro colocado, com 39 pontos, três a menos que o líder Atlético-MG.