De janeiro a abril deste ano, um total de 171 animais silvestres foram apreendidos dos perímetros urbanos em Sergipe. O número representa uma queda de 67% do que foi apreendido pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) no mesmo período em 2021, quando 521 animais foram apreendidos. O número, segundo o presidente do órgão, Gilvan Dias, pode ser ainda maior, já que os dados divulgados à reportagem do JORNAL DA CIDADE não contam com o total de apreensões realizadas também pelo Pelotão Ambiental.
Conforme as informações da Adema, a maior parte dos animais silvestres apreendidos são aves, mas também foram recolhidos répteis e mamíferos como gato do mato, cachorro do mato, saruê e raposa, entre outros. Muitos desses animais são flagrados sob a posse de pessoas que não possuem autorização legal para mantê-los ou, em alguns casos, o tutor, apesar de possuir a autorização, não oferece as condições ambientais necessárias para o animal. Estando ilegal, de acordo com Gilvan Dias, a pessoa fica sujeita não só a apreensão do animal, como também poderá sofrer sanções com multas, podendo responder criminalmente.
“Ainda que essas pessoas detenham autorização, é preciso que os animais estejam nos seus devidos recintos e convivendo adequadamente, conforme toda a regulamentação e as condicionantes da autorização ambiental. Não é comum, mas a gente também observa que algumas pessoas que têm a autorização para posse do animal, o deixa sob condições de maus-tratos, com recintos sujos, sem a comprovação da vacina, remédio ou comida. São casos mais raros, mas acabamos encontrando também”, conta o presidente da Adema.
Quando apreendidos, segundo Gilvan, os animais passam pelo Centro de Triagem dos Animais Silvestres (Ceta), onde serão avaliados. A depender da situação de cada animal, eles podem ser devolvidos no mesmo dia ao meio ambiente, ou levados para tratamento no CRAs, que é o Centro de Reabilitação dos Animais Silvestres.
“Tem muitos que precisam ficar no Ceta por um período, e depois de observada a possibilidade, são soltos. Quando não há mais característica de animal silvestre, eles são entregues para um depositário fiel, que são pessoas com cadastro regular, que tem condições de ficar com o animal”, explica Gilvan. Ocorre, em alguns casos, de os animais não terem mais condições de serem devolvidos à natureza, pois perderam as características de animal silvestre, ou teve uma mutação de algum membro, cegueira etc. No entanto, a maioria retorna ao habitat natural quando apreendido.
| Por Laís de Melo
|| Da Equipe JC