É convincente, plausível, inspiradora e estimulante a luta que a prefeita de Riachão do Dantas, Simone Andrade, ou Simone de Dona Raimunda, PSD, trava para dotar Sergipe de mais um destino turístico a se firmar nos horizontes dessa atividade num Estado que parece pouco estimulado a levar o turismo a sério.
E a luta da gestão de Riachão do Dantas pela criação e firmação do Festival Multicultural de Inverno de Palmares, que é um evento de frio, mas bucólico, no alto da serra do povoado Palmares, na divisa entre Rachão e Simão Dias, tem ganhado corpo e consistência. Agora, essa ação recebe o apoio da Câmara Municipal, numa iniciativa importante.
A inspiração da gestão de Riachão não vem de um vazio. A prefeita pensa, e já tem gente viajando nessa boa visão, em fazer dali a Suíça, se não do nordestina, porque Garanhuns, em Pernambuco, já leva esse título, mas sergipana.
Um condimento básico para essa Suíça Sergipana já está posto e disponível pela força da própria natureza: o frio intenso do mês de agosto, chegando a cerca de 10 graus, potencializado pelo ponto mais alto de Sergipe, que é onde estão Palmares e sua serra.
De modo que o planejamento de Simone Andrade e de seus aliados não é uma mera utopia. Não é coisa de um vir a ser longínquo. Entre os dias 21 e 22 de agosto do ano passado, um sábado e um domingo, a cidade já pôs no chão a âncora do Festival Multicultural de Inverno de Palmares e o trem aconteceu com ecos positivos até hoje.
Tanto é que a gestão municipal está em plena ação para realizar a II Edição do Festival de Verão de Palmares nos próximos dias 5 e 6 de agosto, novamente sábado e domingo - agora com tempo de produzi-lo melhor que o do ano passado.
“E este ano, com um foco muito maior de interesse do povo de Riachão, de Sergipe e até de fora do Estado. Para se ter uma ideia, tem um grupo empresarial interessado em construir em Palmares instalações de hospedaria para turistas. E isso muito nos alegra”, disse Simone Andrade à Coluna Aparte esta semana.
A prefeita é compartilhadeira nesse aspecto. “Eu não penso o Festival Multicultural de Inverno de Palmares em Riachão do Dantas como um projeto de uma pessoa específica, de um político, de uma prefeita, ou de uma gestão. Eu penso como um projeto de Estado. Como algo perene, duradouro e edificante de uma possibilidade a mais para o nosso turismo estadual. E, obviamente, como um meio sustentável a mais para povo de Riachão, notadamente os habitantes da região de Palmares. Estamos concebendo um Festival que incorpora as pessoas da comunidade e seus modos e afazeres”, reforça Simone.
Para dar mais consistência a esse projeto turístico, o Poder Executivo e parte do Legislativo de Riachão do Dantas discutiram a elevação do Festival de Inverno de Palmares a Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Riachão do Dantas e deram ao próprio povoado Palmares a denominação de Suíça Sergipana.
A vereadora Luciane Dantas, PSD, apresentou um projeto que foi votado nesta quinta-feira, 16, pela Câmara. “Tenho a honra de apresentar para esta Casa Legislativa o Projeto de Lei que declara como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Riachão do Dantas o Festival de Inverno de Palmares. Riachão do Dantas é o único município do Estado de Sergipe com atrativos turísticos e culturais voltados para a estação fria”, argumentou Luciane.
“Fica o Festival de Inverno de Palmares declarado como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Riachão do Dantas a ser realizado sempre nos meses de agosto de cada ano. Parágrafo Único - O reconhecimento por Patrimônio Cultural Imaterial do Festival de Inverno de Palmares compreende todos os bens, práticas e domínios da vida social, tais como manifestações artísticas, expressões cênicas, shows, palestras, eventos congêneres de cultura local, tipicamente nordestino e demais procedimentos tradicionais”, determinou o artigo 1º do Projeto de Lei que ela apresenta.
Na justificativa ao seu Projeto de Lei, Luciane chamou a atenção para os aspectos históricos e culturais que envolvem a história e o passado de Palmares. “Palmares se configura historicamente como uma das primeiras povoações do Estado de Sergipe, sendo banhada pelo Rio Piauí, que nasce na região, e onde as terras riachãoenses passaram por esse surto colonizador inicial”, diz a vereadora.
“Assim, em 1596, já encontramos doações de sesmarias no atual território do nosso município. Esses sesmeiros e outros receberam terras situadas no Rio Piauí em procura de suas cabeceiras. O povoamento inicial das terras riachãoenses não originou povoações ou centros urbanos. “A região (...) permaneceu até o início do século XIX, como zona de propriedades de criação de gado ou de engenhos de açúcar, sem aparecimento de aglomerados humanos com formas de vida em comum”. As sesmarias distribuídas destinavam-se a fazendas de criação e engenhos de açúcar. Entre as fazendas formadas, podemos citar a de Palmares, pertencente aos frades carmelitas, e a de Maria Samba”, historia a vereadora.
“A Vila de Palmares tem suas origens na Fazenda Bananeiras que pertencia a Baltazar de Arruda e Gaspar Maciel. Esses senhores, antigos sesmeiros, venderam, em 1648, suas terras à Ordem do Carmo. As carmelitas fizeram surgir um convento e uma igreja. Os frades continuaram também o desenvolvimento da criação de animais. Se destaca por sua temperatura fria, e um lugar aconchegante já noticiado em rede estadual e nacional se tornou ainda mais conhecido através da realização da Primeira Edição do Festival Multicultural de Inverno em Sergipe ocorrido em agosto de 2022”, reforça.
“Este reconhecimento aumenta o desejo de estruturação turística para este município que padece de incremento na economia local - inclusive já atraiu olhares de investidores, a exemplo de Katarina Feitoza”, reitera a vereadora, que tem origem na região - ela é do povoado Bomfim. Katarina Feitoza é a delegada e deputada federal, cuja família tem propriedade rural na região.
A prefeita Simone Andrade, que vibrou com a aprovação por unanimdade pela Câmara, acompanha os fatos com a certeza de que tudo que se processa em torno do Festival de Inverno de Palmares é garantia de bons retornos para Sergipe.
“Nós estamos certos de que essa atitude da Câmara aumenta a importância cultural e econômica do festival. Isso ajuda a trazer desenvolvimento e a gerar emprego e renda para toda a região. Traz mais visibilidade não só para Riachão como para todo o Estado de Sergipe”, diz Simone Andrade.
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