Craque o Flamengo fazia em casa e, se ainda faz, não usa mais. No ano passado, ganhou o Brasileirão e a Libertadores sem nenhum jogador formado no Ninho do Urubu e, na vitória sobre o Fortaleza, escalou apenas Gabriel Batista proveniente das divisões de base. No passado, o Atlético-MG também formou timaços com craques formados em casa. Reinaldo, Toninho Cerezo, Luizinho, Paulo Isidoro, João Leite foram alguns dos vice-campeões de 1977 e de 1980 nascidos na velha Vila Olímpica.
O contraponto é o Palmeiras. No passado, ganhou títulos brasileiros sem nenhum jogador formado em suas canteiras. Contra o Bragantino, escalou Patrick de Paula, Gabriel Menino e Wesley nascidos no Centro de Treinamento da Rodovia Ayrton Senna. No segundo tempo, entraram Danilo e Gabriel Verón. Cinco ao todo.
Botafogo e São Paulo foram os times que mais utilizaram suas divisões de base na rodada do final de semana: sete. O Tricolor começou com Diego, Gabriel Sara, Paulinho Boia e Hernanes que, embora veterano, nasceu também no São Paulo. Mais tarde, entraram Luan, Igor Gomes e Brenner, herói da vitória por 3 x 1 sobre o Fluminense, autor de um gol, uma assistência e de um chute na trave que se transformou em gol no rebote aproveitado por Luciano.
Flamengo, Atlético, São Paulo e Palmeiras são quatro clubes que sonham com o título e hoje usam filosofias diferentes. Antigos formadores, o Galo e o Rubro-Negro se tornaram compradores. O Palmeiras, antigo comprador, hoje tenta formar, para se livrar de uma dívida que bateu em R$ 500 milhões ano passado e exigiu redução de 25% da folha de pagamento.
Até mesmo pela irregularidade deste início de Brasileirão, os quatro são candidatos ao troféu. É mais fácil ganhá-lo comprando e formando times pesos pesados. Mas formar jogadores é a melhor maneira de não depender de um mercado brasileiro que só oferece jogadores medianos e de empresários. A médio prazo, as filosofias de São Paulo e Palmeiras podem trazer muito sucesso.