TERCEIRA FASE DA FÁBRICA SANTA CRUZ – DR. JÚLIO LEITE ENTRA EM CENA
No ano de 1936, a Fábrica Santa Cruz passa a faturar no vermelho, entrando em retrocesso com prejuízos financeiros, obrigando sua Diretoria a vender o empreendimento fabril.
Neste mesmo ano, sabendo da dificuldade em que se encontrava a fábrica, Dr. Júlio César Leite (1896-1990), um homem experiente com visão futurista, que já havia executado as funções de advogado, chefe de polícia, secretário geral do Governo do Estado e diretor do Banco de Sergipe e do Banco Mercantil Sergipense, viu na Fábrica Santa Cruz, a possibilidade de um bom investimento.
Dr. Júlio aconselhou o sogro, o Cel. Gonçalo Rollemberg Prado, que era proprietário da Usina Pedras, na cidade de Maruim/SE e também do Banco Mercantil Sergipense a comprar a referida fábrica.
Atendendo o conselho do Dr. Júlio Leite, o Cel. Gonçalo Prado adquiriu o empório, cuja assinatura de posse foi firmada melancolicamente pelo Comendador João Sobrinho.
Sendo nomeado pelo seu sogro, para dirigir os negócios do novo empreendimento, Dr. Júlio Leite encontrou a fábrica já com algumas realizações, e a atual Diretoria procurou aumentar essas realizações, anexando outras de elevadas significações, tais como: a Vila Operária, acrescida de mais 74 casas, ou seja, quantidade igual da vila já existente que marcou no seu “ativo” a soma de 400:000$000.
Construção de um Campo de Futebol, Basquete e Vôlei, Biblioteca, Escola de Corte e Costura, Centro Educativo à semelhança dos existentes em Recife/PE, onde cada bairro possuía um centro para seus operários, com programa definido e bem orientado.
Criação de um ambiente propício ao operário, avançando até nos dispositivos legais, dando além do que aqueles determinavam. Assistência social elevada, remédio gratuito e outros benefícios, além de mandar reformar a Capela da Santa Cruz; construiu também um Cine Teatro moderno e escolas no bairro da fábrica.
Durante a 2ª Guerra Mundial, a Fábrica Santa Cruz contava com 462 teares e possuía mais de mil funcionários, que se revezavam em três turnos, para poder dar conta da produção de tecidos, que nesta ocasião, uma parte era exportada e maior quantidade ficava para suprir o mercado interno.
Além de produzir tecidos, a Fábrica Santa Cruz gerava energia elétrica para ser consumida pela cidade de Estância, com capacidade em torno de 300 a 350 KWh, que saía das turbinas de suas máquinas a vapor e das caldeiras, até o ano de 1954. A partir daí, a Companhia Industrial da Estância S/A, passou a comprar energia elétrica da Cia. Hidroelétrica da Paulo Afonso/BA.
Continua quarta-feira (22).
Escrito por Carlos Modesto
Redação Tribuna Cultural