Nesse mês de outubro aconteceram diversas datas marcantes para o nosso formidável Estado de Sergipe, em especial, destaco duas: tivemos o Dia do Médico e comemoramos a nossa graciosa Sergipanidade. Dito isto, ao pesquisar sobre a História da Medicina em Sergipe e, sobretudo, algumas das principais Famílias tradicionais e personagens que marcaram e ainda marcam de maneira indelével a narrativa política sergipana; se realçou com relevo dentre alguns dos meus levantamentos histórico-sociológicos sobre egrégias carreiras que tanto fizeram e fazem por Sergipe, o admirável nome de Reinaldo Moura Ferreira.
Esta briosa figura nasceu no dia 11 de dezembro de 1943 no tão estimado município de Japaratuba, terra conhecida pela tradicional Festa das Cabacinhas e que originou nosso saudoso genial artista plástico Arthur Bispo do Rosário. Seus obsequiosos pais são Olegário Mendonça Ferreira e a boníssima-saudosa Laudelina Moura Ferreira, conhecida carinhosamente como Dona Nininha – eles foram um dos seus principais incentivadores a seguir no caminho retilíneo da Fé e Perseverança para enfrentar os percalços da vida com quê ele soube driblar sabiamente na sua extraordinária jornada. Destaca-se que Dona Nininha falecida em 2015 aos 104 anos de idade, foi exemplo de bondade e sabedoria para todos com quem pôde conviver e passar os seus valiosos ensinamentos de vida.
Reinaldo Moura um sergipano nato de Japaratuba foi e continua sendo um dos maiores jornalistas e radialistas que Sergipe já teve a honra de fazer florescer em seu estonteante berço. Atuou com afinco e distinção em diversos órgãos de comunicação da Bahia e de Sergipe. Na sua exemplar vida pública exerceu habilmente os mandatos de vereador em Aracaju de 1977 a 1978 e de deputado estadual pelo Estado de Sergipe no período compreendido entre 1978 a 2000.
Já como astuto parlamentar participou ativamente e presidiu de maneira sábia diversas comissões que se debruçavam sobre a Redação Final e de Serviço Social, de Justiça, Finanças, de Serviço Civil; além disso, foi Líder de Governo por seis anos, em dois governos. Como se já não fosse suficiente tamanho primor com quê desempenhava suas funções, acumulou a função de vice-presidente da Assembleia Estadual Constituinte de 1989 e da Assembleia Legislativa durante os anos de 1988 a 1989. Reinaldo Moura foi destacado membro da Comissão de Elaboração do Regimento Interno da Constituinte de 1988. Ele foi um dos mais celebrados Presidentes que passaram pela Assembleia Legislativa durante os seguintes períodos: de 1993 a 1994 e de 1999 a 2000.
Assumiu o Governo do Estado de Sergipe por duas vezes nas seguintes datas em específico: de 24 de abril de 1993 a 27 de abril de 1993 e do dia 10 de outubro de 1993 a 17 de outubro de 1993. A partir dos levantamentos histórico-sociológicos aqui empreendidos, percebe-se que a origem de todo o entusiasmo de Reinaldo Moura advém da sua dinâmica atividade política – ao exercê-la com probidade e decoro necessários, sendo representante máximo da população que o elegeu com lídimo louvor por inúmeros mandatos; ele pôde adquirir ao longo do seu percurso político credibilidade com emblemático sucesso, prova irrefutável disso é que chegou a ocupar a almejada Presidência do
TCE - Tribunal de Contas do Estado de Sergipe no dia 10 de março de 2009.
No TCE/SE ele ingressa com toda a confiabilidade merecida como sendo um competente e intenso Conselheiro dessa Nobre Corte de Contas, mais precisamente no dia 08 de fevereiro de 2001 onde assumiu função de Corregedor Geral durante os anos de 2005 a 2007; sendo que chega à Presidência no dia 10 de março de 2009 permanecendo até o mês de março de 2011. Assumiu essa nobre função aos 65 anos no biênio de 2009 a 2011; teve como seu vice-presidente, o conselheiro Heráclito Rollemberg, este que fez fulgurante carreira política, sendo deputado, presidente da Assembleia Legislativa, Prefeito de Aracaju, presidente da Associação Brasileira dos Municípios, além de ter sido Senador da República; e como seu Corregedor Geral, o conselheiro Carlos Pinna de Assis.
O seu modelar percurso enquanto esteve no Tribunal de Contas do Estado de Sergipe nos evidencia a profunda conexão que sempre possuiu com o exercício honesto da Política – e é justamente este exercício político que sempre o acompanhou desde a tenra idade é que confirma nele esse fator da sua personalidade: o desejo de sempre se aperfeiçoar socialmente atendendo às causas mais urgentes da população e das pessoas que o cercam. Reinaldo Moura com a sua descomunal experiência política pôde recompor a imagem do Tribunal de Contas; justamente num momento sinuoso em que ocorriam pressões dissonantes advindas de inúmeros setores sociais; ele sabiamente soube como pouquíssimos expandir ao limite do possível e impossível a transparência tão basilar com relação a todos os atos que constituem a sua ilibada atuação – seja como político e/ou como integrante imprescindível da referida Casa de Contas de Sergipe.
Oriundo da ambiência política tradicional exercida com ‘P’ hercúleo, Reinaldo Moura já na condição de prestigioso comunicador que sempre foi – fazendo jus em ser um capítulo imprescindível para entendermos a bela Memória do Rádio Sergipano, entendeu que teria de fortalecer um basilar diálogo direto e permanente com os veículos de comunicação, com toda a sociedade sergipana para que enfim, pudessem ser superadas as incompreensões conflitivas que afetavam sobremaneira o Tribunal nesse tempo; soube manejar desordens e forneceu resposta pronta a todos os questionamentos que surgiam naquela época em que esteve à frente do TCE/SE.
Ao perceber com sua acumulada experiência que nenhuma área da atividade pública pode se mostrar indiferente às demandas e as perguntas que a sociedade produz; Reinaldo Moura sempre prestou satisfação e formulou respostas convincentes a toda a população de Sergipe. O TCE/SE para ele nunca esteve isento dessas exigências sociais, e por isso mesmo é que justamente por meio delas é que ele ampliou o real exercício da Democracia sergipana e em cenário nacional. Mostrou-se movido e estimulado por essas exemplares convicções que fizeram com quê a sua irretocável gestão fortalecessem os mecanismos republicanos por meio dos quais o TCE se comunicou, e se fez um parceiro seguro de toda a população do nosso Estado.
Todas essas lições que Reinaldo Moura deixou de maneira modelar para os presidentes que o sucederam devem estar registradas no mais alto ponto de altivez; pois é através dos ensinamentos passados que edificamos um presente com mais discernimento e sabedoria. Algumas delas podemos elencar aqui no presente artigo: se fez cumprir rigorosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, num memorioso ato Deliberativo o antológico auditório do TCE/SE recebeu o nome de Lourival Baptista, numa justíssima homenagem ao governador que criou esta Nobre Casa de Contas de Sergipe; Reinaldo Moura germinou a fabulosa ideia de criar uma creche para os filhos das servidoras do Tribunal – este belíssimo ato nos faz notar que ele nunca se fez enclausurar num gabinete e ficar cego quanto aos problemas do mundo ao seu redor.
Reinaldo Moura como um referencial gestor público, jamais ficou trancado em sua sala; muito pelo contrário – de maneira contínua esteve e continua atento quanto às problemáticas que o circunvizinha. A sensibilidade e empatia são aspectos da sua personalidade que merecem destaque; pois são essas características que nos faz notar o quão Reinaldo Moura sempre esteve preocupado com o bem-estar das pessoas que os cerca, e de todas àquelas que fazem o desenvolvimento da máquina que compunha toda a administração pública. No TCE/SE, ele conseguiu fortalecer as relações institucionais com o objetivo de criar na administração pública a sintonia e o sentimento de cooperação que muitas vezes tanto faz falta nesse fundamental dispositivo constitucional que estabelece a harmonia e a independência dos Poderes.
Soube como poucos agir conforme a inspiração etérea das Leis e do bom senso, e ao agir dessa maneira, evitou e amenizou litígios desnecessários – e justamente nos descortina como ele soube fazer isso, resultando em benefícios concretos para o elementar serviço público e o fortalecimento cada vez maior da cidadania. Reinaldo Moura pôde acumular diversos ensinamentos junto aos seus companheiros de Tribunal, podemos destacar: Roberto Eugênio da Fonseca Porto, José Alves Neto, Maria Cristina Gama e Silva Foz Mendonça, Márcio Leite Resende, Orlando Rochadel Moreira, Carlos Alberto Sobral, Carlos Pinna de Assis, bem como Ulices Andrade Filho colaboradores do bom diálogo e entendimento.
Outra das suas astuciosas medidas foi a reabertura da Sala dos Advogados, um espaço físico especial dotado de estrutura operacional reservado aos profissionais do Direito para que desempenhassem suas atribuições junto ao Tribunal. Ele também pôde estabelecer uma parceria concreta e republicana com os municípios, com todos os gestores; e seu período na Presidência do TCE/SE foi marcado por uma data especial, pois estava se comemorando na época, os 40 anos de existência – já que o Tribunal foi fundado em 30 de dezembro de 1969 criado pela Emenda Constitucional nº 2, de 30 de dezembro de 1969, promulgada pelo então Governador Lourival Baptista.
Dentre as diversas homenagens que foi gratulado em vida, Reinaldo Moura recebeu o título de cidadão em General Maynard pelos serviços importantes que prestou à comunidade; foi também agraciado na Câmara dos Deputados com a entrega da medalha ‘Mérito Legislativo’, destinada a glorificar autoridades, personalidades, instituições, campanhas, programas ou movimentos de cunho social, civis ou militares, nacionais ou estrangeiros, que tenham proporcionado serviços relevantes ao Poder Legislativo ou ao Brasil.
Entre os mais de 50 agraciados, estava acertadamente Reinaldo Moura Ferreira; que pelo reconhecimento tanto no meio político quanto no meio radiofônico, este último no qual é tido consensualmente como um comunicador nato e competente. Quem o escuta e já ouviu seus relevantes programas, sabe que Reinaldo Moura é possuidor de uma voz enérgica, poderosa; composta por um grave emblemático e uma dicção refinada. Após completar décadas de vida dedicada ao trabalho, em cumprimento estrito da lei, se aposentou com glórias do TCE/SE; após mais de uma década caracterizada por imprescindíveis serviços prestados a toda a população sergipana.
Para finalizar, além da política, do campo radiofônico e de ser criativo poeta nas horas vagas; é um marido dedicado e pai amoroso de dois filhos: André Luiz Dantas Ferreira, conhecido por todos como André Moura, também político, nascido no dia 23 de fevereiro de 1972, já tendo exercido mandato de prefeito do município de Pirambu por duas vezes consecutivas de 1997 a 2005 quando foi membro do Partido da Frente Liberal (PFL); logo após elegeu-se deputado estadual em 2006, já filiado ao Partido Social Cristão (PSC); desde fevereiro de 2011 exerce cargo de deputado federal por Sergipe. Além disso, foi Líder do Governo na Câmara dos Deputados no período compreendido entre maio de 2016 a fevereiro de 2017. Reinaldo Moura também é o atencioso pai de Cláudia Patrícia Dantas Ferreira, esta sendo fruto do seu casamento com a ex-deputada estadual Alice Maria Dantas Ferreira, mais conhecida como Lila Moura. Vale realçar que ele é o carinhoso avô de Yago, Yandra, Lucca, Miguel e Maria – seus adorados netos.
Reinaldo Moura Ferreira possui outra fanática paixão: o Club Sportivo Sergipe, do qual é patrono, o seu time de coração. Não à toa, o mesmo Clube Sergipe que Reinaldo Moura torce é também por coincidência divina o mesmo nome do amado Estado de Sergipe que torce por ele e possui orgulho de tão inestimável personagem que contribuiu e colabora mais do que nunca para o desenvolvimento do nosso Estado Sergipano; é algo irretorquível: Reinaldo Moura Ferreira é um Líder já nascido, o abnegado profissional da Comunicação e da Política difunde um legado respeitável e perene para Sergipe – seja na elogiável Memória do Rádio, seja na formidável ambiência do Exercício Político; em suma, um Exemplo a ser abraçado e mantido pulsante no panteão dos sergipanos mais admiráveis que já aportaram e se fizeram com destreza invejável por aqui.
¹ Texto escrito por Igor Salmeron, Sociólogo - Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS-UFS), com pesquisas financiadas pela FAPITEC/CAPES e faz parte do Laboratório de Estudos do Poder e da Política (LEPP-UFS).
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