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Sergipe

CORDELISTA ZEZÉ DE BOQUIM GANHA HOMENAGEM PELO DIA DA SERGIPANIDADE

Publicada em 22/10/21 às 10:23h - 290 visualizações

Aldaci de Souza


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CORDELISTA ZEZÉ DE BOQUIM GANHA HOMENAGEM PELO DIA DA SERGIPANIDADE
 (Foto: Núcleo de Digital/Agência de Notícias Alese)
De autoria do presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo, a Lei nº 8.601/2019, institui oficialmente no calendário do estado,  o 24 de outubro como Dia da Sergipanidade. O objetivo é estimular o sentimento de ‘ser sergipano’ fortalecendo as  manifestações culturais, costumes, culinária e expressões populares.

Em homenagem à data, a Alese passeou pelas belezas de Sergipe através dos olhos atentos de Zezé de Boquim, um dos cordelistas mais conhecidos do estado. Com texto feito especialmente para a comemoração, Zezé de Boquim atentou para as manifestações mais conhecidas dos sergipanos e turistas e brindou a homenagem com um texto inteiro escrito e narrado em cordel.  

O texto ganhou enredo de estrofes numa linguagem visual de xilogravura e andou por cidades com histórias de Boquim, as noites enluaradas e as praças perfumadas. Em Lagarto, as missões e as vaquejadas. Em Laranjeiras, a arte de João Sapateiro, as lições da professora Zizinha Guimarães e o médico que operou o olho de Lampião. Na cidade de Itabi, o valor do jegue corredor. Ao falar de Itabaiana, a primeira coisa que veio à mente de Zezé de Boquim, foram as mulheres bonitas e os homens que têm dinheiro, mas ele também destacou o Parque dos Falcões e a tradicional Festa do Caminhoneiro. Nossa Senhora das Dores chama a atenção do cordelista por dividir o litoral do sertão e em Estância, o destaque para os barcos de fogo no São João. Como bem disse Zezé, “se for escrever tudo sobre as riquezas de Sergipe, vai ter que caber em um livro do tamanho da Arca de Noé”.
O vídeo está sendo exibido na TV Alese e nas redes sociais da Assembleia Legislativa. Sobre o projeto da Sergipanidade, o jornalista Júnior Ventura enfatizou a importância de manter vivas na memória, as belezas e peculiaridades de Sergipe, a exemplo dos costumes, manifestações culturais e expressões populares. “A ideia é mostrar o conceito de que, apesar de pequeno em tamanho territorial, Sergipe é grande em riquezas. Suas belezas naturais se destacam e suas manifestações culturais recontam a história e o passado de seu povo. Despertar a Sergipanidade é mais do que reconhecer as belezas e costumes de Sergipe, é ter pertencimento e amor por esta terra e o produto valoriza toda a Sergipanidade que existe dentro de cada sergipano de sangue ou de coração”, observa.

“O vídeo ficou bem interessante pois o cordel em si já representa a nossa cultura e vale destacar que a narração é feita na voz do cordelista Zezé de Boquim; com desenhos e animação do Núcleo Digital da Agência de Notícias Alese”, complementa a designer Luana Iasmin.

Literatura de Cordel no sangue

Cordelista desde criança, Zezé nasceu no município de Lagarto, mas como morou 36 anos na cidade de Boquim, ficou conhecido como Zezé de Boquim. Atualmente reside em Aracaju.

A paixão pelo gênero literário em forma de rima e impresso em folhetos (geralmente vendido pendurado em cordas ou barbantes), nasceu ao escutar as histórias contadas e as poesias declamadas pelo pai.  Ele conta que aprendeu a ler através dos versos. Hoje são mais de 120 livretos publicados e expostos em feiras culturais, o que já lhe rendeu vários prêmios em Sergipe e em nível nacional. 

“Desde pequeno, com sete anos, que gostava de ouvir as histórias; quando eu tinha uns 10 anos, minha avó me botou na escola e comprou um livro de Zé Pretinho de Tucum, feito por Firmino Teixeira; quando eu tinha 12 anos encontrei um homem vendendo um livro de cordel na feira, ele lia e cantava. Achei muito lindo, mas não tinha dinheiro. Depois vendi quatro canários para conseguir 2 mil reais e comprar o livro. Eu memorizei e comecei a contar para outras pessoas e comprar cada vez mais. Comecei a escrever sobre a construção da igreja evangélica em Lagarto; o pastor gostou e foi meu primeiro livro apresentado na inauguração da igreja”, conta destacando que aprendeu muito quando trabalhou nas Bibliotecas Públicas Clodomir Silva e Epiphâneo Dórea e que o cordel precisa ser mais valorizado.



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