Sumidade é um termo bastante eficaz para falar da admirável trajetória de Dr. Manoel Conde Sobral, homem de fibra que revolucionou o seu tempo e continua fazendo eco aos dias corriqueiros. Dono de personalidade obstinada, teve infância marcada por imperecíveis lições e aprendizados, principalmente no que tange ao campo político e da sabedoria adquirida ao lidar com litígios humanos.
Nascido num dia 26 de setembro do ano 1920, advém de tradicional estirpe familiar, espécie de dinastia que fez de Itaporanga e Sergipe celeiro de exímio progresso político-social. Dentre tantos notáveis da sua família na ambiência itaporanguense, podemos enfatizar a ilustre pessoa nominada por Antônio Conde Sobral que não era um burocrata, mas um fio condutor de boas ações.
Possuía inteligência elementar e sabia atuar como um administrador ético e honesto. O devotamento pelo bem comum foi um dos aspectos herdados ao longo do tempo por Manoel Conde Sobral, predicado este que fez com que o povo se multiplicasse rumo ao efetivo desenvolvimento.
Ainda falando da áurea época de Antônio Conde Sobral enquanto prefeito, muitos foram os procedimentos que resultaram em melhorias palpáveis para toda sociedade, dentre os quais: ligação da cidade à Paulo Afonso, inaugurando um satisfatório serviço de luz e energia. As escolas se propagaram no município, eram registradas apenas 5 primárias, o que depois se triplicou funcionando de maneira regular.
Os funcionários da prefeitura ganhavam ótimos salários, os professores possuíam condições de ensinar e recebiam o equivalente ao seu desempenho, os postos de saúde atendiam de maneira prioritária os mais necessitados, houve a construção de um belo mercado público, enfim, a população se encontrava em seio de felicidade na gestão de Antônio Conde Sobral.
Podemos observar que Manoel Conde Sobral, nosso notável retratado recebeu orientações de diversas frentes familiares. Homem íntegro e de coração enorme, reconhecia que o maior avanço coletivo residia no modo com que tratava as pessoas carentes. Vale ressaltar que o “Conde de Sobral” é um título originado na época de D. Maria II de Portugal, na implantação da República Portuguesa, algo que se espraiou para as diversas partes pós-fim do sistema nobiliárquico.
Depois de ter acumulado muitas experiências vivenciando o clima político local, Manoel Conde Sobral se destacou com devida altivez na seara pública. Dizem alguns relatos levantados que nunca irá existir um político do quilate dele. Pela argúcia e senso moral das suas sensatas decisões fica realmente difícil de medir outro em grandeza, as pessoas emocionadas afirmando que tiveram sua primeira casa graças a ele, é algo inesquecível de presenciar.
Conde Sobral foi devotado Prefeito de Itaporanga, Deputado Estadual por cinco mandatos donde se notabilizava pela postura digna e lisura no trato com a máquina pública. Algo que só se prolongou através do seu modelar desempenho à frente da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe que se engrandeceu quando esteve como Presidente da nobre Casa do Povo.
Uma das suas maiores atuações se localiza quando foi Presidente do Banco do Estado de Sergipe entre os anos de 1964 a 1975. Conde Sobral acompanhou a mudança do nome do antigo Banco de Fomento Econômico na ocasião em que Luiz Garcia ainda era o Governador do Estado. Pelo pioneirismo e inventividade, em sua administração, o Banese pôde abrir múltiplas agências espalhadas pelo interior sergipano, exemplificadas por: Itabaiana, Boquim, Lagarto, Estância, Nossa Senhora das Dores e Aquidabã.
Ademais, foi com Manoel Conde Sobral que se criou a Caixa de Assistência dos Funcionários e a histórica Associação Atlética Banese, marcos que caracterizam as ações aglutinadoras desse grande líder. A partir disso, o Banco teve expansão exponencial em sua rede de atendimento às pessoas, tanto em bairros da capital quanto em municípios interioranos. Todos esses fatores conjugados só evidenciam o quanto Conde Sobral era exemplo de austeridade, lealdade, companheirismo e, sobretudo, honestidade.
Na aprazível esfera doméstica, contraiu belíssimo matrimônio com Dona Azilda Silveira Sobral, mulher aguerrida que sempre batalhou para fornecer o melhor para os seus filhos, estes que também viriam a se destacar na esfera pública sergipana. Dos descendentes, seguem os dez elencados: Eliziário Sobral, Eduardo, Emanoel, Elder, Maneca, Eliana, Fátima, Elizabete, Eugênia e Ana Laura. Da bucólica Fazenda Costa às margens do esbelto Vaza-Barris são muitas as ternas lembranças que edificam essa insigne genealogia.
Educação, amor e união condicional acredito que sejam os maiores predicativos que construíram a Família Sobral ao longo de todos esses anos. Do idílico berço Itaporanga d’Ajuda solidificaram legado de muito labor e conspícuas batalhas em prol do bem compartilhado, algo que só se espraiou por Sergipe em geral. Conde Sobral continuará sendo modelo de decência, elegância, liderança política e serena cordialidade.
Portanto, se estamos falando de um Conde, não podemos deixar de enfatizar esse trocadilho: para quem não sabe, o insigne título existe desde a época do Império Romano e era fornecido aos membros da nobreza que tinham função de aconselhamento do Rei. Nesse caso, em específico, podemos afirmar que o Conde de Manoel Sobral, é reconhecimento merecido pela canina fidelidade que nutriu por toda sua significativa vida ao povo sergipano.
¹ Texto escrito por Igor Salmeron, Sociólogo - Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS-UFS), servidor do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, faz parte do Laboratório de Estudos do Poder e da Política (LEPP-UFS). Membro vinculado à Academia Literocultural de Sergipe (ALCS) e ao Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras (MAC/ASL). E-mail para contato: igorsalmeron_1993@hotmail.com
