Hoje, dia 7 de junho, comemora-se o nascimento do filósofo, escritor e jurista sergipano Tobias Barreto de Meneses. Ele foi o líder do movimento intelectual, poético, crítico, filosófico e jurídico, conhecido como Escola do Recife, que agitou a Faculdade de Direito da capital pernambucana. Tobias Barreto é patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras (ABL), por escolha do fundador, seu discípulo e amigo Sílvio Romero. Ele também é patrono da Academia Sergipana de Letras (ASL).
Tobias Barreto nasceu no dia 7 de junho de 1839 na Vila de Campos do Rio Real, hoje Tobias Barreto, em Sergipe. Filho de Pedro Barreto de Menezes – escrivão de órfãos e ausentes da localidade – e de Emerenciana Barreto de Menezes. Iniciou os estudos em sua cidade natal com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos. Mudou-se para Estância, onde estudou latim com o padre Domingos Quirino, e depois passou a ensinar a matéria em Itabaiana.
Em 1861 seguiu para a Bahia com a intenção de frequentar um seminário mas, sem vocação firme, desistiu de imediato. Sem ter prestado exames preparatórios voltou à sua Vila e depois seguiu para Pernambuco. Entre 1854 e 1865 o jovem Tobias, para sobreviver, deu aulas particulares de diversas matérias. Na ocasião prestou concurso para a cadeira de Latim no Ginásio Pernambucano, mas não foi aprovado.
Em 1867 disputou a vaga de Filosofia no Ginásio Pernambucano e foi classificado em primeiro lugar, no entanto, não foi escolhido. Para ocupar o tempo, dedicou-se com afinco à leitura dos evolucionistas estrangeiros, sobretudo o alemão Ernest Haeckel que se tornaria um dos mais famosos cientistas da época com seus livros Os enigmas do Universo e As maravilhas da Vida.
Tobias Barreto se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema escolhido para debate. O estudo da Filosofia empolgava o sergipano que nos jornais universitários publicou “Tomás de Aquino”, “Teologia e Teodiceia não são ciências”, “Jules Simon”, etc.
Depois de formado, Tobias Barreto passou dez anos morando na pequena cidade de Escada, na região açucareira de Pernambuco. Casou-se com a filha de um dono de engenho e proprietário de terras da região. Dedicou-se à advocacia. Foi eleito para a assembleia Provincial de Escada e, editava um jornal na cidade.
De volta ao Recife, passou em um concurso para lecionar na Faculdade de Direito. Hoje a Faculdade é consagrada como “A Casa de Tobias”.
Escrevendo sempre para a imprensa, deixou apenas um livro de poesias de feitio romântico-condoreiro, “Dias e Noites”. A preocupação com os problemas sociais do Brasil é a característica principal da terceira geração de poetas românticos.
A campanha pela República e pelo fim da escravidão ganha as ruas e o poeta procura ser o porta voz do povo, como fez em seus versos:
Filósofo Positivista
A sua contribuição filosófica e científica foi de grande importância, uma vez que contestou as linhas gerais do pensamento jurídico dominante e tentou fazer um entrosamento entre a filosofia e o direito, propagando os estudos de Darwin e o positivismo de Haeckel.
Tobias Barreto faleceu no Recife (PE), no dia 26 de junho de 1889.
Obras de Tobias Barreto
Fonte: andt.org.br