Vivenciamos uma semana de júbilo na Universidade pública brasileira. No último dia 10 de junho, houve um encontro do Governo Federal, capitaneado pelo presidente Lula, com a presença dos ministros Camilo Santana (Educação), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovações), Rui Costa (Casa Civil) e Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência da República), com reitores e reitoras das universidades e institutos federais, no qual foi anunciada oficialmente a recomposição orçamentária das universidades e institutos federais, bem como o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC -, com investimentos nas universidades na ordem de R$ 5,5 bilhões.
A notícia é um alívio para inúmeras demandas represadas nas instituições federais de ensino superior. Mas, por mais que o encontro com o presidente Lula tenha sido importante e os anúncios relevantes, as universidades ainda carecem de mais investimento e aportes para os seus custeios. Foi, no entanto, um movimento relevante e inspirador. As instituições federais ganham um essencial e urgente alívio em seus orçamentos depois de tantos anos sofrendo com orçamentos restritivos e limitadores do melhor atendimento à comunidade.
Dos recursos liberados no PAC, caberá à UFS o substancial montante de R$ 100 milhões, destinados a investimentos de recuperação da infraestrutura em São Cristóvão, Aracaju, Laranjeiras, Lagarto, Glória e Itabaiana. As obras deverão promover o fortalecimento e a melhoria da formação na graduação, na pós-graduação e no atendimento à comunidade (principalmente com reformas de salas de aula, laboratórios, bibliotecas, auditórios, conforto térmico, estruturas acadêmicas e complexos esportivos e culturais).
Mas é inegável que a grande notícia, para a UFS, foi a autorização do seu novo campus, com a destinação de R$ 60 milhões para a sua implantação. A chegada de um campus da UFS a Estância, no Sul de Sergipe, representa a realização de um sonho antigo dos moradores da região Sul do Estado e da própria instituição. Desde o começo dos anos 2000, a sociedade estanciana, apoiada por todas as cidades do entorno e mesmo por municípios da Bahia, levou adiante iniciativas para a discussão sobre a viabilidade da implantação de um campus universitário da UFS naquele município. Mas, nem mesmo com o exitoso Reuni, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, de tão frutíferos resultados para a UFS, não houve sucesso.
Com a volta do presidente Lula à Presidência e a sua promessa de retomar ações de valorização da educação, uma nova chama de esperança se acendeu e, mais do que nunca, vários segmentos sociais uniram forças para concretizar o projeto pelo campus de Estância. Por um lado, a reitoria da UFS decidiu encaminhar ao MEC a proposta de implantação do campus na região Sul, atendendo assim ao seu próprio Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI.
Com a notícia de que a UFS havia iniciado diálogos com o MEC, gestores municipais, além de parlamentares da nossa bancada federal, promoveram reuniões com a alta gestão da UFS, organizou-se audiência pública, campanhas e pronunciamentos em apoio ao pleito foram divulgados nas redes sociais, debates em câmaras de vereadores e tratativas diversas foram realizadas. Um projeto tecnicamente bem calçado encontrou o estofo político e o apoio público que as grandes causas exigem.
A bela campanha ganhou força e integrantes do empresariado local apresentaram, inclusive, propostas de doação de terrenos à UFS para a implantação da sede definitiva do campus. A Universidade, no entanto, já informou que deverá abrir um edital para a escolha, caso não haja a doação por um outro ente público. Por sua vez, o Governo Estadual sinalizou com a possibilidade de cessão de uma ampla e reformada escola para funcionar como espaço provisório às atividades do novo campus.
Erguida a partir de um olhar cuidadoso aos indicadores, traçada através de um planejamento atento, a vitória obtida pela UFS para o campus de Estância resultou da sinergia dos vários agentes envolvidos com o propósito de promover o desenvolvimento regional. A nota máxima alcançada na última avaliação de recredenciamento da UFS junto ao MEC certamente ajudou e os outros indicadores de sucesso obtidos foram essenciais.
O esforço deu certo. Esse conjunto de notícias boas valoriza muito mais a UFS, seu corpo docente, técnico e discente, todos os colaboradores que prestam serviços à instituição. Ganharemos todos e todas, ganhará a sociedade sergipana, nossa juventude, o ensino e a pesquisa, os empreendimentos, a escola pública e os investimentos. Com o campus de Estância e os demais investimentos, a UFS encara o futuro com um sorriso aberto.
JL Poítica