As mangabas e o ofício das catadoras da fruta podem se tornar Patrimônios Culturais e Imateriais de Sergipe. Isso porque as deputadas Maria Mendonça (PSDB) e Gracinha Garcez (PSD) tiveram a iniciativa de sugerir declaração. Segundo elas, a atividade é responsável pela geração de renda e sustento de inúmeras famílias sergipanas.
“Nada mais justo que fazermos esse reconhecimento, pois o extrativismo da mangaba é uma realidade que movimenta a economia de vários municípios e, porque não dizer, do Estado como um todo”, apontou Maria, destacando que Sergipe é o maior produtor brasileiro do fruto da mangabeira.
A parlamentar lembrou que as catadoras moram próximo ao encontro da foz dos rios Piauí e Real, predominantemente entre os limites de Santa Luzia do Itanhy, Indiaroba, Estância e vão até a foz do Rio São Francisco, chegando ao município de Brejo Grande.
“Essas catadoras multiplicaram os seus conhecimentos e passaram a produzir inúmeros produtos a partir da fruta da mangaba, dentre eles, bala, licor, trufa, geleia, mousse e biscoito”, disse, ao frisar que o projeto vem sendo realizado através das Associações nos municípios de Indiaroba, Japaratuba, Barra dos Coqueiros, Estância, Pirambu e Aracaju.
O papel das catadoras no contexto social foi fruto de vários estudos de casos e pesquisas, considerando a importância do trabalho que exercem. Elas estão localizadas em 61 comunidades de 56 povoados, em Sergipe. “São mulheres que vivem uma luta hercúlea para a garantia dos seus direitos, especialmente, o de produzir”, afirmou Mendonça.
O nome mangaba é de origem indígena e significa “coisa boa de comer”. É uma fruta preponderante no território sergipano, que é rica em vitamina A, B1, B2 e C, além de ferro, fósforo, cálcio e proteínas podendo ser consumida de inúmeras formas, inclusive, in natura quando madura.