Hoje, dia 11 de junho, é celebrado o Dia do Barco de Fogo, expressão histórica e cultural do município sergipano de Estância.
A data é em homenagem ao nascimento, em 1907, do seu criador, Francisco da Silva Cardoso, mais conhecido como Chico Surdo. Sua origem se dá no século XX e a tradição de ver esse artifício pirotécnico navegar de um lado a outro da praça Barão do Rio Branco passa até os dias atuais, atravessando gerações.
O professor de História da Universidade Tiradentes (Unit), Rony Silva, ressalta que a cidade de Estância traz consigo a origem do Barco de Fogo. “A expressão cultural é um bem histórico e cultural produzido artesanalmente e de cunho tradicional ligado ao ciclo junino. A confecção é realizada exclusivamente no município de Estância e movimenta a economia local, especialmente o turismo de eventos no período junino”, afirma.
Patrimônio Imaterial de Sergipe por meio da lei nº 7.690 de 23 de julho de 2013, o Barco de Fogo também tem papel de destaque na cultura sergipana. “Tornar patrimônio uma manifestação cultural como essa é a prova do reconhecimento público da importância de tal artefato. Outro reconhecimento, é a Lei nº 147 de 2017 que concede ao município de Estância, o título de capital sergipana do Barco de Fogo”, pontua.
Produzido manualmente, sua estrutura se movimenta deslizando sobre cabos de aço a partir da explosão das espadas. “O fogueteiro leva até uma semana para construir o Barco de Fogo que carrega quatro espadas, duas para ir e duas para voltar. O que propulsiona o artefato é produzido com pedaços de tabocas, enroladas com cordão de algodão e preenchidas com pólvora pisada por no mínimo uma hora. Para que a pólvora não empedre é adicionada cachaça”, descreve Roni Silva.
Rony Silva lembra que o espetáculo é indescritível e que todos devem conhecer a tradição do município de Estância. “A viagem é facilitada por uma roldana que desliza sobre o cabo de aço de quase 300 metros de comprimento. O barco vai queimando as girândolas e as espadas que se transformam em um emaranhado de faíscas que se assemelham a uma renda de fogo. Presenciar esse patrimônio imaterial é de uma beleza inconfundível”, ressalta.
Fonte: Assessoria de Imprensa