Todos os estancianos e a população do interior sergipano, ficaram maravilhados com esse ato de progresso do industrial, engenheiro e jornalista Jorge Prado Leite para o seu município.
Há cinco anos operando para grande parte de Sergipe e algumas cidades baianas, a Esperança, a rádio mais antiga do interior sergipano, saiu de AM e migrou para frequência modulada (FM), 92.7Mhz. O seu som é muito bom de se ouvir.
Em momentos passados, a cidade de Estância, a mais importante da região Sul de Sergipe, os seus habitantes, sobretudo, os que tinham uma condição financeira melhor e podiam comprar um aparelho de rádio, viviam escutando as rádios: Difusora (Aracaju), Nacional (Rio de Janeiro) e Sociedade (Bahia).
Os que não tinham aparelho de rádio, acompanhavam somente as músicas e notícias pelos serviços de alto falantes, que na cidade de Estância, tinham muitos e que eram espalhados pelo centro e alguns bairros, como o Alto-falante de Francisquinho (XPTO), Alto-falante do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e outros que surgiram depois, como o de Pimental (bairro Bonfim) e o de um pescador, que residia no bairro Porto D’Areia, onde funcionava o Alto Falante, no alto da Conceição.
Foi justamente nessa época, sentindo a necessidade de Estância, que já era conhecida como berço da imprensa sergipana, que o industrial e amante do rádio, Jorge Prado Leite, com visão futurista, uma vez que já era proprietário da Rádio Jornal AM, de Aracaju, criou a primeira rádio do interior sergipano, que é a Rádio Esperança, modulada em 1250 Khz, alcançando todo o estado e além-fronteiras. A partir daí, muitos que atuavam como locutores dos alto falantes, foram contratados para trabalharem como locutores dessa emissora.
Histórico da Rádio Esperança
Em 1º de maio de 1967, o industrial, engenheiro e jornalista, Jorge Prado Leite, inaugurava em Estância a Rádio Esperança, marcando o pioneirismo na Radiofonia do Interior Sergipano, inicialmente, operando com 01 kW de potência, passando a operar com 5kW em 1972, e, depois, operou com 10 kW.
Com o tema ‘Música e Amizade’, abriam-se os horizontes da região Sul para o progresso, através da informação, proporcionando aos milhares de ouvintes a opção de entretenimento, através de uma programação segura e honesta, bem elaborada, de conteúdo educativo, cultural, progressista e intelectual, voltada para a valorização da Música Popular Brasileira, da vida local e dos artistas iniciantes, que não dispunham de espaço para mostrarem seus trabalhos.
Como grande empreendedor e visionário, o engenheiro e jornalista Jorge Prado Leite, abriu as portas da Rádio Esperança para locutores iniciantes e pessoas que tinham uma boa voz, vocação e desejavam ser locutores e locutoras E ao longo dos seus 56 anos de história, impulsionou a carreira promissora de muitos profissionais que se destacaram e se destacam no rádio sergipano e até em escala nacional.
No decorrer de mais de meio século de atuação, a Rádio Esperança passou por cada degrau da sua história com altivez, buscando se adequar à modernidade dos tempos: dos transmissores valvulados, dos toca-discos, dos long-plays, dos gravadores de rolo, das cartucheiras, aos equipamentos de última geração tais como: link de transmissão, computadores, softwares de automação, no mesmo patamar das melhores emissoras do país.
O surgimento da ‘Pioneira do Interior Sergipano’ acendeu um período de alegrias, de festas, de entretenimento e de acesso à informação na cidade e região. Surgiram também três conjuntos musicais de grande repercussão na cidade e no estado nos anos seguidos, que foram eles: Unidos em Ritmo, Os Cometas e os Apaches, esses alegravam os programas de calouros realizados no auditório Gonçalo Prado, nas manhãs de domingo.
Em 1969, a Rádio Esperança é a responsável pela criação do maior Festival de Música Popular Nordestina do estado, realizado aos domingos no mês de junho, com participação de forrozeiros, cantores e sanfoneiros de cidades do interior, no qual foram revelados diversos artistas entre eles, Zetinha, Batista do Acordeon, Zé Taquari, Rogério Cardozo e outros.
Nos últimos 56 anos a Rádio Esperança fez a transmissão das festas de Padroeiros e Padroeiras de todas as cidades que compõem a Diocese de Estância. Valoriza o esporte amador, levou ao ar, gratuitamente, programas educativos criados pelo Governo Federal com temas sobre Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia, os quais eram reproduzidos como pauta do programa ‘A Esperança Conversa com Você’, apresentado pelo seu fundador e idealizador, engenheiro e jornalista, Jorge Prado Leite.
Uma das muitas virtudes da Rádio Esperança, como se diz popularmente, ‘Ensinou a Pescar’ a diversos profissionais que passaram por seu quadro de locutores e operadores tais como: Messias Carvalho, Eduardo Abril, Roberto Carioca, Reginaldo Pereira, Acrísio Gonçalves, Augusto Santos, Araújo Junior, Carlos César, Sivaldo do Hiper Som, Valter Santos, Edigar da Fauna e Flora, Chicão, Beto Melo, João Muniz, Maria Valdice, Irene Santos, Rita Neris, Maria Laurinda, Roosevelt Santana, Luzineide Santana entre outros. A Esperança deu importante contribuição ao Rádio Sergipano nesses anos.
Atualmente o quadro de radialistas é composto por: Andrade Filho, Claudina Timóteo, Adriana Leite, Ferreira Santos, Ana Maria, Juliano Lima, Magno de Jesus e Théo Batista. Ivan Leite, filho do saudoso e inesquecível fundador, Dr. Jorge Leite, é o diretor superintendente da Rádio Esperança.
Aos 56 anos de atuação no cenário radiofônico, a Rádio Esperança continua primando pela boa programação, levando música e amizade aos seus fiéis ouvintes durante 18 horas de transmissão, das 05h00, às 23h00, cumprindo o objetivo para o qual foi fundada e idealizada: ser um instrumento de integração e informação dos cidadãos que compõem o interior do Estado.
Por Magno de Jesus
Com informação do site da Rádio Esperança