O preço do botijão de gás não para de subir no Brasil. Na capital sergipana, o preço já chega a R$ 110 para compras feitas no cartão de crédito ou até R$ 105 à vista, conforme pesquisa divulgada pelo Programa de Defesa do Consumidor do Procon Aracaju, e refletem o impacto enfrentado por famílias e comerciantes do setor. Para se ter uma ideia do alto custo, se comparado ao valor do salário mínimo atual, de R$ 1.100,00, o preço do gás de cozinha já corresponde a 9,5% do orçamento familiar. O que representa uma despesa alta para a maioria dos lares, principalmente quando junta com outros custos que também estão em alta, a exemplo da gasolina.
O proprietário de uma revendedora de gás localizada no Bairro Ponto Novo, Gilton Fonseca, conta que a alta nos preços tem causado queda nas vendas e prejudicado o comércio. “Houve um declínio comparado a outros meses. Na verdade, essa situação se repete mês a mês desde os constantes aumentos no preço do gás. A população vai buscar sempre o mais barato, e aí entra outro problema, que são os vendedores irregulares e clandestinos. Tem sido difícil acompanhar os aumentos repassados. Muitas vezes seguro por semanas o valor antigo para tentar aumentar as vendas antes de repassar o novo preço”, conta o empresário.
A queda nas vendas de Gilton é o reflexo da dificuldade que a população enfrenta para adquirir o botijão. “De repente acabou o gás. É sempre assim que acaba, quando a gente menos espera e quando está com a comida no fogo. Eu não tinha dinheiro. Entrei em desespero. Meu filho esperando o almoço para ir para a escola. Tive que pedir emprestado o cartão de uma amiga, e parcelei para poder conseguir comprar o botijão”, conta a publicitária Manuela Gallo. Os aumentos no preço do GLP, ou gás de cozinha, como é mais conhecido, ocorre quando a Petrobras aumenta o valor para as distribuidoras. Como o gás de cozinha só é comercializado por meio dos revendedores, o reajuste é sempre repassado para o consumidor final.