O São Paulo parece que, enfim, encontrou seu time ideal para a sequência da temporada. Após três grandes mudanças de Fernando Diniz ao longo da temporada, o Tricolor dá indícios promissores com a atual escalação.
A formação que derrotou o Flamengo por 4 a 1, no último domingo, e que vem desempenhando o melhor futebol desde o retorno do futebol por conta da pandemia, será colocada mais uma vez à prova nesta quarta-feira, diante do Lanús, às 19h15, no Morumbi, pelo jogo de volta da segunda fase da Copa Sul-Americana.
Mas para chegar até esta "espinha" de time, o treinador passou por momentos de instabilidade e grande pressão por conta de suas tomadas de decisão.
No começo da temporada, o São Paulo era praticamente outro se comparado ao atual. Antes da pandemia do novo coronavírus, a equipe viveu um de seus melhores momentos em 2020. Com Tchê Tchê de primeiro volante, Daniel Alves de segundo e um trio de ataque em alta, o Tricolor foi considerado um dos melhores do Paulistão.
Time antes da pandemia:
Tiago Volpi, Juanfran, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Igor Gomes; Antony, Vitor Bueno e Alexandre Pato.
– A gente tinha um time que estava jogando muito bem até a chegada da pandemia, em certos momentos do Campeonato Paulista os resultados não vieram, mas a equipe jogava bem consistentemente. Quando ia ver parecia que a gente teria uma grande temporada com aquele time – afirmou Fernando Diniz em entrevista ao "Bem, Amigos!", da última segunda-feira.
O retorno do futebol no Brasil, porém, fez o time mudar completamente após a eliminação para o Mirassol nas quartas de final do Campeonato Paulista e o início irregular no Brasileirão.
Daquele time que chegou a despertar a esperança dos torcedores no começo do ano, saíram Antony (vendido ao Ajax) e Alexandre Pato (contrato rescindido). Era o momento da primeira grande reformulação de Fernando Diniz.
Na quinta rodada do Campeonato Brasileiro, o treinador modificou o sistema defensivo: saiu Juanfran (entrou Igor Vinicius), saiu Bruno Alves (entrou Léo) e saiu Arboleda (entrou Diego Costa). No meio de campo, Gabriel Sara assumiu a condição de titular. Já no ataque, Pablo, Vitor Bueno e Luciano entraram com a missão de fazer gols.
Time no início do Brasileirão:
Tiago Volpi, Igor Vinicius, Diego Costa, Léo e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Gabriel Sara; Vitor Bueno, Pablo e Luciano.
A formação teve um início promissor, com três vitórias seguidas e um respiro para Fernando Diniz. No entanto, a eliminação na fase de grupos da Libertadores e uma sequência de dez gols sofridos de forma consecutiva deu um choque de realidade no elenco e escancarou problemas da escalação.
Mais uma vez pressionado no cargo após resultados pouco satisfatórios e sete jogos seguidos sem vencer, Diniz foi obrigado a mudar de novo. Aquela muito provavelmente seria sua última chance no comando do clube.
Para o jogo contra o Atlético-GO, na 14ª rodada do Brasileirão, então, ele fortaleceu o sistema defensivo: retornou com Juanfran no lugar de Igor Vinicius, voltou com Bruno Alves na vaga de Léo e colocou Luan como primeiro volante do lugar de Tchê Tchê. No ataque, apostou na dupla Brenner e Luciano.
A mudança na lateral durou apenas um jogo, já que Juanfran se lesionou. Igor Vinicius retornou, também se machucou após dois jogos de titular, e Tchê Tchê assumiu o posto.
Time base dos últimos jogos:
Tiago Volpi; Tchê Tchê (Igor Vinicius), Bruno Alves, Diego Costa e Reinaldo; Luan, Daniel Alves, Gabriel Sara e Igor Gomes; Brenner e Luciano.
A atual escalação vem apresentando resultados e, outra vez, dando sobrevida a Fernando Diniz. Com cinco garotos revelados nas categorias de base do clube (Diego Costa, Luan, Gabriel Sara, Igor Gomes e Brenner), o time venceu Palmeiras e Flamengo, se classificou às quartas de final da Copa do Brasil e colocou o São Paulo com o melhor aproveitamento do Brasileirão até aqui.
A defesa se mostrou mais sólida em determinadas ocasiões (teve oscilações, principalmente na Copa do Brasil e Sul-Americana) e a dupla Brenner e Luciano passou a brilhar no ataque.
Todo o trabalho e as realizações até aqui, porém, podem ter parte de seu curso comprometido na noite desta quarta-feira. Após a derrota para o Lanús por 3 a 2 na Argentina, o São Paulo precisa da vitória para avançar na Copa Sul-Americana e conta com o que Diniz considera ter de melhor para o duelo.
Para se classificar, o Tricolor pode vencer por um gol de diferença (até 2 a 1). Se vencer por 3 a 2, a vaga será decidida nos pênaltis. Mas se vencer por um 4 a 3, por exemplo, está eliminado pelo critério do gol fora de casa.
Nova eliminação pode fazer com que Diniz realize outras mudanças.