A vazão da usina Hidrelétrica de Xingó (AL) alcançou 4 mil metros cúbicos (m³/s) por segundo ao meio-dia nesta segunda-feira (4) e cidades sergipanas do Baixo São Francisco já começam a sentir os efeitos do aumento. O volume deste porte não era liberado há 12 anos pelos reservatórios da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), devido ao baixo nível de chuvas.
Na cidade de Telha, a Prainha Prefeito José Antônio Dias, mais conhecida como "Prainha da Adutora", foi completamente inundada.
O secretário municipal de Turismo, Cesar Dias, disse ao F5News que a inundação começou na quinta-feira, mas na sexta a água invadiu os bares. Segundo ele, nesta segunda o nível da água estava em cerca de 70 cm, dentro dos bares, mas os proprietários temem que atinja o teto até o final do dia.
“Não há o que fazer. A gestão tem alertado desde o começo do aviso da Chesf, ajudou na retiradas dos pertences e agora é esperar e rezar para que o estrago não seja pior. A grande preocupação agora é que chegue às áreas irrigadas e prejudique a criação de peixes”, disse César Dias ao F5News, acrescentando que não há risco do alagamento alcançar as residências no município.
O prefeito de Propriá, Valberto Oliveira (MDB), disse à Fan FM que gestores dos municípios do Baixo São Francisco devem mover uma ação coletiva contra a Chesf, por entender que a Companhia deveria ter adotado com antecedência as providências para evitar os transtornos aos ribeirinhos.
Uma nova reunião será realizada na quarta-feira, e há uma previsão de que a vazão chegue a 6 mil m³/s.
O aumento da vazão ocorre desde o último dia 12, quando a Chesf alertou 33 municípios ribeirinhos do Submédio e do Baixo São Francisco sobre a maior liberação de água. A companhia vem divulgando às prefeituras e defesas civis municipais que a vazão aumenta em 500 m³/s a cada dois dias.
“O Operador Nacional do Sistema Elétrico, o ONS, declarou regime de cheia na Bacia do Rio São Francisco e, dessa forma, temos que atuar com regras específicas, aguardando chegar mais água, pois ainda há chuvas acontecendo em Minas Gerais. A previsão é que Sobradinho, nosso maior reservatório, alcance 75% de armazenamento no fim de janeiro”, informou o diretor de Operação da Chesf, João Henrique Franklin.
O Ministério Público Federal em Sergipe (MPF) encaminhou ofício à Chesf requisitando esclarecimentos sobre quais são as medidas adotadas para minimizar os impactos que o aumento da vazão pode causar nas comunidades tradicionais quilombolas, indígenas e de pescadores.
Além de Sergipe, municípios da Bahia, Alagoas e Pernambuco devem sofrer cheias.
Cidades sergipanas em alerta:
F5 News