Da redação, AJN1
Nesta terça-feira, 24, entidades médicas, a exemplo do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed), Sociedade Sergipana de Pediatria e Comitê Sergipano de Mortalidade Infantil vão conceder entrevista coletiva com o objetivo de alertar governos e sociedade para o aumento da mortalidade infantil no Estado. O local da coletiva será no auditório do Sindimed, a partir das 7h.
+ Sergipe pode figurar como o primeiro Estado do Brasil em mortalidade infantil
A preocupação das entidades acontece porque o menor Estado da Federação pode figurar como o primeiro estado do Brasil em casos de mortalidade infantil. A denúncia foi divulgada na última sexta-feira, 20, pelo Sindicato dos Médicos, tendo como base, além das denúncias, estudos do Comitê Nacional de Mortalidade Infantil, que devem ser publicados nos próximos meses.
No último estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, publicado em 2021, tendo como referência o ano de 2019, Sergipe estava na quarta posição do país e o primeiro do Nordeste, com média 17,7, sendo que a média nacional, à época, era de 13,3, e a do Nordeste, 15,2.
Em 2023, segundo a pediatra e neonatologista Dra. Aline Siqueira Alves, integrante da Sociedade Sergipana de Pediatria, a média de Sergipe subiu para 18,3. A taxa de mortalidade infantil é calculada por meio da quantidade de crianças que morrem antes de atingir 1 ano, a cada mil nascidas vivas.
Para o presidente do Sindimed, Dr. Helton Monteiro, os números são vergonhosos e inconcebíveis já que, na opinião dele, não há cabimento, em dias atuais, ainda existir crianças morrendo por falta de assistência adequada.
“O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe vem a público denunciar os números alarmantes da mortalidade infantil em Sergipe. Segundo dados do Comitê, Sergipe pode, nos próximos dados oficiais, chegar ao primeiro lugar da mortalidade no Brasil. É um absurdo que, em plenos anos 20 do século 21, tenhamos crianças morrendo por falta de assistência no SUS (Sistema Único de Saúde), mulheres que sequer têm a oportunidade de fazer um pré-natal, maternidades que não têm condições adequadas para assistir a população”, disse o presidente do Sindimed, em tom de insatisfação.
Conforme a pediatra e neonatologista Dra. Aline Siqueira, durante entrevista ao Podcast A Voz do Médico, a posição em que Sergipe se coloca é vergonhosa. “Sergipe é muito pequeno e isso não justifica, não tem por que. É uma coisa que seria fácil administrar, teoricamente. E o pior, mais de 60% são por mortes consideradas evitáveis”, relatou.