Na data de 19 de Agosto é comemorado o Dia do Historiador, em homenagem ao
diplomata e escritor abolicionista Joaquim Nabuco(1849-1910). É indispensável a
reflexão deste nobre ofício e sua importância para a sociedade.
A história é produto da
humanidade e parte indissociável do seu ser, é partindo desse pressuposto que o presente
texto tem como objetivo apresentar a razão e importância do ensino ede História.
Já dizia o historiador francês Marc Bloch, o padroeiro dos historiadores, em
Apologie pour l'histoire, ou Métier d'historien (Apologia da História ou O Ofício do
Historiador) que a história é “a ciência que estuda o homem no tempo.” Nesta frase
podemos elencar três elementos fundamentais da história: “ciência”, “homem” e “tempo”.
Quanto ao primeiro podemos entender que a história é um “discurso cientificamente
produzido”(FEVRE, Lucien), e portanto preza pela veracidade dos fatos e discussão
racional dos seus sentidos. O segundo é o ator principal da história, ser complexo,
essencialmente político e religioso, produtor de cultura, capaz de transformar o seu meio
socialmente.
O terceiro é alvo de muitas perspectivas, é diferente do conceito das ciências
naturais, é um elemento de articulação da narrativa historiográfica como é vivenciada
civilizacional e pessoalmente. Como afirma brilhantemente Bloch: “Toda história é o
presente, não é simplesmente um instante do passado.”
O passado, presente e futuro estão
conectados, e só podemos acessar os vestígios do passado a partir do presente; como diria
o historiador francês Jules Michelet, “são facetas de um tempo comum.”
Portanto diante do exposto, diria então que em última instância a História é uma
faceta indispensável pela busca da compreensão de sí mesmo no tempo e espaço.
A
consciência histórica e o senso crítico se dá pela operação cognitiva da compreensão da
dimensão temporal e está relacionada com a construção da nossa própria identidade; cujo
os métodos de ensino aplicados flexivelmente atrelado as referências da realidade do
indivíduo se torna mais significativa e portanto eficaz. O ensino de história não pode
mais ser apresentado como um produto acabado, cristalizado e factual, mas como um
processo ativo e vivo ligado a realidade presente onde todos são contribuidores da grande
história da humanidade.
Certamente o pensar historicamente perpassa por estes elementos
citados acima, portanto o ensino de história municia o indivíduo a interpretar seu meio
criticamente e a ampliar suas possibilidades de transformação.
Autor: Sami França; graduando em História pela UFS, documentarista (YouTube),
desenhista e poeta