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UMA CRÔNICA ESTANCIANA DE SAUDADE - ASSOCIEM O PASSADO A UM NOME!

Publicada em 19/07/23 às 12:19h - 201 visualizações

Atribuna Cultural/Fundada em 30 de março de 2001.


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UMA CRÔNICA ESTANCIANA DE SAUDADE - ASSOCIEM O PASSADO A UM NOME!
Na bodega tinha de tudo  (Foto: DIVULGAÇÃO)

Por Torquato Paz

Outro dia andando por aí achei interessante tomar um chope num lugar que se assemelhasse a uma bodega. Na verdade estava com saudade dessa instituição de cidades pequenas: A bodega. Outrora se comprava tudo nessas vendas. Marcas de um passado que foi engolido.

Bodegas tais como conheci já não existem, assim como tantas outras coisas que foram substituídas. Lembram-se de como era o cinema antes? Hoje com esses estreamings e mídias diversas parece impossível ter um daqueles que se situava numa rua qualquer da cidade. Era a tela grande e maravilhosa que arrastava gentes e gentes para ver os sucessos americanos, franceses... Ou ainda aqueles brasileiros com seu estilo peculiar.  

Lembram como era o corre-corre do sapateiro em época de festa, para retocar, e ainda fazer sapatos? E o retratista da cidade em Sete de Setembro, Ano Novo, Natal, São João, etc.? Hoje é preferível acessar o celular e fazer uma selfie. E as roupas? Ora... A fazenda poderia ser comprada e entregue ao alfaiate ou costureira. Hoje é melhor comprar uma roupa pronta. Telefonar era através do orelhão ou posto telefônico, coisa que o celular também faz.

Comecei falando de bodegas, mas veio isso de falar de mais coisas que vivíamos. Daí, de forma curta vou associar: Bodega a Seu Maurino, Seu Cícero (Rua da Baixa), Seu Rafael e mais outros ali na Rua Riachuelo, Bita na Rua da Miranga, Dona Caçula lá na Santa Cruz. Retratos a Seu Teixeira, tinha também Seu Almiro, Dona Edite e mais outros. Os sapatos, ali na Rua da Baixa... Nossa! Ali era lugar de prosa esperando Seu Zé Sapateiro consertar aqueles montes e montes. Filas e filas que se formavam. As fazendas poderiam ser compradas em Seu Zé Lino, ou nos árabes. Alfaiates e costureiras, Seu Gileno, o pessoal dos Oliveira, Dona Iracema, Dona Neneca e mais e mais. 

Talvez esses nomes sejam desconhecidos de alguns e conhecidos de outros. Irrelevante isso, pois o interessante aqui é comprovar que por mais que o tempo avance e deixe prático algo passado, aquilo velho ainda parece personificar a palavra saudade. Deixo aqui um desafio. Quem poderia lembrar mais algo passado e associar um nome? 

Estância-SE, 19 de julho de 2023, manhã de quarta-feira.




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