Uma grande parte dos que “defendem” o patrimônio cultural de Estância, se calou diante da notícia de demolição do imóvel do Abrigo Belvedere, localizado na Praça Barão do Rio Branco, nesta cidade.
Alguns desses “defensores” estão integrando a administração atual do prefeito Gilson Andrade, então preferiram calar-se. Lamentável!
O gestor atual não conhece a história do Abrigo Belvedere, até porque não nasceu em Estância e pouco sabe da sua memória, e prefere passar por cima desses marcos históricos.
O Abrigo Belvedere esta semana foi ao chão. A prefeitura não quis revitalizá-lo, preferiu passar o trator por cima e apagar a sua memória.
O prefeito Gilson Andrade vai entrar para a história do gestor “sem pé e sem cabeça”, que apareceu na Estância para mexer onde não devia: na memória e no patrimônio histórico estanciano.
O correto seria dar uma vida nova ao Abrigo Belvedere. Consertá-lo e colocar á disposição dos poetas e escritores, para em oportunas ocasiões eles realizarem saraus culturais.
LEIA MATÉRIA PUBLICADA NO DIA 12 DE JULHO DESTE ANO
Já recomeçaram o temor e a preocupação dos moradores antigos de Estância, e a imprensa livre do município tem debatido essa questão, quanto ao Abrigo Belvedere, localizado na Praça Barão do Rio Branco, confronte à Catedral Diocesana.
Em 2014, o radialista e jornalista, Magno de Jesus, protestou no seu programa de rádio “A Banda no Coreto” e no seu jornal Tribuna Cultural, a demolição do Abrigo Belvedere.
O Abrigo Belvedere pertencia ao Grupo Raimundo Juliano, e que durante o seu apogeu, passaram diversos comerciantes que negociavam nesse imóvel, de preferência o refresco de diversas frutas típicas da cidade e da região. Como foi o caso de Divaldo Costa, que durante um bom tempo, funcionou com uma lanchonete nesse lugar, vendendo para os moradores da cidade e quem chegava de outras partes do Estado, além dos tradicionais refrescos, pães com manteiga, café com leite, bolos, sanduíches, refrigerantes e até cervejas.
Tiveram momentos também culturais no Abrigo Belvedere, como disseram alguns moradores da cidade que apreciaram apresentações musicais, até do rei do baião, Luiz Gonzaga, Nelson Ned. Na política, Ulisses Silveira (PSD) Guimarães, figura nacional, que discursou nesse imóvel juntamente com o José Carlos Teixeira, Raimundo Silveira Souza e tantos outros políticos à época.
A “Caravana da Cultura”, sob os auspícios do Ministério da Educação e Cultura, em 1964, promoveu o movimento cultural “Caravana da Cultura”: 256 participantes, em oito ônibus, seis automóveis, dois caminhões, toneladas de livros e discos, e uma kombi com exposição. A “Caravana” atravessa Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas. Sob o comando de Pascoal Carlos Magno, essa caravana chegou em Estância e se apresentou justamente no Abrigo Belvedere.
O Abrigo Belvedere, serviu ainda de espaço para a mocidade local trocar conversas, prosas e piadas, jogarem dominó, baralho e dama. Quem de fato é de Estância e viveu esse clima memorável, jamais se contentará com a demolição desse marco, que na época do prefeito Ivan Leite, serviu de palco para a realização do Forró do Lampião.
O morador, Edividal dos Santos, recorda, que no tempo de adolescente, saia de casa para assistir TV no Abrigo Belvedere, porque na sua casa não tinha televisão. Na sua página de Facebook, Gilson Santana, conhecido por Capitão, irmão da professora Tina, postou que o Abrigo Belvedere fez parte de sua vida. Aldenor Albuquerque, perguntou se vai sobreviver ou vai demolir? Capitão lhe respondeu que “vão demolir”.
São tantas lembranças e recordações que muitos dessa cidade e até mesmo visitantes têm do Abrigo Belvedere, que parece que nada disso vai importar ou impedir que o gestor da cidade patrocine a sua demolição. Para onde vai a memória de Estância? O que fez de ruim o Abrigo Belvedere para merecer tanta ignorância? O Abrigo pode ser feio (como disse o morador Marcelo), mas ele guarda no seu interior e na memória do bom estanciano, um passado feliz que jamais se apagará da sua história.
O que a prefeitura deve fazer, é revitalizar esse marco importante dos estancianos.
Por Magno de Jesus
Da Redação
Lamentável, gosto de história e não se deve remover um marco de um povo muito mais quando não incomoda, não faz mal.