A data foi o 10 de maio, terça-feira da semana passada. Desde ali, o jornalista e marqueteiro político Carlos Cauê não responde mais efetivamente pela Secretaria de Comunicação Social do Governo de Aracaju.
No lugar dele, ficou a jornalista TirzahBraga, como fora feito em 2020 ao sair para atuar na campanha de Edvaldo Nogueira. Agora, Carlos Cauê deixou a função pública para cuidar de fato do marketing da pré-campanha e da campanha do pré-candidato ao Governo de Sergipe pela ala dos governista, o deputado federal Fábio Mitidieri, PSD.
E o DNA de Cauê já tem aparecido em alguns teasers por aí, seja expressamente em favor da potencialização da imagem de Fábio Mitidieri, seja na depreciação da imagem de alguns dos concorrentes, como Rogério Carvalho, PT, e Valmir de Francisquinho, PL, - nada se viu contra o pré-candidato Alessandro Viera, PSDB - com os quais se configura a fronteira da disputa deste ano.
Carlos Cauê é um tipo de profissional de marketing político que calha bem ao clichê do “dispensa comentário”, e atradução disso é a de que ele tem arrebatado todas as eleições estaduais desde 2006 - quatro ao todo.
Formam duas de Marcelo Déda - 2006 e 2010 -, uma de Jackson Barreto - 2014 - e uma de Belivaldo Chagas - 2018. Sem contar com as três de Edvaldo Nogueira ao Governo da capital - 2008, 2016 e 2020 -, e uma de Déda lá em 2004. Em 2000 ele estava atracado com Valadares véi.
Com esse portifólio invejável, Cauê transita entre o homem comum e o homem arrogante no terreno marqueteiro. Pelo primeiro, nunca levanta o crachá dizedor de que ele é um fazedor de prefeitos ou de governadores.
Acha - e pode se ler isso em duasEntrevistas Domingueiras concedidas ao Portal JLPolítica - que ao marqueteiro cabe apenas potencializar as boas condições matriciais de um político ou de um grupo político.
Para Cauê, se o bom político estiver inserido e bem aboletado num bom grupo político, aí é mel na chupeta. Pelo segundo tipo, é um homem bruto, sempre de tridente nas mãos,quando as análises não lhe convém ou mexem divergentemente nos interesses lá dele. Ele tem cutucadoessa Coluna Aparte vez por outra.
Nesse 2022 Carlos Cauê se coloca noprocesso com a confiança de sempre ao entrar numa campanha - é do tipo que acha que o marketing bom se faz a partir da esperança boa e sana (e cartesiana) do próprio marqueteiro.
Carlos Cauê sabe que houve problemas na definição pelo nome de Fábio Mitidieri, nunca mesmo escondeu que preferiria que o candidato do grupo fosse Edvaldo Nogueira, PDT, mas também nunca fez disso pedra de atiradeira contra ou a favor da vidraça de ninguém.
Cauê observa a cena da sucessão neste momento de maio, em que o seu Fábio, segundo as pesquisas divulgadas, não lidera, com uma espantosa naturalidade. Acha, por exemplo, que nada do que está posto aí simboliza perenidade: pesquisas, lideranças pessoais, alianças, crenças.
E por um simples fato, pondera ele: a campanha ainda não começou. As convenções serão no final de julho. As pessoas, em sua grandiosa maioria, sequer sabem quem serão os candidatos. Elas, insiste Cauê, estariam focadas na vida real, na inflação que solapa seus ganhos, no desemprego que lhes espreme e no rescaldo da Covid-19.
Mas esse estar à margem em que se encontra a campanha não impede Cauê de ir montando o seu bunker doprocesso. Já tem ponto fixo onde bate ponto, monta equipe, coleta dados e vez em quando veste seu pré-candidato de discurso moderno.
Diferentemente dos dois demais pré-candidatos, Valmir de Francisquinho, que se debate com marqueteiros egocêntricos e empiristas, e Rogério Carvalho, que sequer acertou a mão nos entendimentos com os baianos da Objectiva. Do pré-candidato Alessandro Vieira, pouco ou quase nada se sabe nessa empreitada.
Fonte: JL Política