Divulgada nesta sexta-feira (12) a nova rodada da pesquisa do Instituto Ideia para a revista Exame mostra aumento na vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, sobre o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição. Se as eleições fossem hoje, Lula teria 48% das intenções de voto e Bolsonaro 31%, uma vantagem de 17 pontos percentuais. Em julho, na rodada anterior, essa vantagem era de 12 pontos. Na simulação de primeiro turno estimulada, Lula tem 35% e Bolsonaro 25%.
Enquanto isso, Ciro Gomes, do PDT, aparece com 7% e Sergio Moro, do Podemos, com 5%. A simulação também colocou o governador de São Paulo, João Doria, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como opções pelo PSDB. Ambos obtiveram 2%. Aparecem ainda na lista, todos com 1%, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), Alessandro Vieira (Cidadania), Rodrigo Pacheco (PSD) e Cabo Daciolo (Patriota). Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe D’Ávila (Novo) não pontuaram. Mais um integrante da operação Lava-Jato deciriu mirar nas eleições de 2022. Depois do ex-juiz Sergio Moro, o ex-coordenador da Lava-Jato no Paraná Deltan Dallagnol anunciou que sua filiação ao Podemos será em dezembro e que ele disputará uma vaga na Câmara dos Deputados.
A informação foi confirmada pela assessoria do Podemos ao Congresso em Foco. Dallagnol pediu exoneração do Ministério Público em 2 de novembro, sob a justificativa de que os instrumentos de trabalho para alcançar a Justiça estavam sendo “enfraquecidos”. A Lava Jato tem sofrido reveses desde que vazaram as conversas que mostravam que os procuradores, como Dallagnol, combinavam seus movimentos com o juiz Sergio Moro. O trabalho do próprio Sergio Moro foi julgado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu tenho várias ideias sobre como posso contribuir e eu serei capaz de avaliar, refletir e orar melhor sobre essas ideias depois de sair do Ministério Público”, disse Dallagnol.
Inviabilização no TCU
O ex-coordenador da operação, no entanto, poderá ter a candidatura inviabilizada pelo Tribunal de Contas da União. Isso porque, o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), apura irregularidades no pagamento de diárias e passagens aéreas a procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, e avalia ordenar a devolução do recurso aos cofres públicos. No caso de comprovação pela área técnica da Corte, a decisão pode tornar Dallagnol inelegível, com base na Lei da Ficha Limpa. Para o ministro, os padrões de funcionamento do grupo de trabalho “viabilizou uma indústria de pagamento a certos procuradores escolhidos a dedo, o que é absolutamente incompatível com as regras que disciplinam o serviço público brasileiro”. O processo foi aberto no TCU a pedidos de parlamentares e do Ministério Público. O inquérito analisa o pagamento de passagens e diárias em hotéis em Curitiba entre 2014 e 2021 a cinco procuradores da Lava Jato, já que eram lotados em outros estados. O total do valor gasto ao longo dos anos soma R$ 2,557 milhões em recursos públicos.