Sim, isso mesmo. O simbólico seis - quatro em Aracaju, um na Barra dos Coqueiros, que vale por dois, e um em Caruaru, no Estado de Pernambuco.
A Construtora Celi abre seu leque de realizações e lança ao solo a âncora de exatamente seis empreendimentos no campo imobiliário - alguns deles com os imóveis sendo entregues ainda neste ano. Outros, até o final de 2024.
Ao todo, serão 1.347 imóveis a contribuir com moradia de qualidade e com a redução direta do déficit de residências que atinge o Brasil e a Sergipe.
São números que contemplam sem arrogância o perfil irrequieto e fazedor do engenheiro civil, fundador e mantenedor da Construtora Celi, Luciano Barreto, 81 anos - a empresa completa 54 anos no próximo domingo, 22 de maio.
“Há uma demanda reprimida muito grande por imóveis em Sergipe e em qualquer lugar do Brasil e esses empreendimentos nossos são vistos e tidos como um bom atenuante nessa realidade”, admite Luciano Barreto.
Além de gerar moradias para muitas pessoas, com essa atitude a Construtora Celi crava mais de mil empregos diretos na paisagem do desemprego sergipano e brasileiro, algo que tem tirado o sono de muitas famílias.
Esses empreendimentos vão desde a finesse do Central Garden, um bairro conceito de alta voltagem num espaço superpotente na capital sergipana - na Farolândia, com saída para a Avenida Beira Mar, nas imediações do Palácio de Veraneio, uma das sedes do Governo de Sergipe - até o bucolismo campestre e praieiro do Barra Garden, no mulher espaço da Barra dos Coqueiros.
Mas em Sergipe tem, ainda, o cobiçado Reserva Alameda, três torres com 156 apartamentos harmoniosos na Alameda das Árvores, com plantas que vão de 70 metros quadrados a 122 metros quadrados, passa pelo Condomínio Del Rey, fixado entre a Farolândia e o Augusto Franco, com entrega para este ano, e o caçulinha Urbanus Luzia, duas torres na cobiçada Estrada da Luzia, um dos lugares mais bucólicos de Aracaju.
Saindo de Sergipe, a Construtora Celi foi lançar imóveis no solo de Caruaru, em Pernambuco. São dois conjuntos de casas, cada um com 150 imóveis - um a ser entregue agora e outro a seguir, mas já em fase construção e vendas. Chama-se Mirante do Vale e fica numa paisagem encantador.
“Na Celi, nós da área imobiliária - eu, Holon Fonseca, minha neta Maria Celi - nos reunimos periodicamente para discutir perspectivas. E entendemos, então, que esse era o momento. Com meu olhar mais voltado agora para esse setor imobiliário, assumimos e decidimos que agora era a hora de usar mais as áreas de terrenos que possuímos para novos empreendimentos. E é isso que estamos fazendo”, afirma Luciano.
“A pandemia praticamente passou, estamos otimistas e apostamos que a economia, sergipana e brasileira, vai voltar à normalidade”, completa ele.
Um outro fator, de ordem não comemorável, adverte Luciano Barreto, ajudou a Celi a distender seus projetos do fazer e do agir imobiliário. “De fato, não paramos de tudo. Mas para essa retomada, infelizmente contribui um fato que não me agrada: hoje o mercado imobiliário de Sergipe se viu muito desfalcado de empresas, principalmente daquelas que trabalhavam numa área mais alta de imóveis - ou média alta”, diz ele.
“E o fato de algumas daquelas empresas terem deixado de operar - e eu não vou aqui citar nome de nenhuma delas - não é bom para o mercado, não é bom para ninguém. Não é bom nem mesmo para a Construtora Celi, porque a melhor coisa que pode nos acontecer é a concorrência. Nós vivemos a vida toda enfrentando concorrência, seja na parte imobiliária, com os nossos produtos de qualidade, seja na de obras públicas, com nossos serviços identicamente de excelência”, diz.
E a partir dessa realidade, da disposição de Luciano Barreto de ir em frente no segmento imobiliário e do generoso banco de terras que a empresa dele detém em Sergipe, a Celi dá sinais de que quer bem mais.
“Nós temos planos imediato para mais outros cinco empreendimentos. Boa parte desses empreendimentos dos quais tratamos até agora nesta Entrevista são com recursos próprios da Celi. E isso é uma consequência do “the cash is king”, uma elevada pro inglês da observação de que “o caixa é o rei” de que falava meu pai, Paulo Barreto”, revela Luciano.
Na segunda-feira, 2 de maio, Luciano Barreto convidou o Portal JLPolítica para um tour sobre os cinco empreendimentos da Celi em Aracaju e na Barra dos Coqueiros. Isso foi feito numa manhã inteira.
Depois da visita e de um almoço entre amigos, Luciano, que já se fazia acompanhar do seu diretor Operacional, o engenheiro civil Holon Fonseca, parou para conceder esta Entrevista e fez questão de dividir com ele algumas respostas mais técnicas.
Holon Celerino da Fonseca Filho nasceu no Recife no dia 12 de março de 1956, é filho de Holon Celerino da Fonseca e de Aurelina Melo da Fonseca, fez Engenharia pela Universidade Federal de Pernambuco, tem pós-graduação em Engenharia de Avaliações e Perícias pela Universidade Federal de Sergipe e pós-graduação lato sensu MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, está na Celi desde dezembro de 1981.
Holon Fonseca é um sujeito por quem Luciano Barreto nutre uma aberta confiança. “O Holon é um executivo que cumpre um papel importantíssimo na Celi. É um engenheiro extremamente bem preparado, supre uma falha enorme minha na Engenharia Civil, lidera bem e a turma que trabalha com ele gosta do modo de ele operar”, diz Barreto.
A seguir, a Entrevista, que é propriamente com os dois.
DOS NOVOS EMPREENDIMENTOS CELI
“Devo dizer que nós não chegamos a parar totalmente nossas ações imobiliárias. Mas, para usar a sua palavra, nós retomamos agora num volume bem maior. E é verdade que hoje a Construtora Celi está com quatro empreendimentos significativos em Aracaju, um na Barra dos Coqueiros e outro em Caruaru, município do Estado de Pernambuco”
JLPolítica - Pelo que se vê na paisagem dos municípios de Aracaju e da Barra dos Coqueiros, há indicadores seguros de que a Construtora Celi retomou seus empreendimentos na área de incorporação. De que modo isso vem ocorrendo?
Luciano Barreto - Eu devo dizer que nós não chegamos a parar totalmente nossas ações imobiliárias. Mas, para usar a sua palavra, nós retomamos agora num volume bem maior do que estávamos fazendo anteriormente. E é verdade que hoje a Construtora Celi está com quatro empreendimentos significativos em Aracaju, um na Barra dos Coqueiros e outro em Caruaru, município do Estado de Pernambuco - ali nós estamos em vias de entregar 150 casas pelo Programa Casa Verde e Amarela e estamos iniciando mais outras 150.
JLPolítica - Mas o que é que tem de novo no horizonte do ânimo para que esses empreendimentos estejam em ação?
LB - A área imobiliária no âmbito da Celi sempre esteve no meu foco e sempre foi muito bem dirigida pela minha filha Ana Cecília - eu, por opção, fiquei mais voltado para as obras públicas e ela cuidando exclusivamente do setor imobiliário, no que fez sempre muito bem. Recentemente, com uma série de demandas justificadas de Ana, ela preferiu acompanhar o início do empreendedorismo dos três filhos e o mundo empresarial do marido, o médico e empresário Wagner Bravo de Oliveira, mantenedor do Hospital Primavera, que adquiriu recentemente o Hospital do Coração de Sergipe. Com meu olhar mais voltado para esse setor imobiliário, assumimos e decidimos que agora era a hora de usar mais as áreas de terrenos que possuímos para novos empreendimentos. E é isso que estamos fazendo. A pandemia praticamente passou, estamos otimistas e apostamos que a economia, sergipana e brasileira, vai voltar à normalidade. Esses empreendimentos trazem a mim e a Holon Fonseca, nosso diretor Operacional, no comando das ações.
JLPolítica - O que é o Central Garden, um desses quatro empreendimentos de Aracaju e que parece impulsionar uma nova fronteira nobre no ato de morar na capital?
Holon Fonseca - O Central Garden nasce do desejo da Celi fazer um bairro novo e totalmente planejado na cidade de Aracaju, no qual existirão diversos empreendimentos, diversos condomínios residenciais, além de áreas reservadas para uso comercial. Ali vai conter, por exemplo, uma das maiores praças da cidade de Aracaju, com 14 mil metros quadrados. Dentro deste grandioso empreendimento haverá um condomínio com 65 lotes, que já estão sendo vendidos - o Garden Village. Sua área totaliza um pouco mais de 230 mil metros quadrados, com uma parte na qual serão empreendidos edifícios pela Celi.
HORA DE USAR MAIS AS ÁREAS DE TERRENOS DA CELI
“Com meu olhar mais voltado para esse setor imobiliário, assumimos e decidimos que agora era a hora de usar mais as áreas de terrenos que possuímos para novos empreendimentos. E é isso que estamos fazendo. A pandemia praticamente passou, estamos otimistas e apostamos que a economia vai voltar à normalidade”
JLPolítica - O que é o Central Garden, um desses quatro empreendimentos de Aracaju e que parece impulsionar uma nova fronteira nobre no ato de morar na capital?
Holon Fonseca - O Central Garden nasce do desejo da Celi fazer um bairro novo e totalmente planejado na cidade de Aracaju, no qual existirão diversos empreendimentos, diversos condomínios residenciais, além de áreas reservadas para uso comercial. Ali vai conter, por exemplo, uma das maiores praças da cidade de Aracaju, com 14 mil metros quadrados. Dentro deste grandioso empreendimento haverá um condomínio com 65 lotes, que já estão sendo vendidos - o Garden Village. Sua área totaliza um pouco mais de 230 mil metros quadrados, com uma parte na qual serão empreendidos edifícios pela Celi.
LB - Como bem disse Holon, o Central Garden é um empreendimento e uma área para quem quer viver no futuro. Ele é um projeto belíssimo. As partes urbanística e ambiental receberam um tratamento muito avançado e quem for residir ali vai certamente vivenciar o futuro. Eu diria que hoje no Brasil projetos iguais a este da Celi devem ter de dois a três e em São Paulo. Pelo que nós sabemos, não tem nada parecido dentro da cidade de Aracaju. Diria que nem só não parecidos, como não chegam perto.
JLPolítica - Para quando estão programadas as entregas dos imóveis do Condomínio Del Rey, entre a Farolândia e o Augusto Franco?
HF - Nós estamos programados para fazer a entrega dali entre os meses de outubro e dezembro deste ano. O Condomínio Del Rey é composto quatro torres, com oito pavimentos e oito apartamentos por andar. É um condomínio com excelente infraestrutura. São apartamentos com área útil em torno de 60 metros quadrados.
JLPolítica - Ainda dentro desses empreendimentos novos de Aracaju, qual é a característica do Reserva Alameda?
LB - Eu identifico no Reserva Alameda várias características que despertam nas pessoas muito interesse. E a prova disso é que ele é um empreendimento muito bem procurado e bem vendido. Uma das principais características dele é o fato de estar sendo construído no último terreno da Alameda das Árvores, uma região nobre da cidade. É uma área já madura, totalmente ocupada, com uma praça em frente muito boa e bonita e pertinho do Celi Mall, no qual se tem todas as conveniências urbanas - farmácias, supermercados, barbearias, bares, restaurantes e ainda de cara para a Hermes Fontes. É empreendimento único e útil.
BARRA GARDEN, NO MELHOR DA BARRA DOS COQUEIROS
“O Barra Garden, em primeiro lugar devemos chamar a atenção para a excepcional localização. É um empreendimento que fica no melhor ponto da Barra. Nós temos na frente, pela Rodovia José de Campos, o Condomínio Dahma, e ao lado, pelos espaços novos, o Complexo Alphaville, cujos empreendimentos estão apresentando um processo acelerado de construção”
JLPolítica - De quantas torres será constituído o Reserva Alameda?
HF - São três torres, com apartamentos de dois e três quartos. Nos apartamentos de três quartos temos dois modelos. Há plantas que são com três suítes. Tem os de três quartos com apenas uma suíte, mas todos de acabamento bem detalhado e refinado. No Reserva Alameda, existe um mix de produtos que atende a diversos gostos, numa condição de alto padrão.
JLPolítica - Qual seria a média de preços no Reserva Alameda?
HF - Nós temos ali imóveis que variam de R$ 500 mil a R$ 900 mil.
JLPolítica - Qual é a variação de metragem nessas múltiplas plantas?
HF - Eles variam de 70 metros quadrados a 122 metros quadrados.
BARRA GARDEN VALE COMO MORADIA E VERANEIO?
“É efetivamente isso. Este é um empreendimento que está muito bem vendido, e temos clientes que estão adquirindo como imóveis de veraneio, porque as casas e a estrutura do condomínio atendem tanto aos que querem uma casa para passar um final de semana quanto para residir, bem-viver. Tudo perto do mar e da praia”
JLPolítica - O que é que a Celi programou para o Condomínio casas Barra Garden, na Barra dos Coqueiros?
LB - Ao falar do Condomínio Barra Garden, em primeiro lugar devemos chamar a atenção para a excepcional localização dele. É um empreendimento que fica situado no melhor ponto da Barra. Nós temos na frente, pela Rodovia José de Campos, o Condomínio Dahma, e ao lado, pelos espaços novos, o Complexo Alphaville, cujos empreendimentos estão apresentando um processo acelerado de ocupação, de construção de casas de classes média. O nosso projeto de Condomínio Barra Garden prevê seu acesso por uma moderna avenida dando continuidade à avenida que foi iniciada pelo Alphaville, com a perspectiva real e concreta de amanhã esta avenida ligar à Atalaia Nova, de modo que a oportunidade de se ter uma casa no Barra Garden é ímpar.
JLPolítica - O senhor diria que os imóveis do Barra Garden tanto valem como moradia efetiva quanto para veraneio?
LB - Eu diria que sim. É efetivamente isso. Este é um empreendimento que, graças a Deus, está muito bem vendido, e temos clientes que estão adquirindo como imóveis de veraneio, porque as casas e a estrutura do condomínio atendem tanto aos que querem uma casa para passar um final de semana quanto para residir, bem-viver. Tudo perto do mar e da praia.
JLPolítica - O Barra Garden é um condomínio único ou se divide em dois, uma vez que a avenida de que o senhor fala passa ao meio do grande terreno?
LB - Sim. Serão dois condomínios. A parte das casas será um condomínio só, separado exatamente por esta avenida da qual falamos. Na parte da frente, vai ter mall, conveniências e coisas essenciais, edifícios e casas de dois andares e áreas maiores.
DO PRAZO PARA ENTREGA DO BARRA GARDEN
“O nosso prazo do Barra Garden é de 30 meses. O condomínio de casas vai ficar pronto no final de 2024. Será um condomínio fechado, com 391 casas, com elas de dois e de três quartos, que variam de 75 metros quadrados a 80 metros quadrados e com toda uma definitiva infraestrutura de lazer”
JLPolítica - Como está sendo a procura para esse empreendimento?
LB - A busca pelo produto do Barra Garden tem sido muito boa. Eu diria que muito boas tanto a procura quanto o fechamento dos negócios.
JLPolítica - A Celi planeja entregar os primeiros imóveis dali a partir de quando?
HF -O nosso prazo do Barra Garden é de 30 meses. O condomínio de casas vai ficar pronto no final de 2024. Ele será um condomínio fechado, com 391 casas, com elas de dois e de três quartos, que variam de 75 metros quadrados a 80 metros quadrados e com toda uma definitiva infraestrutura de lazer. O que a Celi programou ali foram imóveis de excelente padrão de acabamento. São casas com arquitetura muito bonita, uma fachada bem concebida e com excelente padrão de acabamento.
JLPolítica - O Urbanus Luzia, na Estrada da Luzia, com duas torres, pode ser considerado o caçula dos empreendimentos dessa nova leva da Celi. Qual a característica dele?
HF - São duas torres com 16 pavimentos projetadas para receber apartamentos de um ótimo padrão, com seis habitações por andar. É um empreendimento naturalmente diferente do Alameda, até pela localização e o acabamento. No Urbanus teremos apartamentos que vão variar de R$ 450 mil a R$ 550 mil. Estamos com as primeiras lajes concretadas nas duas torres. A Estrada da Luzia é uma área que chama muitíssimo a atenção hoje em Aracaju.
RITMO DAS OBRAS DO MIRANTE DO VALE, CARURAU
“No caso de Caruaru, as 150 casas estão praticamente vendidas e agora nós estamos nos preparando para fazer o lançamento de vendas da segunda etapa, que já está também em fase adiantada de obra. No aspecto comercialização, é preciso dizer que o ritmo é bom, também, nos cinco empreendimentos que estão em curso em Sergipe”
JLPolítica - Como é a atuação da Construtora Celi lá em Caruaru, em Pernambuco?
HF - Em Caruaru, com o Mirante do Vale, nós estamos fazendo agora 300 casas populares na faixa dois da Caixa Econômica Federal. Essas casas estão sendo vendidas e parte delas já está na fase de acabamento. São 150 casas praticamente prontas e as outras 150 em estágio bem avançado.
JLPolítica - De modo geral, como está a margem de vendas para todos esses empreendimentos novos da Celi?
LB - Está indo bem e dentro do nosso planejamento. No caso de Caruaru, as 150 casas estão praticamente vendidas e agora nós estamos nos preparando para fazer o lançamento de vendas da segunda etapa, que já está também em fase adiantada de obra. No aspecto comercialização, é preciso dizer que o ritmo é bom, também, nos cinco empreendimentos que estão em curso em Sergipe. De modo que o empreendimento Barra Garden está numa procura muito grande, o Alameda mais adiantado ainda, até por ser uma obra num estágio mais maduro. O Urbanus, que é o mais recente, está no início das vendas, mas já sentimos uma boa procura por ele. O fato é que há uma demanda reprimida muito grande por imóveis em Sergipe e em qualquer lugar do Brasil e esses empreendimentos nossos são vistos e tidos como um bom atenuante nessa realidade.
JLPolítica - É previsível que, com tantos novos empreendimentos, a Celi tenha aumentado o número de colaboradores, contratando mais gente?
LB - Sim, tem aumentado bastante. Nós voltamos a passar dos mil colaboradores e vamos ter de crescer bem mais no campo da empregabilidade, até pelas obras públicas que nós estamos iniciando agora aqui em Sergipe e em Feira de Santana, na Bahia. Na verdade, já estivemos, ali por volta de 2010 a 2014, com mais de quatro mil empregos diretos - sem contar com os indiretos, que na construção civil se dão numa proporção bem alta, numa média de sete para um.
EMPREENDIMENTOS COM RECURSOS PRÓPRIOS
“Isso é uma consequência do “the cash is king”, uma elevada pro inglês da observação de que “o caixa é o rei” de que falava meu pai. Isso atesta solidez da empresa, e também é a confirmação que habita em mim de que as pessoas jurídicas e físicas nunca devem se confundir. Vivo bem - não me considero nem rico e nem pobre. Faço o meu trabalho - e a Celi não tem problema financeiro”
JLPolítica - É claro que a Celi não parou suas atividades, mas esse aceleramento na retomada o senhor atribui a quê?
LB - De fato, não paramos de tudo. Mas para essa retomada, infelizmente contribui um fato que não me agrada: hoje o mercado imobiliário de Sergipe se viu muito desfalcado de empresas, principalmente daquelas que trabalhavam numa área mais alta de imóveis - ou média alta. Na Celi nós da área imobiliária - eu, Holon, minha neta Maria Celi - nos reunimos periodicamente para discutir perspectivas. E entendemos, então, que esse era o momento. E o fato de algumas daquelas empresas terem deixado de operar - e eu não vou aqui citar nome de nenhuma delas - não é bom para o mercado, não é bom para ninguém. Não é bom nem mesmo para a Construtora Celi, que permaneceu ativada, porque a melhor coisa que pode nos acontecer é a concorrência. Nós vivemos a vida toda enfrentando concorrência, seja na parte imobiliária, com os nossos produtos de qualidade, seja na de obras públicas, com nossos serviços identicamente de excelência. Eu, minha família e os meus colaboradores mais de perto encaramos a concorrência como algo desafiador. Saudável. De modo que preferiríamos que o mercado de produtores estivesse intacto.
JLPolítica - Esses seis empreendimentos que a sua empresa mantém hoje em Sergipe e Pernambuco podem se desdobrar em mais outros para breve?
LB - Sim, sem dúvida. Nós temos planos imediato para mais outros cinco empreendimentos - apesar de ter a consciência de que atualmente uma empresa do ramo imobiliário enfrenta uma burocracia terrível, que eu certamente classifico como desnecessária. Além disso, essas altas de juros e de material de constrição são também preocupantes. Mas a Celi teve a felicidade de antecipar investimentos - o Barra Garden tem toda a sua infraestrutura praticamente concluída, o Central Garden vai num avanço formidável. Tudo isso porque nós entendemos à época que os juros estavam muito baixo e a remuneração do mercado financeiro não valia a pena e nós resolvemos investir em obras. De modo que boa parte desses empreendimentos dos quais tratamos até agora nesta Entrevista são com recursos próprios da Celi.
JLPolítica - Tocar com recursos próprios da Celi atesta o quê da sua empresa?
LB - Pelo menos os dois maiores são, sim, com recursos próprios. E isso é uma consequência do “the cash is king”, uma elevada pro inglês da observação de que “o caixa é o rei” de que falava meu pai, Paulo Barreto. Isso atesta a solidez da empresa, e também é a confirmação que habita em mim e em todos os que fazem a Celi comigo de que as pessoas jurídicas e físicas nunca devem se confundir. Eu consigo separar totalmente. Eu vivo bem - não me considero nem rico e nem pobre. Eu faço o meu trabalho - e a Celi não tem problema financeiro.
ASEOPP MELHORA INTERLOCUÇÃO COM GOVERNOS
“Tem melhorado muito, porque tem sido possível um diálogo positivo com os segmentos do Governo do Estado. Sergipe e o Brasil têm visto que a Aseopp tem lutado muito por algumas providências que visam permitir que obras sejam contratadas com preço justo, que fiquem concluídas com qualidade e as empresas recebam dentro do prazo”
JLPolítica - A Construtora Celi tem obras públicas em ação ou algumas com licitação ganha e que devem entrar em construção em breve?
HF - Estamos com contrato assinado e em andamento com a obra do Hospital do Câncer do Estado de Sergipe - é um empreendimento no valor de R$ 120 milhões e com prazo de entrega de 900 dias. Assinamos também com a Prefeitura de Feira de Santana, um contrato para a construção da sede da Secretaria Municipal da Educação. É um contrato de empreitada integral, no valor de R$ 40 milhões.
JLPolítica - Como é que o senhor e as demandas da Aseopp estão se ajustando? Aquelas bandeiras de ir pra cima de governos, exigir licitações claras e pagamentos em dia têm melhorado ou piorado?
LB - Eu diria que tem melhorado muito, porque tem sido possível um diálogo positivo com os segmentos do Governo do Estado. Sergipe e o Brasil têm visto que a Aseopp tem lutado muito por algumas providências que visam permitir que as obras sejam contratadas com preço justo, que fiquem concluídas com qualidade e as empresas recebam dentro do prazo. Esse é o nosso sonho, porque no Brasil, infelizmente, - e eu nem culpo aqui os gestores - só se pensa em preço e punição. E é exatamente por isso que grande parte das obras não se conclui, gerando um enorme prejuízo para a nação e algumas delas têm qualidade não muito recomendável.
JLPolítica - Que destino o senhor deu à Construtora Stanza? Ela ainda faz parte do mix da Celi?
LB - A Stanza era uma empresa nossa que operava no mercado imobiliário para atender a um nicho de renda menor. Mas aí Luciano Neto, que operava na Celi juntamente comigo, entendeu que queria fazer carreira solo, através de uma empresa dele, o que considerei uma aspiração legítima, e nós lhe vendemos a Stanza. Para além da parte afetiva de avô, a minha relação com meus seis netos segue uma linha empresarial. Sigo, sim, aquela linha de quem não mistura pessoa física com jurídica. E o Luciano Neto está indo bem com a Stanza.
SEM PREOCUPAÇÃO COM SUCESSÃO EMPRESARIAL-FAMILIAR
“Tenho dito que a sucessão empresarial-familiar não me preocupa. Primeiro, porque acho que a minha família - filhas e netos e netas - está preparada para assumir a empresa, mas me agrada que eles entendem que nesse momento eu preciso, juntamente com Holon e alguns deles, estar à frente dos negócios, justamente por verem em mim capacidade para decidir”
JLPolítica - Qual é o seu sentimento ao ver o seu genro, o empresário Wagner Bravo de Oliveira e sua filha Ana Cecília ampliando fisicamente o Hospital Primavera e adquirindo o Hospital do Coração de Sergipe?
LB - É um sentimento duplo, de alegria e de felicidade. Wagner é realmente um grande e equilibrado empreendedor. É um homem que há cerca de uma década teve a visão de construir um hospital de excelência para Sergipe e o fez entre os melhores do Nordeste e do Brasil. Fico feliz com o modo como ele e a minha filha Ana Cecília comandam os negócios. E os sonhos deles são de permanente crescimento, como devem ser os sonhos de quem empreende. Ele e Ana Cecília juntos têm conseguido crescer, como farão agora com a ampliação Hospital do Coração recém-adquirido. E estão fazendo isso com segurança e mantendo a liquidez. Diante de tudo isso, eu só posso homenageá-los.
JLPolítica - O senhor acha que Wagner Júnior acertou mesmo a mão com o Massimo, e que o supermercadismo será o nicho empresarial dele?
LB - Não tenho dúvida disso. Creio que, além de ter acertado a mão, Wagner Júnior se apropriou com ciência desse setor. Ele conhece dessa área com profundo domínio. Quando eu era um iniciante na construção civil na Bahia, no final dos anos 60, eu ouvia dos grandes homens da minha área à época o seguinte conselho: “Não se meta em nada que você não entenda”. O Wagner leva a isso ao pé da letra, e o que eu posso dizer é que ele é um menino trabalhador, sério e que entende do que está fazendo. Isso me tranquiliza.
JLPolítica - Isso pode ser associado a uma receita de sucesso?LB - Muito, mais ainda se aliado à ideia ouvida do meu pai de que “o caixa é o rei”. Quem não cuida do caixa da sua empresa não tem vida empresarial longa. Mas devo dizer que, entre meus netos, não é só Wagner Júnior que acerta. Todos eles estão, ou passaram, muito bem pelos processos de aprendizados e de inserção no mercado. São aprendizados que eles terão de considerar pela vida inteira, porque tenho 81 anos e continuo aprendendo a cada dia. Ana Celi, uma jovem, hoje é uma empresária da moda com uma marca chamada Hacer, com a qual está indo muito bem. Ela é uma menina muito inteligente, adora fazer o que faz - descobriu o caminho dela. A Hacer é uma marca de moda que, por enquanto, faz pronta-entrega, mas ela planeja mais à frente abrir lojas físicas. A Maria Celi tem uma formação extraordinária. Cursou o Insper, em São Paulo, é muito dedicada, estudiosa, tem uma excelente capacidade de comunicação e um ótimo poder de liderança. Partilha bem comigo a parte imobiliária. Todos sabem que o que pode levar uma empresa para frente, além daquilo citado sobre o caixa e o de se meter com o saber fazer, é a humildade, a austeridade e o trabalho - e esse é um conselho que venho dando aos meus netos. E eles assimilaram com suas formas e ferramentas de assimilar, bem diferentes das que eu e Holon dispúnhamos num tempo atrás.
NORMALIDADE COM A SUCESSÃO PRESIDENCIAL
“Não tenho e nunca tive (preocupação). Eu só me preocupo com coisas nas quais eu possa intervir e ajudar a resolver. Como já tenho muita coisa para solucionar - e com as quais eu posso ajudar a resolver -, eu não vou perder tempo em saber se vai ser Chico ou Francisco e nem o que eles estão fazendo. Esta é uma decisão que tenho de tomar na hora de votar”
JLPolítica - Em setembro o senhor fará 82 anos. E volta esse tema: o senhor já começa a se preocupar com sucessão empresarial-familiar?
LB – Eu tenho dito que a sucessão empresarial-familiar não me preocupa, e por uma razão muito simples. Primeiro, porque acho que a minha família - filhas e netos e netas - está preparada para assumir a empresa, mas me agrada que eles entendem que nesse momento eu preciso, juntamente com Holon e alguns deles, estar à frente dos negócios, justamente por verem em mim capacidade e disposição para decidir. Daí que eu, estando com 81 anos, trabalhe o dia todo todos os dias, sem fadiga ou indisposição.
JLPolítica - O senhor tem preocupação com o rumo e a sanidade da sucessão presidencial deste ano?
LB -Não tenho e nunca tive. Eu só me preocupo com coisas nas quais eu possa intervir e ajudar a resolver. Como eu já tenho muita coisa para solucionar - e com as quais eu posso ajudar a resolver -, eu não vou perder tempo em saber se vai ser Chico ou Francisco e nem o que eles estão fazendo. Esta é uma decisão que tenho de tomar na hora de votar.
JLPolítica - Para o senhor, o que será ou seria do Brasil com a continuação do Governo de Bolsonaro?
LB - Eu acho que, como todos os Governos, o de Bolsonaro tem aspectos negativos e aspectos positivos. Eu diria que o sonho de todo presidente, que é o da reeleição, prejudicou um pouco o mandato dele. Espero que, caso ele tenha a possibilidade de ser reeleito, e não existindo mais essa pauta da reeleição na sua agenda, a sua gestão flua bem melhor - desde porque ele não terá mais de perder tempo com essa pauta. Ela deixará de existir desde o primeiro dia de 2023. Mas é preciso deixar claro que a reeleição não foi uma invenção dele - desde Fernando Henrique Cardoso, lá em 2008, até Dilma Rousseff, em 2014, todos se reelegeram. Aliás, FHC mudou a lei para permitir que ele disputasse a reeleição.
RAZÕES PARA EDVALDO NOGUEIRA FORA DA SUCESSÃO
“O governador Belivaldo, que foi quem coordenou aquele processo, é que poderia responder bem a esta pergunta. Mas da minha parte, tenho certeza de que Edvaldo teria sido um excelente candidato, com uma possibilidade muito grande de ganhar, porque ele é reconhecido em todo o Estado como um gestor muito bom”
JLPolítica - Para o senhor, o que será ou seria do Brasil com um retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência?
LB - Eu preciso dizer que Lula fez um primeiro mandato muito bom, ainda que tivesse havido desmandos e corrupções apontados. Não sou muito favorável à Operação Lava Jato, por achar que ela não cumpriu o objetivo, que era o de criar mecanismos que combatessem a corrupção cotidiana, mas que reformulassem políticas duradoras.
JLPolítica - Com os quadros praticamente postos pela sucessão estadual de Sergipe, como o senhor a analisa?
LB - Os quatro candidatos definidos até agora eu os considero bons. Todos têm condições de ser gestores eficazes para Sergipe. Por qualquer um deles, eu só vou me definir no momento oportuno.
JLPolítica - O senhor achou normal ou estranho que o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, tivesse ficado de fora do processo sucessório?
LB - O governador Belivaldo Chagas, que foi quem coordenou aquele processo de definição, é que poderia responder bem a esta pergunta. Mas da minha parte, tenho certeza de que Edvaldo teria sido um excelente candidato, com uma possibilidade muito grande de ganhar, porque ele é reconhecido em todo o Estado como um gestor muito bom.
DA IMPORTÂCIA DE HOLON FONSECA
“Eu diria que Holon é uma escola e a cada dia que passa ele vai ensinando mais. O pessoal que vai para a Celi, trabalha e sai de lá sabendo, graças a Holon. Paralelo a essas qualidades, ele tem um temperamento muito mais calmo do que o meu. É sempre um conciliador, que procura a harmonia. E eu acho isso importantíssimo”
JLPolítica - Como é que o senhor recebeu a chegada da Celi Mall Decor, empresa comandada por Maria Celi, aos 40 anos?LB - Recebi esse fato com muita felicidade. Maria Celi herdou de seu Oviedo Teixeira, o pai, um tino comercial muito grande. Ela é uma pessoa muito trabalhadora e traz consigo uma característica que nem todos conhecem, que é a de ser uma pessoa extremamente generosa e muito religiosa, traços que eu acho muito bons.
JLPolítica - O senhor continua com o mesmo ânimo inicial em relação ao Instituto Luciano Barreto Júnior?
LB - Totalmente. É certo que estamos saindo de uma enorme dificuldade de dois anos com todas as escolas públicas fechadas por causa da pandemia, mas estamos retomando. Não com a quantidade de alunos que gostaríamos de ter, mas com o possível para essa retomada.
JLPolítica - Qual é o papel de Holon Fonseca em sua empresa?
LB - O Holon é um executivo que cumpre um papel importantíssimo na Celi. É um engenheiro extremamente bem preparado, supre uma falha enorme minha na Engenharia Civil, lidera bem e a turma que trabalha com ele gosta do modo de ele operar.
JLPolítica – Ele seria um referencial
LB - Eu diria que Holon Fonseca é uma escola e a cada dia que passa ele vai ensinando mais. O pessoal que vai para a Celi, trabalha e sai de lá sabendo, graças a Holon. Paralelo a essas qualidades, ele tem um temperamento muito mais calmo do que o meu. É sempre um conciliador, que procura a harmonia. E eu acho isso importantíssimo.
Fonte: JL Política