A GRANDE ENCHENTE DOS RIOS PIAUÍ E PIAUITINGA DE 1947

No dia 1º de dezembro de 1947, aconteceu a enchente dos rios Piauí e Piauitinga considerada pela opinião geral do povo daquele tempo, como a maior enchente já verificada nos mesmos, cujas águas volumosas danificaram em quase sua totalidade a ponte da Cachoeira, ultrapassando a barragem da Fábrica Santa Cruz, transpondo a muralha que a circundava.

Nada pode impedir que as fúrias das águas invadissem todas suas dependências, inundando-as completamente e como consequência do livre percurso das mesmas pela parte subterrânea do imóvel, causou o desmoronamento de colunas que ali existiam produzindo o desabamento de grande faixa do pavimento que se assentavam vários aparelhos de fabricação e dando lugar ainda ao desmantelamento de extensa parte da parede externa do prédio, causando incalculáveis prejuízos materiais.

Vários departamentos, como as oficinas mecânicas, salão de tecelagem, seção de tinturaria e alvejamento ficaram cobertos de extensa camada de lama, sendo que esta última, o entulho atingiu a mais de um metro de altura.

O estrago causado pela enchente forçou a paralisação dos trabalhos da fábrica por algum tempo.

A multidão que assistiu às fases da inundação do importante empório têxtil teve a oportunidade de verificar o alto sentido de cooperação mantido por quantos, numa luta desigual, se empenhavam em salvar os bens da fábrica, todos irmanados através de mútua e bem compreendida solidariedade.

Felizmente, de toda essa árdua batalha nenhuma vida foi perdida.

DR. JORGE LEITE CONTINUOU A OBRA DO PAI

No pleito de outubro de 1950, Dr. Júlio Leite é nomeado Senador da República, exercendo o seu mandato em março de 1951.

Com esta nova etapa da sua vida, passando de empresário para a vida pública, Dr. Júlio, passou a direção da Fábrica Santa Cruz, para o seu jovem filho primogênito, de 24 anos de idade, o engenheiro e jornalista, Dr. Jorge Prado Leite.

Consciente da responsabilidade e do desafio que iria enfrentar o novo Diretor da Fábrica Santa Cruz mostrou-se imediatamente capaz para tocar a fábrica para frente, sobressaindo-se admiravelmente como administrador, fazendo a empresa prosperar.

Continua quinta-feira (23).

Escrito por Carlos Modesto

Redação Tribuna Cultural