Por Torquato Paz
Outro dia andando por aí achei interessante tomar um chope num lugar que se assemelhasse a uma bodega. Na verdade estava com saudade dessa instituição de cidades pequenas: A bodega. Outrora se comprava tudo nessas vendas. Marcas de um passado que foi engolido.
Bodegas tais como conheci já não existem, assim como tantas outras coisas que foram substituídas. Lembram-se de como era o cinema antes? Hoje com esses estreamings e mídias diversas parece impossível ter um daqueles que se situava numa rua qualquer da cidade. Era a tela grande e maravilhosa que arrastava gentes e gentes para ver os sucessos americanos, franceses... Ou ainda aqueles brasileiros com seu estilo peculiar.
Lembram como era o corre-corre do sapateiro em época de festa, para retocar, e ainda fazer sapatos? E o retratista da cidade em Sete de Setembro, Ano Novo, Natal, São João, etc.? Hoje é preferível acessar o celular e fazer uma selfie. E as roupas? Ora... A fazenda poderia ser comprada e entregue ao alfaiate ou costureira. Hoje é melhor comprar uma roupa pronta. Telefonar era através do orelhão ou posto telefônico, coisa que o celular também faz.
Comecei falando de bodegas, mas veio isso de falar de mais coisas que vivíamos. Daí, de forma curta vou associar: Bodega a Seu Maurino, Seu Cícero (Rua da Baixa), Seu Rafael e mais outros ali na Rua Riachuelo, Bita na Rua da Miranga, Dona Caçula lá na Santa Cruz. Retratos a Seu Teixeira, tinha também Seu Almiro, Dona Edite e mais outros. Os sapatos, ali na Rua da Baixa... Nossa! Ali era lugar de prosa esperando Seu Zé Sapateiro consertar aqueles montes e montes. Filas e filas que se formavam. As fazendas poderiam ser compradas em Seu Zé Lino, ou nos árabes. Alfaiates e costureiras, Seu Gileno, o pessoal dos Oliveira, Dona Iracema, Dona Neneca e mais e mais.
Talvez esses nomes sejam desconhecidos de alguns e conhecidos de outros. Irrelevante isso, pois o interessante aqui é comprovar que por mais que o tempo avance e deixe prático algo passado, aquilo velho ainda parece personificar a palavra saudade. Deixo aqui um desafio. Quem poderia lembrar mais algo passado e associar um nome?
Estância-SE, 19 de julho de 2023, manhã de quarta-feira.