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Sergipe

HOJE É ANIVERSÁRIO DO FILÓSOFO, ESCRITOR E JURISTA SERGIPANO TOBIAS BARRETO

Publicada em 07/06/22 às 11:49h - 216 visualizações

Atribuna Cultural/Fundada em 30 de março de 2001.


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HOJE É ANIVERSÁRIO DO FILÓSOFO, ESCRITOR E JURISTA SERGIPANO TOBIAS BARRETO
 (Foto: Divulgação)

Hoje, dia 7 de junho, comemora-se o nascimento do filósofo, escritor e jurista sergipano Tobias Barreto de Meneses. Ele foi o líder do movimento intelectual, poético, crítico, filosófico e jurídico, conhecido como Escola do Recife, que agitou a Faculdade de Direito da capital pernambucana. Tobias Barreto é patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras (ABL), por escolha do fundador, seu discípulo e amigo Sílvio Romero. Ele também é patrono da Academia Sergipana de Letras (ASL).

Tobias Barreto nasceu no dia 7 de junho de 1839 na Vila de Campos do Rio Real, hoje Tobias Barreto, em Sergipe. Filho de Pedro Barreto de Menezes – escrivão de órfãos e ausentes da localidade – e de Emerenciana Barreto de Menezes. Iniciou os estudos em sua cidade natal com o professor Manuel Joaquim de Oliveira Campos. Mudou-se para Estância, onde estudou latim com o padre Domingos Quirino, e depois passou a ensinar a matéria em Itabaiana.

Em 1861 seguiu para a Bahia com a intenção de frequentar um seminário mas, sem vocação firme, desistiu de imediato. Sem ter prestado exames preparatórios voltou à sua Vila e depois seguiu para Pernambuco. Entre 1854 e 1865 o jovem Tobias, para sobreviver, deu aulas particulares de diversas matérias. Na ocasião prestou concurso para a cadeira de Latim no Ginásio Pernambucano, mas não foi aprovado.

Em 1867 disputou a vaga de Filosofia no Ginásio Pernambucano e foi classificado em primeiro lugar, no entanto, não foi escolhido. Para ocupar o tempo, dedicou-se com afinco à leitura dos evolucionistas estrangeiros, sobretudo o alemão Ernest Haeckel que se tornaria um dos mais famosos cientistas da época com seus livros Os enigmas do Universo e As maravilhas da Vida.

Tobias Barreto se revelava um mestre, qualquer que fosse o tema escolhido para debate. O estudo da Filosofia empolgava o sergipano que nos jornais universitários publicou “Tomás de Aquino”, “Teologia e Teodiceia não são ciências”, “Jules Simon”, etc.

Depois de formado, Tobias Barreto passou dez anos morando na pequena cidade de Escada, na região açucareira de Pernambuco. Casou-se com a filha de um dono de engenho e proprietário de terras da região. Dedicou-se à advocacia. Foi eleito para a assembleia Provincial de Escada e, editava um jornal na cidade.

De volta ao Recife, passou em um concurso para lecionar na Faculdade de Direito. Hoje a Faculdade é consagrada como “A Casa de Tobias”.

Escrevendo sempre para a imprensa, deixou apenas um livro de poesias de feitio romântico-condoreiro, “Dias e Noites”. A preocupação com os problemas sociais do Brasil é a característica principal da terceira geração de poetas românticos.

A campanha pela República e pelo fim da escravidão ganha as ruas e o poeta procura ser o porta voz do povo, como fez em seus versos:

Se é Deus quem deixa o mundo
sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama a escravidão,
para fazer homens livres,
para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a Religião.

Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
em delírio inefável,
praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
corrige o erro de Deus! (…)

Filósofo Positivista

A sua contribuição filosófica e científica foi de grande importância, uma vez que contestou as linhas gerais do pensamento jurídico dominante e tentou fazer um entrosamento entre a filosofia e o direito, propagando os estudos de Darwin e o positivismo de Haeckel.

Tobias Barreto faleceu no Recife (PE), no dia 26 de junho de 1889.

Obras de Tobias Barreto

  • O Gênio da Humanidade, 1866
  • A Escravidão, 1868
  • Ensaios de Filosofia e Crítica, 1875
  • Ensaio de Pré-História da Literatura Alemã, 1879
  • Estudos Alemães, 1880
  • Dias e Noite, 1881
  • Menores e Loucos em Direito Criminal, 1884
  • Discursos, 1887
  • Questões Vigentes de Filosofia e Direito, 1888
  • Polêmicas, 1901

Fonte: andt.org.br




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