Nos perímetros públicos de irrigação mantidos pelo Governo do Estado a produção de feijão-de-corda em 2024 deve aumentar quase 25%. A expectativa dos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), no Califórnia, em Canindé de São Francisco, alto sertão sergipano; Jacarecica II, polo agrícola entre Areia Branca, Malhador e Riachuelo; e Piauí, em Lagarto, no centro-sul; é que a produção some 962,6 toneladas da leguminosa, quantidade superior às 772 toneladas produzidas nesses três perímetros em 2023.
Os agricultores irrigantes atendidos pela companhia, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), produzem o grão em qualquer época do ano, a partir do fornecimento de água de irrigação e assistência técnica oferecida em cinco perímetros de vocação agrícola. Bastante procurado para o preparo de pratos regionais, o feijão-de-corda sergipano, seja verde ou seco, tem mercado também em estados vizinhos, como Bahia e Alagoas, além de Sergipe.
“A gente leva para feira [de Canindé], para Aracaju, Salvador. Agora está tendo mercado e a gente planta o ano todo aqui, quase que tem [feijão-de-corda] direto. E sai daqui com preço”, avaliou o produtor irrigante do Califórnia, Manoel Otávio Tolentino. O agricultor, que tem 32 anos de perímetro irrigado, também planta goiaba, acerola, milho, mandioca e quiabo em seus 4 hectares do lote. O perímetro de Canindé tem a maior expectativa de alta na produção do produto para este ano, 36%, assim como a maior produção prevista para 2024, 870 toneladas.
Água e assistência
Também do Califórnia, o agricultor irrigante José dos Santos, mais conhecido como Duda, cultiva feijão-de-corda durante um período do ano, mas nas outras épocas está sempre com lavouras de maracujá, macaxeira, pimenta-de-cheiro, acerola e outros. Segundo o produtor, o Governo do Estado contribui para a diversidade e continuidade dos cultivos. “A Coderse fornece uma água de qualidade para nós e os técnicos que nos dão assistência estão de parabéns. Está tudo na mão de Deus e eles estão trabalhando certo, ajudando o produtor”.
Duda está com uma área de 0,33 hectares preparada para plantar em outubro e outra, do mesmo tamanho, em novembro. Com isso, ele tem um período prolongado de colheita entre os meses de dezembro deste ano e janeiro do próximo. “O feijão-de-corda vende por aqui também, na feira livre em Canindé e o que sobra, eu mando para Aracaju. Tanto verde quanto maduro têm uma aceitação boa. Eu vou plantar duas roças porque eu gosto de fazer um rodízio, para ter uma escala quando começar a colher”, informou.
Técnico agrícola da Coderse em Canindé, Luiz Roberto Vieira confia que a expectativa de aumento de produção será valorizada pelo bom momento do mercado para o produto. “Há a aceitação do produto no mercado e um preço convidativo, saindo entre R$ 100,00 e R$ 120,00 o saco”, revela. Conforme o profissional da Companhia, os técnicos contribuem para essa realidade positiva com a assistência criteriosa. “É preciso, por exemplo, adubação e um trato cultural bem calibrado e com assistência sanitária mais incisiva”, completou.
Feijão verde
O feijão-de-corda dos perímetros é quase sempre colhido em um estágio de maturação anterior à fase do grão seco, também utilizado para alimentação e próprio para replantio como semente. Esse ‘feijão verde’ praticamente só é comercializado em feiras livres. É quando entram em cena as tradicionais feirantes que debulham as vagens enquanto ocorre a feira e aos olhos do cliente. O produto é próprio para ser cozido no próprio caldo, refogado com carnes ou em saladas frias.