A poluição do ar e dos rios da cidade de Estância provocada por fábricas de suco, instaladas no município do litoral Sul de Sergipe, tem causado revolta junto à população local. Para denunciar o problema e cobrar uma solução, a Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe) enviou um ofício à Adema (Administração Estadual do Meio Ambiente de Sergipe) e ao Ministério Público Federal (MPF), na última terça-feira, dia 14 de setembro.
Os moradores explicam que as lagoas de tratamento são o local onde as fábricas despejam os dejetos da produção industrial. Quem mora mais próximo às fábricas reclama do odor insuportável exalado da lagoa de tratamento, principalmente à noite.
A CUT se reuniu com moradores do bairro Alagoas para organizar abaixo-assinado e manifestações. A vala aberta por onde corre descargas sanitárias, localizada no Distrito Industrial de Estância, foi outro tema discutido na reunião.
Morador de Estância, ex-presidente e atual dirigente da CUT/SE, o professor Dudu declarou que o problema ambiental é muito grave para ser ignorado.
“O cano foi retirado e as águas contaminadas estão correndo para o rio a céu aberto. Esse problema específico já faz aniversário de 6 anos. Recentemente faltou água na cidade por conta de problemas causados pelo transbordamento das lagoas de tratamento das fábricas que armazena água com vários produtos químicos, inclusive soda cáustica. Aqui em Estância tem uma ONG Água e Vida que só faltou denunciar a poluição dos rios no Planeta Mercúrio, mas o problema sempre volta”, afirmou o professor Dudu.
A vice-presidenta da CUT, Ivônia Ferreira, também moradora de Estância, revelou que o problema é antigo e os governos têm sido complacentes com os empresários que poluem. “Não temos nenhuma informação de que essas fábricas já foram autuadas algum dia. O fato de gerarem emprego não dá o direito de agredir a natureza com consequências à população. Enquanto o governo abre mão da arrecadação de impostos através da renúncia fiscal via PSDI, as fábricas destroem os rios e poluem o ar”, criticou a professora Ivônia.
A expectativa da CUT é que a Administração do Meio Ambiente de Sergipe (Adema) informe as providências que estão sendo tomadas, aja com o rigor da legislação ambiental, multe as empresas e responsabilize criminalmente os proprietários.